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Aposta do estúdio A24, a atriz Kristen Stewart (ex-"Crepúsculo") é Lou, garota aparentemente frágil que se apaixona pela fisiculturista Jackie, papel de Katy O’Brian

crédito: Synapse/divulgação

Na primeira vez que vemos Lou (Kristen Stewart), ela está agachada limpando um vaso sanitário imundo. Ao longo de “Love lies bleeding – O amor sangra”, que chega nesta quinta (2/5) aos cinemas, a faz-tudo de uma academia passará um bom tempo limpando confusões alheias – mas não mais excrementos, e sim sangue. Muito sangue.

 

O segundo longa-metragem da diretora inglesa Rose Glass (do terror “Saint Maud”) é um thriller ambientado em 1989. Nos confins do Novo México, Lou passa os dias entediada administrando uma academia para fisiculturistas e tentando largar o cigarro.

 

 

Ela está presa naquele lugar, logo saberemos, por causa da irmã Beth (Jena Malone), que sofre calada em um casamento para lá de abusivo com JJ (Dave Franco). Todos conhecem Lou por ali, pois ela é também a filha do chefão do crime local, Lou Sr. (Ed Harris). Ele não é só o proprietário da academia, como de um campo de tiro, que serve de fachada para o transporte de armas através da fronteira.

 

A chegada de Jackie (Katy O’Brian) vai abalar as estruturas de Lou e de todos naquele lugar. Fisiculturista que viaja de carona desde Oklahoma, ela quer chegar a Las Vegas, onde uma competição poderá lhe dar a glória e a mudança de vida que deseja.

 

Confronto

 

Lou e Jackie se apaixonam. O idílio amoroso regado a esteroides, ovos e muito sexo tem início. Só que Jackie tem um lado sombrio, que vai entrar em confronto com a violência daquele lugar. E caberá a Lou limpar, mais uma vez, a sujeira.

 

 

Kristen Stewart é o chamariz da nova produção do estúdio A24 (de “Guerra civil e “Zona de interesse”). Ela faz uma personagem que, a despeito de sua vulnerabilidade física, sobretudo comparada com os fortões misóginos com quem trabalha, sabe o que quer. Mudar de vida, o que só é possível depois de conhecer Jackie.

 

Ed Harris é maligno, e sua caracterização – cadavérico, com uma careca tão grande quanto os cabelos que deixou crescer na parte de trás da cabeça – é compatível com as ações do personagem. Katy O’Brian, que no passado competiu como fisiculturista, consegue dosar a força da personagem com o desamparo de Jackie.

 

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No primeiro momento, podemos relacionar “Love lies bleeding” com um “Thelma e Louise” mais sujo e intenso. Tudo se encaminha para tal, afinal trata-se de duas mulheres de lugares e vidas remotas que se unem para sobreviver em meio a ambientes machistas.

 

Só que a narrativa sofre uma reviravolta após um ato chocante. Lou e Jackie não serão as mesmas. Tampouco o filme, que vai levando todos os personagens para uma escalada surreal de violência que atinge, literalmente, proporções gigantescas.

 

“LOVE LIES BLEEDING – O AMOR SANGRA”


(Reino Unido/EUA, 2024, 104min., de Rose Glass, com Kristen Stewart, Katy O’Brian e Ed Harris) – Estreia hoje na sala 2 do Centro Cultural Unimed-BH Minas, às 18h35 e 20h40 (na segunda, 6/5, não haverá exibição), e na sala 2 do UNA Cine Belas Artes, às 16h10 e 20h30.