Depois das elogiadas performances em Curitiba, Porto Alegre e Brasília, a expectativa era a de que Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, não entregasse nada menos do que um show incrível em Belo Horizonte, na noite deste domingo (28/4), no Arena Hall. E foi o que ele fez.
Com casa não tão cheia - talvez por causa do valor dos ingressos variando entre R$ 800 e R$ 300 - o britânico subiu no palco por volta das 20h20 para cantar por quase duas horas para um público majoritariamente masculino e com mais de 40 anos.
Por motivos de saúde, conforme informou a assessoria do show, os brasileiros da Clash Bulldogs, que vem abrindo os shows de Dickinson no país, não se apresentaram.
Sem fugir do repertório que vem interpretando ultimamente, Dickinson revisitou a carreira solo – que começou em em 1990 com o álbum “Tattooed millionaire” –, e segue em paralelo ao trabalho com Maiden, onde está ininterruptamente desde 1999 (Dickinson começou a cantar na banda em 1981, mas saiu em 1992).
A canção que abriu o disco deste domingo, “Accident of birth”, do disco homônimo de 1997, foi uma decisão acertada por dar ao vocalista a oportunidade de explorar os agudos, além de lançar mão do refrão enérgico, o que sempre faz os fãs cantarem junto - o que não foi diferente em BH.
O som não ajudou, contudo. Durante os primeiros 20 minutos de apresentação, a voz de Dickinson foi abafada pelo instrumental da banda formada por Dave Moreno (bateria) Mistheria (teclados), Tanya O’Callaghan (baixo), Philip Naslund (guitarra) e Chris Declercq (guitarra). O mesmo ocorreu com os teclados de Mistheria, que só apareceram nitidamente lá pela quarta música. No meio do show, o problema já estava parcialmente resolvido.
Dickinson ainda enfileirou outras músicas do passado, como “Abduction” (cujo destaque foram as guitarras gêmeas de Naslund e Declercq), “Laughing in the hiding bush”, “Chemical Wedding” e “Frankenstein”, cover de The Edgar Winter Group. Nessa última, Moreno deu um show à parte em seu solo de bateria de quase dois minutos. Dickinson assumiu os instrumentos de percussão e fez outro solo.
Também não faltaram músicas do "The Mandrake Project”, recém-lançado disco do cantor e razão da turnê. “Afterglow of ragnarok”, “Many doors to hell”, “Ressurection men” e “Rain on the graves” foram as que entraram no setlist.
O "The Mandrake Project”, aliás, é um projeto que se desdobra em novela gráfica no formato de série. A HQ, inclusive, podia ser adquirida na lojinha oficial de Dickinson montada no Arena Hall, mediante a compra de uma ecobag ao preço superlativo de R$ 100.
Aos 65 anos, Bruce Dickinson fez um show relativamente curto, mas impecável na capital mineira. Sua voz não apresentou desgastes, a banda estava super afinada e a plateia se deixou levar pelo carisma do cantor durante toda apresentação. Em solo mineiro, Dickinson provou, mais uma vez, que o rock vive.
Veja o setlist completo
- Accident of birth
- Abduction
- Laughing in the hiding bush
- Afterglow of ragnarok
- Chemical wedding
- Many doors to hell
- Ressurection men
- Rain on the graves
- Frankenstein (cover de The Edgar Winter Group)
- The alchemist
- Tears of the dragon
- Darkside of aquarius
- Navigate the seas of the sun
- Book of thel
- The Tower