Baterista Arthur Rezende, que toca com Beto Guedes e Flávio Venturini, foi um dos 
vencedores inéditos da 23ª edição do prêmio BDMG Instrumental, realizado no domingo -  (crédito: Amanda Canhestro/Divulgação)

Baterista Arthur Rezende, que toca com Beto Guedes e Flávio Venturini, foi um dos vencedores inéditos da 23ª edição do prêmio BDMG Instrumental, realizado no domingo

crédito: Amanda Canhestro/Divulgação

 

Encerrado no domingo (26/5), no Teatro Sesiminas, o BDMG Instrumental premiou quatro compositores e instrumentistas em sua 23ª edição. Três deles nunca haviam vencido a premiação.

 


São eles: o baterista Arthur Rezende, que foi revelado, 20 anos atrás, no programa Jovem Instrumentista BDMG e hoje acompanha Beto Guedes e Flávio Venturini; o violinista Guilherme Pimenta, outro conhecido da casa (participou do programa Jovem Músico BDMG) e que atualmente se divide entre o doutorado pela UniRio e aulas a docentes na UFRJ; e o clarinetista Felipe Rossi, também arranjador, produtor musical, engenheiro de áudio e professor, que na premiação tocou ainda clarone (ou clarinete-baixo).

 


O quarto vencedor repetiu o feito de oito anos atrás, quando também foi eleito um dos melhores da premiação. Foi o violonista Marcos Ruffato, que já trabalhou com nomes como Toninho Horta, Sérgio Santos e Cristóvão Bastos.

 


Os quatro levaram, cada, além do troféu, premiação de R$ 15 mil e a produção de dois shows, no segundo semestre deste ano. Um será em BH e o outro em São Paulo, no programa Instrumental Sesc Brasil.

 


Ainda foram premiados – com R$ 4 mil cada – os melhores instrumentistas (a contrabaixista Camila Rocha, uma das vencedoras do prêmio principal em 2023, e a clarinetista Thamiris Cunha) e o melhor arranjo (para Rafael Pimenta com “Suíte norte, sul, leste, oeste”, de Hermeto Pascoal). O contrabaixista Alberto Ouziel foi considerado a revelação desta edição.

 


Também subiram ao palco do Sesiminas os vencedores dos prêmios Flávio Henrique (álbum de canção) e Marco Antônio Araújo (disco de música instrumental): Déa Trancoso e Regina Machado por “Canções guardadas nas dobras do tempo” (categoria composição), Patrícia Ahmaral por “Patrícia Ahmaral canta Torquato Neto” (categoria intérprete) e Marco Guelber por “Futuras paisagens”. O multi-instrumentista juiz-forano ainda fez um pocket show de seu álbum instrumental.

 


Carta aberta

 

As incertezas quanto ao futuro não só do prêmio, como do próprio BDMG Cultural estiveram na pauta. Há um mês os funcionários da instituição receberam comunicado do Conselho de Administração informando que seria iniciado um processo de “transição para promover a dissolução” da instituição, braço cultural do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), até o fim de 2024.

 


Representando o Fórum da Música de Minas Gerais, o músico Leandro César leu uma carta aberta que foi enviada nessa segunda (27/5) aos membros do Conselho de Administração do BDMG. O documento, assinado por artistas, produtores e professores, além de mais de uma centena de organizações culturais e educacionais, públicas e privadas, questionou a razão da dissolução da instituição, que em dezembro de 2023 completou 35 anos.

 

 

“Compreendemos que, dentro de uma perspectiva de perenidade, artistas, agentes culturais e público inclusive pressionem por melhorias, e uma instituição aberta à realidade e à sociedade tem o papel de escutar essas vozes, acolhendo e promovendo o respeito à diversidade de ideias e visões...Acreditamos ser possível caminharmos juntos ao BDMG e à Associação de Funcionários do BDMG em um diálogo livre e construtivo pela permanência do BDMG Cultural, a ser festejada como parte constitutiva de um estado e de suas políticas públicas mais sólidas”, diz parte do texto.