A 96ª cerimônia do Oscar atraiu 19,5 milhões de telespectadores à rede americana ABC, na noite de domingo (10/3). É a maior audiência em três anos da festa – em comparação à de 2023, houve crescimento de quatro pontos percentuais. Mesmo que os números sejam crescentes, continuam longe dos 40 milhões registrados uma década atrás.
Nesta edição, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas antecipou em uma hora o início da cerimônia para tentar abocanhar a audiência na Região Leste dos EUA, que está três horas à frente de Los Angeles. Mesmo que os esforços tenham resultado em apenas quatro pontos percentuais, foram um avanço. Em 2021, a cerimônia, muito impactada pela pandemia, teve sua pior audiência de todos os tempos: 10,4 milhões de telespectadores.
DESCULPAS DE AL PACINO
Mesmo que a festa tenha sido no domingo, as repercussões ainda reverberam mundo afora. Apresentador do principal prêmio da noite, o de melhor filme, Al Pacino emitiu comunicado sobre sua participação, bastante criticada. Ao subir ao palco, o ator não listou nenhum dos 10 longas indicados. Ele simplesmente abriu o envelope e disse: “E meus olhos veem ‘Oppenheimer’”.
“Parece haver alguma controvérsia sobre eu não ter mencionado todos os filmes pelo nome antes de anunciar o prêmio de melhor filme”, disse Pacino. “Só quero deixar claro que não foi minha intenção omiti-los, mas sim uma escolha dos produtores de não repeti-los, uma vez que foram destacados individualmente ao longo da cerimônia. Tive a honra de fazer parte da noite e optei por seguir a forma como desejavam que este prêmio fosse entregue.”
Pacino continuou: “Sei que ser indicado é um grande marco na vida de alguém e não ser totalmente reconhecido é ofensivo e doloroso. Digo isso como alguém que se relaciona profundamente com cineastas, atores e produtores, por isso tenho profunda empatia com aqueles que foram menosprezados por este descuido e é por isso que achei necessário fazer esta declaração.”
DISCURSO POLÍTICO
Mais ruidosa foi a repercussão do discurso do cineasta Jonathan Glazer ao receber o Oscar de melhor filme internacional por “Zona de interesse”, longa que acompanha a vida em família do comandante de Auschwitz.
“Todas as nossas escolhas são feitas para nos refletir e nos confrontar no presente. Não quer dizer: ‘Veja o que eles fizeram naquela época’, mas sim ‘veja o que fazemos agora’”, disse ele, que leu o seu discurso. Só que um trecho do que Glazer disse foi citado erroneamente, mal compreendido ou tirado do contexto, levando a reações adversas nas redes sociais.
O trecho é o seguinte: “Neste momento, estamos aqui como homens que refutam o seu judaísmo e o Holocausto sendo sequestrados por uma ocupação, que levou ao conflito para tantas pessoas inocentes”, continuou Glazer, que também é judeu. Houve pessoas que o interpretaram mal, dizendo que ele estava refutando publicamente o seu judaísmo, e não que parte da sua identidade estava sendo “sequestrada” pela guerra.
YEOH E STONE: CLIMÃO
A atriz Michelle Yeoh, vencedora do Oscar de melhor atriz em 2023 por “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”, também foi às redes explicar a demora em entregar a estatueta a Emma Stone, vencedora deste ano por “Pobres criaturas”. A demora e o suposto “climão” chamaram a atenção dos fãs.
Segundo Michelle, ela quis entregar a estatueta para Emma e para Jennifer Lawrence, que também estava no palco emocionada com a conquista de Emma. "Eu te confundi, mas queria dividir aquele momento glorioso de te entregar o Oscar junto com a sua melhor amiga Jennifer”, escreveu no Instagram.