Para o público, o ano de 2024 da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais tem início neste mês, com os concertos que abrem as cinco séries de assinatura, além do programa “Concertos para Juventude”. Mas os trabalhos na Sala Minas Gerais começaram em fevereiro, logo após o carnaval, quando foram gravadas três obras do compositor e pianista carioca Henrique Oswald (1852-1931).


Regente titular e diretor artístico da Filarmônica, Fabio Mechetti rege nesta quinta-feira (7/3) seu primeiro concerto neste ano. Terá ao seu lado dois solistas estreantes na orquestra mineira: o violinista russo Andrey Baranov e o violoncelista alemão Alexander Hülshoff, que vão interpretar o “Concerto duplo”, de Brahms.

 




Ainda nesta noite – e na de amanhã, já que serão duas datas dedicadas ao repertório – serão executadas a abertura “Carnaval”, de Dvorák, o “Prelúdio sinfônico”, de Puccini, e a peça “Pinheiros de Roma”, de Respighi.


“É um programa bastante empolgante e animado, bem apropriado para o início de uma temporada”, diz Mechetti, brincando que a obra de Dvorák é o carnaval que ele gosta. Neste ano, Puccini será muito ouvido na Sala Minas Gerais, já que a orquestra vai celebrar sua obra no centenário de morte do compositor italiano (1858-1924).

 


“Como não fazemos tanto óperas (são de Puccini obras antológicas, como “Turandot” e “La bohème”), faremos algumas obras sinfônicas. ‘Prelúdio sinfônico’ foi uma das primeiras que ele compôs, foi basicamente a obra que ele fez para sua formatura no Conservatório de Milão. E ali ele já mostra o senso dramático que usaria nas óperas”, explica Mechetti, adiantando que, em junho, haverá uma versão em concerto de “Madama Butterfly” (com sete solistas além do Coral Lírico de Minas Gerais).


“Pinheiros de Roma” não é uma obra inédita para a Filarmônica, que a executou no primeiro ano da Sala Minas Gerais. “É de muito impacto, uma peça grandiosa, inclusive com os metais espalhados pela sala.”

 


 

Lançada em 1887, o “Concerto duplo” foi a última obra para orquestra de Brahms, que morreria uma década depois. Os dois solistas convidados fizeram nesta quinta o primeiro ensaio com a orquestra. Mechetti comenta que tocar pela primeira vez com músicos com quem não se tem intimidade não faz muita diferença.

 

Talentosos e consagrados

“Eles são consagrados, talentosos, o importante é a maneira como tocam. Agora, quando existe uma simpatia musical maior, isto facilita um pouco”, conta ele, exemplificando com o solista convidado da próxima semana, o violinista israelense Vadim Gluzman, que já se apresentou outras vezes com a orquestra e vai tocar nos dias 14 e 15 de março o “Concerto para violino” de Beethoven.

 

A Filarmônica, que entrou em campo no último sábado (2/3) com o concerto “Pilares da ópera alemã”, regido pelo maestro associado José Soares, fez alguns ajustes na programação deste ano. Diminuiu um pouco o número dos concertos de assinatura e aumentou os da Juventude (serão oito, dois a mais do que em 2023; sempre aos domingos, gratuitos, com o primeiro deles no próximo dia 17) e os Didáticos (voltados para escolas e instituições sociais, terão 10 edições neste ano, o dobro do ano passado).


“Fizemos isto também para poder acomodar a demanda que temos tido no interior, que são mais educacionais”, diz Mechetti. Pela primeira vez desde a pandemia, a Filarmônica, que havia perdido metade de seus assinantes em 2021, está se aproximando do patamar de 2020 (3,5 mil assinantes na época, cerca de 3 mil agora).

 

 

“Isto nos deixa mais animados do ponto de vista da confiança, já que tem havido uma crescente nos últimos anos.” Entre os novos frequentadores da Sala Minas Gerais estarão 34 adolescentes, de 14 a 17 anos, que entraram na modalidade Jovens Assinantes, uma das novidades da programação de 2024.


Ensaio com público

A Filarmônica também dá oportunidade de o público assistir a alguns ensaios. Nesta quinta (7/3), será realizado o primeiro do ano, das 10h às 13h. Há venda de ingressos (R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia; são colocados à venda 127 lugares). Pontualidade é exigida do público. A entrada acontece às 10h e não é permitido ingressar depois desse horário. Às 11h15 há um intervalo de 20 minutos. Quem quiser, pode deixar neste horário a sala de concertos. Depois, a saída só poderá ocorrer quando o ensaio terminar.

 

ORQUESTRA FILARMÔNICA DE MINAS GERAIS
Concertos nesta quinta (7/3) e sexta (8/3), às 20h30, na Sala Minas Gerais, Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto. Ingressos: de R$ 39,60 (mezanino) a R$ 180 (camarote). O concerto de hoje será transmitido pelo canal da Filarmônica no YouTube e pela rádio MEC FM (87,1 em BH e 99,3 em Brasília). Mais informações: (31) 3219-9000 ou no site.

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