Um show que instiga a reflexão, mas que é, sobretudo, movido pela alegria. Assim deve ser a apresentação que o cantor e compositor Itamar Brant faz nesta sexta (8/3), na Casa Outono. O repertório privilegia seu mais recente álbum, “Samba trem” (2023). O show conta com a participação “mais que especial”, segundo o artista, de Maria Alcina, que gravou em uma das faixas do disco.
Brant já havia se apresentado com ela num show de lançamento de “Samba trem”, no ano passado, e agora repete a dose, com o acréscimo de novas composições. “Maria Alcina também vai mostrar coisas que lançou recentemente, marchinhas de carnaval que gravou ao longo dos últimos dois anos”, adianta. Os dois se conheceram após um show que ela fez em BH.
“Sempre a admirei muito, então fui conversar com ela depois da apresentação, já fora do teatro. Foi uma coisa vaga, bem rápida, mas falei que tinha umas composições prontas, que ia gravar um disco e que gostaria que ela participasse. Ela aceitou o convite e cantou em ‘Cadê meu tamborim?’. A partir disso, a gente estreitou o contato. Eu a chamei para participar do show de lançamento. O público adorou”, recorda.
Recentemente, Brant fez em parceria com Tuca Zamagna a canção “Alcinômetro”, em homenagem à cantora nascida em Cataguases. Além de temas autorais, o repertório do show tem composições de Pixinguinha, Noel Rosa, Chico Buarque e Heitor dos Prazeres.
CLÁSSICOS DA DISCOGRAFIA
Maria Alcina participa na faixa que gravou em “Samba trem” e solta a voz em clássicos registrados em sua discografia, como “Kid cavaquinho”, de João Bosco e Aldir Blanc, e “Fio Maravilha”, de Jorge Ben Jor. “Língua”, de Caetano Veloso, que ela gravou em seu mais recente álbum de estúdio, “Espírito de tudo” (2017), também está no roteiro, bem como marchinhas de Heitor D’Alincourt e João Roberto Kelly.
A cantora conta que reencontrou o gênero que há décadas embala carnavais Brasil afora após assistir a um show de Edy Star. “Ele incluiu umas marchinhas no roteiro. É algo que sempre cantei, mas andava meio parada. Estou retomando isso e achei que tinha tudo a ver incluir neste show do Itamar, que também tem essa coisa da alegria na música”, diz.
“Somos ambos mineiros, e o mineiro carrega consigo uma alegria contida. No meu caso, particularmente, precisei pôr para fora, como uma arma de chegada, um cartão de visitas. Essa alegria escandalosa é boa também, gosto de praticar, apesar de, como boa mineira, ser, no fundo, um pouco contida”, afirma.
Além dos shows regulares, Maria Alcina está às voltas com dois projetos audiovisuais. Um deles é o documentário “Sem vergonha”, de Rafael Saar, que repassa sua vida e obra, previsto para estrear neste ano. O outro projeto, também de caráter documental, é “Maria Alcina, alegria do Brasil”, de Elizabete Martins (“My name is now, Elza Soares”). As filmagens vão começar no segundo semestre.
No show de hoje Itamar Brant estará acompanhado de Fábio Gonçalves (guitarra), Eneias Xavier (baixo), Piaza (percussão), Edson Moraes (sax), Lucas Baudson (bateria), Vinicius Motta e Amilton Nequin (vocais de apoio). Haverá ainda as participações dos cantores Renato Silveira e Dhiego Gusmão.
“SAMBA TREM”
Show de Itamar Brant, com participações especiais de Maria Alcina, Dhiego Gusmão e Renato Silveira, nesta sexta-feira (8/3), às 21h, na Casa Outono (Rua Outono, 571, Carmo). Ingressos a R$ 40.
Outros shows
>>> FESTIVAL I WANNA BE
Gênero que dominou as paradas musicais nos anos 2000, o emo – também chamado pop punk – está em alta novamente. Prova disso é o festival I Wanna Be Tour, que tem arrastado multidões nas cidades onde já aportou – São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro. O evento chega a Belo Horizonte neste domingo (10/3), com uma programação que reúne 12 grupos e artistas, na Arena Independência (Rua Pintangui, 3.230, Horto).
As atrações nacionais – Pitty, NX Zero e Fresno – somam forças com os gringos Simple Plan, A Day To Remember, The All-American Rejects, All Time Low, The Used, Asking Alexandria, Boys Like Girls, Mayday Parade e Plain White T’s. Eles vão se apresentar em dois palcos montados lado a lado e batizados com frases bem familiares entre os fãs de emo: “it’s not a phase” (não é uma fase) e “it’s a lifestyle” (é um estilo de vida). Quem abre a maratona é o Fresno, às 11h, e quem fecha é o Simple Plan, previsto para as 22h13. Ingressos de R$ 190 a R$ 650.