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"A Rebelião das Flores" será exibido hoje, em sessão comentada pela diretora Maria Laura Vasquez. Filme mostra ocupação de ministério durante protesto de mulheres indígenas
Filmes de diretoras com foco em maternidade, guerra e luto, entre outros temas, serão exibidos na 3ª Mostra de Cine Argentino de Mujeres, que começa nesta quarta-feira (29/5), no Cine Humberto Mauro. Sete títulos estarão em cartaz até sexta-feira (31/5), com entrada franca.
“Escolhemos este mês pelo simbolismo de duas datas: 24 de maio, Dia Internacional das Mulheres pela Paz e pelo Desarmamento, e 25 de maio, em que é comemorada a Revolução de Maio”, diz a realizadora audiovisual argentina Luisina López Ferrari, curadora da mostra.
Feriado nacional na Argentina, o dia 25 marcou os 214 anos da revolução que deu início ao processo de independência do país.
“A partir de ambas as datas, a curadoria pesquisou filmes que dialogam com o contexto de revoluções e da luta das mulheres pela paz. Com isso, surgem vários subtemas, como a morte, o luto e o conforto encontrado em redes de apoio e na religião”, explica a curadora.
Sessões comentadas
A programação contará com palestras, show e bate-papos. Maria Laura Vasquez, diretora de “A Rebelião das Flores”, estará presente em sessões comentadas hoje e sexta-feira (31/5), às 20h30 e 21h30, respectivamente.
“‘A Rebelião das Flores’ fala um pouco sobre todos os temas e subtemas que decidimos trazer para a mostra. Discute território, luta feminina e maternidade. Ao mesmo tempo, inspira o espectador”, comenta a curadora.
Em outubro de 2019, mulheres de diferentes nações indígenas ocuparam pacificamente o Ministério do Interior, em Buenos Aires, para exigir o fim da violência nos territórios onde vivem. Diante da recusa das autoridades em recebê-las, permaneceram acampadas em protesto durante 11 dias. O documentário de Vasquez registra o fato.
“Ninguém estava preparado para ficar 11 dias no Ministério do Interior. No entanto, as mulheres não cederam e ficaram ali por todo aquele tempo. Muitas eram mães, inclusive a própria diretora Maria Laura Vasquez, que documentou o ocorrido. O filme mostra o aspecto da maternidade e da luta por direitos”, afirma Luisina Ferrari.
O curta “As aspirantes”, de Gretel Suárez, e o longa “Matria”, dirigido por Jimena Chaves, retratam a Guerra das Malvinas, conflito com o Reino Unido que resultou em 649 argentinos mortos.
A mostra trata também de desafios femininos. Em “O vento que arrasa”, longa de Paula Hernández exibido pela primeira vez no Brasil, a jovem Leni (Almudena González) questiona o controle exercido sobre ela sobre o pai, um missionário.
“Todas as protagonistas estão em contextos diferentes uns dos outros. Quando falamos do território argentino, as pessoas costumam pensar apenas em Buenos Aires, mas a mostra descentraliza as narrativas”, afirma a curadora.
“Com exceção de ‘Menina mãe’, da Andrea Testa, que se passa em um hospital público dos subúrbios da capital, os filmes mostram diferentes partes da Argentina, como o Norte e a Patagônia.”
Luisina Ferrari ressalta a importância das ações formativas. Palestras com a produtora audiovisual Denise Flores e com a professora Roberta Veiga estão programadas para quinta e sexta-feira, respectivamente. Nesta quarta, o duo Matecitos apresentará músicas folclóricas argentinas.
“3ª MOSTRA DE CINE ARGENTINO DE MUJERES”
Até sexta-feira (31/5), no Cine Humberto Mauro (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca, mediante retirada de ingressos na bilheteria uma hora antes de cada sessão.
PROGRAMAÇÃO
QUARTA (29/5)
17h: “As aspirantes”, de Gretel Suárez
17h30: “Matria”, de Jimena Chaves
19h: “A Rebelião das Flores”, de Maria Laura Vasquez
20h30: Roda de conversa com Maria Laura Vasquez
21h: Show do Duo Matecitos
QUINTA (30/5)
17h: “As aspirantes”, de Gretel Suárez
18h: “Los peces también saltan”, de Diana Cardini
20h: “Menina mãe”, Andrea Testa
SEXTA (31/5)
15h: “A noiva do deserto”, de Cecília Atán
17h: “O vento que arrasa”, de Paula Hernández
20h: “A Rebelião das Flores”, de Maria Laura Vasquez
21h30: Roda de conversa com Roberta Veiga e Maria Laura Vasquez
* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria