O monólogo que estreou em 2019 e foi interrompido pela pandemia tem sessões amanhã e domingo na capital mineira -  (crédito: Andréia Machado/Divulgação)

O monólogo que estreou em 2019 e foi interrompido pela pandemia tem sessões amanhã e domingo na capital mineira

crédito: Andréia Machado/Divulgação

Reflexões sobre a vida e a morte estão no cerne de “Alma despejada”, solo de Irene Ravache que chega a Belo Horizonte com sessões neste sábado (11/5), e domingo, no Cine Theatro Brasil Vallourec. A atriz, que completa 80 anos em agosto, conta que o embrião do projeto remonta a 2015, quando a atriz e dramaturga Andréa Bassitt se propôs a escrever um texto especialmente para ela.

 

A peça focaliza a personagem Teresa, que, depois de morta, visita sua casa pela última vez, porque o imóvel foi vendido e sua alma foi “despejada”. Na derradeira visita, ela lembra de momentos de sua vida, de histórias e de pessoas importantes em sua trajetória. Apaixonada por palavras, Teresa seguiu a carreira de professora e teve dois filhos com Roberto, um homem simples e trabalhador, que se tornou empresário bem-sucedido e mudou seu destino.

 

 

“Diante da proposta de escrever uma peça para mim, eu disse a ela que gostaria de um texto sobre a memória. Andréa me perguntou que tipo de memória, e eu respondi que todas”, recorda.

 

A montagem, que tem direção de Elias Andreato, estreou em setembro de 2019, em São Paulo, mas pouco tempo depois teve que ser suspensa, devido à pandemia.

 

A atriz conta que “Alma despejada” a cativou, primeiramente, pelo fato de a protagonista estar morta, algo “extremamente teatral”. Outro ponto que considera marcante é o fato de suscitar reflexões, a partir do olhar distanciado da protagonista. “Seja comédia ou drama, o que mais gosto em um texto é a capacidade de mexer com o público, instigar alguma coisa e não apenas fazer chacoalhar de rir”, diz, acrescentando que “Alma despejada” também cumpre essa função, porque é uma história carregada de humor e leveza.


REFLEXÃO

 

“Sei que as pessoas levam algo dessa peça para casa porque elas me falam, não é achismo. Ao longo dos últimos 20 anos, especialmente, tenho trabalhado com textos que escarafuncham a alma dos personagens e levam a um pensamento sobre você mesmo. É o tipo de teatro que gosto de fazer. Essa devolução do público é uma sinalização positiva sobre o que me propus a fazer, porque se me tocou em algum momento, é capaz de tocar outras pessoas também”, destaca.

 

 

A montagem recebeu, em 2021, o Prêmio Bibi Ferreira nas categorias melhor atriz e melhor texto original. Sem esconder que “é gostoso ganhar prêmio”, Irene considera que eles são um reconhecimento importante por parte dos colegas e do público. “Tenho vários, Molière, APCA, Mambembe, mas o Bibi Ferreira ainda não tinha. Quando anunciaram meu nome, nem me levantei, porque não esperava receber, estava concorrendo com atrizes muito interessantes. Foi uma alegria”, afirma.


“ALMA DESPEJADA”
Monólogo com Irene Ravache, neste sábado (11/5), às 21h, e domingo (12/5), às 19h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Av. Amazonas, 315, Centro – 31.3201-5211 e 3243-1964). Ingressos a R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada), à venda na bilheteria do Teatro, no site e na loja Eventim do Shopping 5ª Avenida (Rua Alagoas, 1.314, Loja 20C, Savassi).