
Terceira e última temporada de "Dom", o bandido gato, estreia nesta sexta
Série do Prime Video é inspirada na história do bandido de classe média que assaltava edifícios de luxo no Rio de Janeiro e morreu em ação policial em 2005
compartilhe
Siga no
Rio de Janeiro – "Dom", a primeira série produzida pela Amazon no Brasil, chega ao fim. A terceira e última temporada da história de Pedro Dom, o bandido gato, criminoso de classe média, que nos anos 2000 comandou assaltos a edifícios de luxo no Rio de Janeiro, estreia nesta sexta-feira (24/5), no Prime Video, com cinco episódios dirigidos por Adrian Teijido e Felipe Vellas.
A série, inspirada em história real, foi adaptada livremente a partir do livro "Dom", de Tony Bellotto. Pedro foi morto durante ação policial, em 2005, aos 23 anos de idade.
Conhecer a história na qual o projeto foi baseado só aumenta o interesse pela produção, que estreou em 2021 com oito episódios. A segunda temporada – com o mesmo número de capítulos – foi lançada dois anos depois. Ambas dirigidas por Breno Silveira, que morreu de ataque cardíaco, em maio de 2022, pouco antes do início da gravação da terceira temporada.
23/05/2024 - 04:00 "Conto de fadas" põe Hitler, Mussolini, Churchill e Stalin no purgatório 23/05/2024 - 04:00 "Furiosa", da saga "Mad Max", comprova o vigor do cinema de espetáculo 23/05/2024 - 04:00 Filme "Motel Destino", de Karim Aïnouz, é aplaudido sete minutos em Cannes
Números em torno da série mostram a dimensão da produção. Foram 40 semanas de filmagens resultando em 2.500 horas de gravações, que passaram por dois países e seis estados no Brasil. Cem diárias foram pagas aos dublês para as cenas de ação, que são de tirar o fôlego e de extrema qualidade. O primeiro episódio da série foi exibido há 11 dias no Circo Voador, na Lapa, Rio de Janeiro, reunindo elenco, diretores, jornalistas e público.

O cineasta Breno Silveira, que morreu em 2022, dirigiu as duas primeiras temporadas de "Dom"
Breno Silveira, presente
Assinando a terceira temporada com Felipe Vellas, Adrian Teijido, que nas anteriores foi responsável pela fotografia, disse, durante bate-papo com a plateia de convidados, que não vê mudança radical na direção entre as temporadas.
"O Breno (Silveira) tem um estilo muito próprio, com a câmara na mão, muito próxima aos atores. Essa linguagem foi mantida. A câmara está muito viva, muito participativa, como se ela estivesse fazendo parte da cena", observa, chamando a atenção para o fato de que a série foi marcada por épocas, o que exigiu muitas caracterizações, muito flashback em que a produção sempre procurou uma característica fotográfica diferenciada.
Ao lembrar da transição da direção de Breno Silveira, a voz de Teijido ficou embargada e ele visivelmente emocionado. Afirmou que ainda é muito difícil falar sobre o diretor e amigo, com quem aprendeu muito e de quem sente muita falta.
"Ele me ensinou muito. Quando recebi o convite, vi que era uma missão que deveria ser feita. E para mim não foi difícil, pois tinha certeza de como ele faria isso. Breno esteve presente em cada momento da filmagem, o sentia muito perto de mim e muito dentro do set", disse, sob aplausos da plateia que lotou o Circo Voador.
Gabriel Leone dá adeus a Dom, o personagem que interpretou, com histórias e boas lembranças do set e da convivência com Breno Silveira. O ator carioca ainda lembra com emoção do primeiro encontro com o diretor na sede da Conspiração Filmes. Vinte minutos foram suficientes para Breno contar a história das três temporadas e ele pedir o contrato para assinar ali, na hora.
"As possibilidades e desafios que um personagem diferente e novos sempre me chamam atenção quando encontro ele pela primeira vez. (Dom) era um prato cheio de criação, de composição, de desafios, dinâmicas, emoções, momentos diferentes", comentou o ator.
- Leia também: Gabriel Leone vive Ayrton Senna em série da Netflix
Os bastidores de Dom por si só rendem uma boa história. Até chegar à terceira temporada, muita coisa foi pensada e discutida. Tony Bellotto, que também participou do lançamento no Circo Voador, contou como tudo começou. Segundo ele, Breno Silveira o procurou depois de ter sido sondado pelo pai de Pedro Dom, Luiz Victor Dantas Lombas, para que dirigisse um filme contando a versão do pai sobre o filho.
“Breno foi logo avisando que o Victor era um cara muito complicado. E era mesmo, mas, ao mesmo tempo, muito interessante, e acabei me tornando amigo. Era um homem atormentado pela culpa de não ter conseguido salvar Pedro Dom.”
Por iniciativa de Breno Silveira, a história começou a ser pensada para o cinema. Sinopse e roteiro estavam em fase de criação quando a mãe de Pedro, Nádia Sarmento, sinalizou que inviabilizaria a produção. “Breno e Victor”, lembra Bellotto, “brigaram e o projeto dançou”.
Malu Mader em ação
Tony jogou o que tinha escrito em uma gaveta e tocou a vida. Mas Victor insistia com o músico que a história deveria ser contada – se não no cinema, em livro. Até que Malu Mader, mulher do músico e escritor, entra em cena. Durante arrumação de casa, ela encontra os escritos e Belloto percebe ali material para um romance.
“Liguei para o Victor, disse que contaria a história do meu jeito”, relembrou. Pouco depois, Tony Belloto ligou para Breno Silveira anunciando que havia retomado o projeto. O diretor deu sinal verde, pois aquela história ainda não tinha saído de sua cabeça.
"DOM"
Terceira temporada. Cinco episódios. Estreia nesta sexta-feira (24/5), no Prime Video.
* O jornalista viajou a convite do Prime Video