Aos 14 anos, Pedro Burgarelli já pode dizer que tem longa carreira como ator. Da dublagem ao teatro, são muitas histórias para contar. Este mineiro de Belo Horizonte deu sotaque brasileiro a Pinóquio, na versão dublada do filme de Guillermo del Toro, e ao Linguado do live action de “A Pequena Sereia”. Na série sobre Raul Seixas, que ainda não estreou, ele interpreta o roqueiro na infância. No teatro, Pedro será visto no elenco de “A noviça rebelde”, em abril.

 


Mas, por ora, o que deixa o garoto animado é a estreia do filme “Dois é demais em Orlando”, seu primeiro longa-metragem, no qual contracena com Eduardo Sterblitch, sob direção de Rodrigo Van Der Put.

 



 


Morando em São Paulo com os pais, Pedro garante, em entrevista ao Estado de Minas, que vem a Belo Horizonte curtir o filme ao lado da família e dos amigos. A partir desta quinta-feira (28/3), o longa será exibido em 420 salas no país.

 


“Foi uma experiência incrível. Nunca esperei fazer um filme assim tão grande, viajar para lá”, diz o adolescente, referindo-se aos Estados Unidos. Ele está em praticamente todas as cenas do longa – a maioria delas rodada no parque temático Universal Studios, em Orlando, na Flórida.

 

Pedro Burgarelli fala sobre sua carreira:

 

 

No palco aos 5

 

Pedro começou sua carreira aos 5 anos fazendo teatro no Sesiminas, em BH. Estreou em uma peça para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Na sequência vieram dezenas de comerciais, inclusive a campanha de expansão do aeroporto de Confins. Com a mudança do pai, engenheiro civil, para São Paulo, Pedro e a mãe passaram a morar lá.

 

Pedro comenta a arte de atuar:

 

 


A história de “Dois é demais em Orlando” gira em torno do encontro inusitado entre João (Eduardo Sterblitch) e Carlos Alberto, personagem de Pedro. De malas prontas para a viagem dos sonhos ao parque da Universal, João recebe um pedido que o tira do sério, impossível de recusar.

 


Clara (Luana Martau), chefe do rapaz, pede-lhe que acompanhe o filho dela no voo até os Estados Unidos e o entregue ao pai, Ricardo (Anderson Di Rizzi), que de bento não tem nada e, para desespero de João, provoca situações que o obrigam a conviver com o menino por mais tempo que o esperado.

 

 


Sterblitch revela que duas coisas chamaram a sua atenção. A primeira foi trabalhar dentro de um parque como o Universal. A segunda, trabalhar com uma criança. “Pedrinho foi uma grande surpresa e virou muito amigo”, elogia.

 


O ator define o longa como um filme que aproxima a família. “Nestes tempos em que todo mundo compartilha as coisas pelo celular, o offline dos momentos no cinema, no teatro e nas viagens será cada mais valioso”, acredita.

 


Com química em cena, a dupla garante bons momentos. Pedro destaca a improvisação dele e de Eduardo. “O mais legal do nosso improviso foi o Van Der deixar. Poderia ter vindo uma pessoa chata e dizer: 'Não, vocês não vão improvisar. Sigam o texto aí'”.

 


Sterblitch conta que a cena mais divertida foi uma das primeiras gravadas com Pedrinho em Orlando. “No quarto de hotel, a gente comendo algumas coisas, tentando assistir a uns filmes. Começamos a nos relacionar como artistas no 'valendo da coisa'. Estamos muito disponíveis um para o outro e para o Van Der também”, comenta.

 


Poly Marinho, que faz o papel de Maristela, elogia o garoto mineiro. “Superator. Mais profissional e sério do que qualquer um no set”, diz ela.

 


“O mais legal de trabalhar com o Van Der é que ele gosta muito de ator, você vê os olhos dele brilhando. Por incrível que pareça, muitos diretores não gostam de ator”, critica, com humor.

 


Rodrigo Van Der Put elogia o roteiro de Daniela Ocampo e Luiza Yabrudi. “A gente conseguiu brincar com vários estilos de comédia, as pessoas estão se emocionando. O filme toca realmente as pessoas”, afirma.


Livres para brincar

 

O cineasta também destaca o processo que envolveu o preparador Tiago Felix e Pedro Burgarelli. “Eles conviveram, ficaram muito próximos no hotel. Dizia a eles que estávamos ali para nos divertir: 'Vamos seguir o roteiro, e vocês ficam livres para brincar'.”

 


Trabalhar no parque da Universal exigiu ajustes no fuso horário. A jornada começava ao meio-dia e terminava à meia-noite, uma da manhã. Mas rendeu coisas bem interessantes, como a parceria com a Valencia College, universidade de cinema de Orlando, que incorporou 40 estagiários ao projeto – troca interessante para os dois lados.

 


Rodrigo Van Der Put está otimista em relação ao futuro de “Dois é demais”. “Depois da pandemia, está um crescente, as pessoas estão voltando ao cinema. Este filme é perfeito para realmente trazer as famílias com ele”, conclui.

 


“DOIS É DEMAIS EM ORLANDO”


(Brasil, 2023, 100min., direção de Rodrigo Van Der Put) Estreia nesta quinta (28/3). BH 10: 15h20, 18h e 20h20 (hoje e segunda a quarta); 13h20, 15h40, 18h e 20h20 (sexta a domingo). Diamond 2: 15h30 e 21h20 (hoje e segunda a quarta); 15h50 e 21h25 (sexta a domingo). Boulevard 1: 14h30 e 18h40. Cidade 3: 13h45, 16h05, 18h20 e 20h35. Contagem 7: 14h, 16h10 e 18h25. Del Rey 4: 13h50 e 18h35. Itaú 1: 18h30 e 20h40. Minas 6: 18h30 e 20h40. Via 5: 14h20 e 18h45. Norte 4: 15h20 e 19h. Big: 15h20 e 19h.

 

Confira a entrevista do jovem ator mineiro a Helvécio Carlos:

 

compartilhe