“O Brasil é o país que melhor me acolhe”, afirma o pianista português Bernardo Santos. “Também sou muito grato à Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, porque toquei com o grupo pela primeira vez em 2019. Sinto que a orquestra me deu a mão e abriu várias portas que ajudaram na minha trajetória. É um prazer enorme voltar ao Palácio das Artes”, acrescenta.
Santos, acompanhado pelo pianista português Artur Pizarro, se apresenta com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais nesta terça e quarta (23 e 24/4), no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. O concerto de hoje, às 12h, tem entrada gratuita e apresenta parte do programa. Já amanhã, às 20h, as peças de Tchaikovsky, Max Bruch e António Fragoso serão interpretadas na íntegra.
A segunda obra do programa, “Concerto para dois pianos e orquestra”, do compositor e regente alemão Max Bruch (1838-1920), será interpretada pela orquestra e pelos pianistas portugueses. Santos destaca o prazer de tocar pela primeira vez ao lado de Pizarro.
“Ele é um dos grandes pianistas de Portugal e o tenho como um dos meus ídolos. Já queríamos tocar juntos há algum tempo. Então, como eu tinha um convite para voltar a BH no início deste ano, falei com a maestrina Ligia (Amadio, regente titular da OSMG) sobre a possibilidade de nos unirmos. Acredito que todos os astros se alinharam para este evento”, diz.
“O concerto que vamos apresentar é interessantíssimo. Inicialmente, foi escrito para órgão em orquestra, mas foi posteriormente transformado para dois pianos e orquestra. É uma obra que começa de forma imponente, organística, e termina entusiasmada. Apesar de ser menos conhecida, conquista facilmente o público quando executada”, destaca o pianista.
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Revolução dos Cravos
A vinda dos artistas para o Brasil foi facilitada pelo clima de celebração dos 50 anos da Revolução dos Cravos em Portugal. O levante militar popular ocorrido em 25 de abril de 1974 pôs fim à ditadura salazarista estabelecida há 42 anos e restaurou a democracia no país.
“No espírito das comemorações, a embaixada de Portugal apoiou a vinda dos pianistas ao Brasil. Artur e Bernardo escolheram uma obra fantástica de Max Bruch (‘Concerto para dois pianos e orquestra’), que é raramente executada e muito difícil de conseguir a partitura”, diz Ligia Amadio, regente titular da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.
Segundo Ligia, apesar de as obras do repertório não possuírem nenhum critério de união específico, pertencem ao período romântico, época em que as produções musicais eram marcadas por melodias expressivas e harmonias complexas. A “Quinta sinfonia”, de Tchaikovsky, e "Nocturno em mi bemol maior", de António Fragoso, abrem e fecham o concerto, respectivamente.
“A obra principal do concerto é a 'Quinta sinfonia', uma das sinfonias mais maravilhosas já escritas, que encanta o público geral. Já a terceira peça, "Nocturno em mi bemol maior", é uma obra singela, mas muito bem escrita”, conta a maestrina.
“SINFÔNICA AO MEIO-DIA”
Com Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Artur Pizarro e Bernardo Santos. Nesta terça-feira (23/4), às 12h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca.
“TCHAIKOVSKY, BRUCH E FRAGOSO: DOIS PIANOS E A ORQUESTRA”
Com Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Artur Pizarro e Bernardo Santos. Na quarta-feira (24/4), às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda na bilheteria local e no Eventim.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro