Em cinco dias, 32 mil pessoas passaram pelo Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera -  (crédito: SP-ARTE/DIVULGAÇÃO)

Em cinco dias, 32 mil pessoas passaram pelo Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera

crédito: SP-ARTE/DIVULGAÇÃO

 

São Paulo – A edição comemorativa aos 20 anos da SP-Arte, que terminou domingo (14/4) em São Paulo, foi marcada por recordes nas bilheterias. Em cinco dias de evento, 32 mil pessoas passaram pelo Pavilhão da Bienal, no Parque do Ibirapuera. No final de semana os ingressos estavam esgotados.


A feira, segundo a sua criadora, Fernanda Feitosa, chegou à sua 20ª edição consolidada como maior feira de arte do Hemisfério Sul e alinhada com os maiores eventos do gênero no mundo, como a Art Basel, FIAC, Frieze e ARCO.


Este ano, no Pavilhão da Bienal, estiveram reunidas 99 galerias de arte – 14 de Belo Horizonte –, 54 escritórios design e oito instituições culturais, entre elas o Inhotim, de Brumadinho. “Ao longo de sua trajetória, obtivemos um aumento de público bastante expressivo, que comprova sua resiliência e protagonismo no cenário das artes”, observa Feitosa, lembrando que na primeira edição, em 2005, foram 6 mil visitantes. “Assim, em sua trajetória, a feira ampliou o público em 416%”, destaca.

 


Para a edição de 2025, Feitosa afirma que a expectativa é que supere todas as marcas deste ano. “Nosso desejo é de aperfeiçoamento e inovação constantes. A missão da SP–Arte sempre foi estabelecer um cenário pulsante e dinâmico para representar a diversificada cena artística do Brasil e também introduzir no país o que há de mais avançado em arte e design em nível internacional.”


A criadora da feira planeja também ampliar a abrangência e influência do evento, fomentando a interligação entre arte, design e o público. “Transpondo barreiras tanto geográficas quanto culturais. A exposição é uma empreitada em constante evolução, sempre explorando novas maneiras de estimular e engajar. Concluir que atingimos a excelência seria restringir o potencial infinito que a arte possui para se renovar e inspirar”, garantiu.

 

A SP-ARTE, segundo Feitosa, também se consolida como uma potente plataforma comercial. Ela não esconde o entusiasmo com as vendas neste ano. Sem citar números relativos aos volumes de negócios, diz que as galerias venderam obras de artistas nacionais, internacionais, jovens e também de nomes consagrados, acrescentando que “queria comprar todos os artistas mineiros da feira”, citando Amadeo Luciano Lorenzato, Solange Pessoa e Sônia Gomes.


Rodrigo Mitre, da Mitre Galeria de Belo Horizonte, acompanha a SP-Arte desde o início. “Vi este mercado crescendo, se profissionalizando, fui acompanhando e crescendo junto com ele, como vendedor, diretor de galeria e agora com minha própria galeria”, comenta ele, em sua oitava participação com a Mitre Galeria, que levou a São Paulo obras dos artistas mineiros Davi de Jesus do Nascimento, Luana Vitra, Lorenzato e Marcos Siqueira. “Todos estarão em exposições em importantes galerias em NY este ano. Luana está também com um pavilhão em Inhotim, com a exposição 'Gira'”, completa.

 

Escolha das obras


Beatriz Lemos de Sá, da Lemos de Sá, também de BH, acompanha a feira desde o início. Para a galerista, a grande preocupação foi escolher obras interessantes com preço mediano. “Não adianta levar obras de milhões já que essas vendas não são feitas na feira. São feitas depois, em caráter privado.” Dos artistas mineiros, entre as obras escolhidas, trabalhos de José Alberto Nemer, que, segundo Beatriz, deve ser visto no patamar elevadíssimo.


Entre os artistas escolhidos por Orlando Lemos da galeria que leva o seu nome, chamou atenção o carioca Marcelo da Conceição, de 60 anos, que viveu na rua por muitos anos depois da morte da mãe, que era doméstica, e não sabe escrever. Há dois anos, ele mora no subúrbio de Niterói. Destaque também na Orlando Lemos Galeria para a série inédita do mineiro Marcos Benjamim, que critica as tragédias provocadas pelas barragens em Brumadinho e Mariana.


* O jornalista viajou a convite da SP-Arte