Nanauê  é uma das atrações do Festival O Antes do Durante, a partir das 19h,  na Rua  Aarão Reis -  (crédito: Cibele Campos/divulgação)

Nanauê é uma das atrações do Festival O Antes do Durante, a partir das 19h, na Rua Aarão Reis

crédito: Cibele Campos/divulgação

Em 2016, Cesco Napoli, Luan Nobat e um coletivo de artistas criaram o Festival Durante com a proposta de levar a performance e a arte contemporânea para o público não familiarizado com essas manifestações. Oito anos e 13 edições depois, os idealizadores do evento ampliam seu propósito com o Festival O Antes do Durante, que ocorre neste 1º de abril, o popular Dia da Mentira.

 

“O Durante quer fazer o deslocamento dos espaços acadêmicos e eruditos que a arte contemporânea ocupa para o espaço popular. Usamos o 1º de abril para realizar um evento de performance no Baixo Centro de BH, onde pessoas em situação de rua poderão interagir com os artistas”, diz Cesco Napoli, professor universitário e um dos idealizadores dos eventos.

 

 

 

A ideia da primeira edição do Durante surgiu do desejo de Cesco de apresentar a seus alunos do primeiro período um evento que não fosse puramente acadêmico e provocasse discussões sobre arte. O professor admite que ações de performance e arte contemporânea podem causar estranhamento a princípio, mas isso não deve afastá-las do público.

 

“Quando as pessoas estão diante de alguma ação artística, elas esperam o suporte a que estamos acostumados, como o palco e a moldura, por exemplo. No caso da performance, esses suportes são transgredidos ou propositalmente ressignificados, por isso o público costuma ficar um pouco perdido”, comenta.

 

O Festival Antes do Durante se aproveita da popularidade do 1º de abril para apresentar ações performáticas que dialogam com a ideia da mentira. “Ano passado, cada artista se apropriou da temática de uma forma e funcionou muito bem. Todo poeta é um fingidor, e a mentira acaba estando por trás da criação artística. A condição lúdica da mentira traz a performance para um lugar popular”, afirma Napoli.

 

Música, single e e-book

 

Cristiane de Sá, Camila Buzelin, Ed Marte, Jésus Almeida, DJ Mari Castanha e Marta Neves criarão performances nesta edição. Apresentações musicais ficarão a cargo de Divergência Socialista, Porto Verde MCs, Colorau, Música Mínima e Nanauê.

 

Durante o evento, serão lançados o single “Quente a gente sempre foi”, do coletivo Três Minutos Pra Amanhã, disponível nas plataformas digitais e para download em MP3 a partir desta segunda-feira, e o e-book “Durante: Coleção, obra, corpo: margeamentos e reverberações”, com artigos acadêmicos e textos dos participantes do festival.

 

“O ANTES DO DURANTE: A PERFORMANCE E A MENTIRA”


Nesta segunda-feira (1/4), às 19h, na Rua Aarão Reis, 554, Centro. Pagamento voluntário na entrada.

 

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria