Sinfônica do Espírito Santo vai interpretar peças de Mahler e do capixaba Marcelo Rauta -  (crédito: Secult/ES)

Sinfônica do Espírito Santo vai interpretar peças de Mahler e do capixaba Marcelo Rauta

crédito: Secult/ES


A Sala Minas Gerais recebe, neste sábado (20/4), a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo (Oses), que inicia por Belo Horizonte a temporada de sua “Série interestadual”. A apresentação se dá por meio de contrato de aluguel, sistema que o Instituto Cultural Filarmônica (ICF) sempre praticou, de acordo com a assessoria de imprensa da entidade.

 


O acordo com o grupo capixaba foi fechado em fevereiro, antes do imbróglio causado pela proposta do governo mineiro de mudar a gestão e o perfil da Sala Minas Gerais, cuja administração passaria do ICF para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), via Sesi, e Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), proprietária do espaço.

 

 


A Fiemg desistiu da ideia após a má repercussão da mudança. O argumento de que a Sala Minas Gerais estaria subutilizada é rechaçado pelo ICF, que hoje administra a Filarmônica mineira e sua sede por meio de contrato de gestão. A agenda da Filarmônica, de ensaios e apresentações, segue intensa naquele espaço, com concertos em abril e maio. Há, também, contratos de aluguel, como o firmado com a Sinfônica do Espírito Santo, fechados até dezembro.

 


A Sala Minas Gerais vai receber, por meio desses contratos, 12 concertos, três eventos musicais e quatro eventos corporativos. A assessoria do ICF informa que os aluguéis compõem o orçamento para arcar com os custos do espaço, que totalizam R$ 4,5 milhões por ano. A captação junto à iniciativa privada, a bilheteria, as assinaturas e outras fontes também somam para essa receita.

 

Mahler

 

Sob regência do maestro titular Helder Trefzger, a Oses vai apresentar a peça “Fragmentos mahlerianos”, do capixaba Marcelo Rauta, que propõe um olhar conciso e atual sobre a grandiosa “Sinfonia nº 1”, de Gustav Mahler, que será executada na sequência.

 

 


De acordo com Helder Trefzger, a Sinfônica do Espírito Santo, da qual está à frente desde 1992, vive nova fase, com administração moderna e eficaz.

 


“A nova gestão, a cargo da Companhia de Ópera do Espírito Santo, se assemelha à da Filarmônica de Minas Gerais, uma das orquestras mais importantes do Brasil, referência para todos nós. É uma gestão mais moderna, que nos dá a possibilidade de fazer a captação de recursos junto à iniciativa privada e estruturar turnês como a da 'Série interestadual'”, diz Trefzger.

 


O maestro destaca a importância de tocar na Sala Minas Gerais. “É um espaço que realmente impressiona. A inauguração, aliás, também foi com Mahler e sua 'Sinfonia nº 2', evento memorável. Por isso é tão importante termos essa oportunidade”, diz.

 


Filho de pai mineiro e nascido no Mato Grosso do Sul, Trefzger chegou a estudar na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O regente conta que esteve presente na inauguração da Sala Minas Gerais e voltou em outras ocasiões para assistir a concertos da Filarmônica.

 


A escolha do programa desta noite foi orientada pelo tema que norteia a temporada da Oses, “Passado e presente”, informa Trefzger.

 


“Não se trata apenas de tocar obras do passado ou do presente. São muitas as possibilidades e os diálogos que atravessam a nossa temporada. No caso deste programa, temos um compositor do passado, que escreveu no século 19 a obra que vamos apresentar, e um compositor do presente, que a recriou com uma abordagem estética atual”, conclui.

 


ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESPÍRITO SANTO


Regência: Helder Trefzger. Peças de Marcelo Rauta e Gustav Mahler. Neste sábado (20/4), às 20h, na Sala Minas Gerais (Rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto). Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).