Nome central do Clube da Esquina, Lô Borges aderiu à iniciativa Minas pelo Rio Grande do Sul e vai se apresentar sem cachê. Ingressos custam R$ 95 (meia entrada), renda será revertida para as vítimas das enchentes -  (crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press)

Nome central do Clube da Esquina, Lô Borges aderiu à iniciativa Minas pelo Rio Grande do Sul e vai se apresentar sem cachê. Ingressos custam R$ 95 (meia entrada), renda será revertida para as vítimas das enchentes

crédito: Alexandre Guzanshe/EM/D.A.Press

 

Um vistoso time de representantes da cena musical mineira entra em campo a fim de angariar fundos para a recuperação do Rio Grande do Sul e para apoiar os moradores das áreas atingidas pelas enchentes que ainda mantêm o estado em situação de emergência.

 


Idealizado pelo advogado Rafael Lacerda, que contou com a direção artística do cantor e compositor Rodrigo Borges, o evento beneficente "Minas pelo Rio Grande do Sul" ocupa o palco do Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes, nesta quinta-feira (30/5), às 20h.

 


Por lá vão se apresentar Rogério Flausino e Wilson Sideral, Lô Borges, Toninho Horta, Paula Santoro, Lelo Zanetti, Aline Calixto, Cláudio Venturini, Podé, Telo Borges, Chico Amaral, Tadeu Franco, Bárbara Barcellos & Manacá da Serra e Felipe Bedetti. Acompanhados por uma banda de base formada por Rodrigo Borges (violão), Ian Guedes (guitarra), Adriano Campagnani (baixo), André Godoy (bateria) e Christiano Caldas (teclado), eles vão se revezar no palco cantando, cada um, duas ou três músicas.

 

Convite do amigo


Borges conta que se envolveu no projeto a convite de Lacerda, de quem é amigo há 30 anos. "Ele teve essa ideia e me procurou para arregimentar os artistas. Pensei em nomes que tivessem uma voz amplificada, para além de Minas Gerais, com carreira e público consolidados, e que, ao mesmo tempo, fossem representativos da nossa cena, da nossa cultura", afirma.

 

A cantora Paula Santoro

Mineira radicada no Rio de Janeiro, Paula Santoro vai cantar no show coletivo, no palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

Márcia Charnizon/Divulgação

 

Veteranos e novatos

 

A escolha dos convidados foi orientada também pelo desejo de oferecer ao público um roteiro diversificado em termos de gêneros e estilos. Foram contemplados o Clube da Esquina, o pop e a música instrumental mineira, conforme aponta o diretor artístico. "Também tivemos a preocupação de misturar artistas consagrados com representantes de uma nova geração, como a Bárbara Barcellos e o Felipe Bedetti. A ideia foi ter um leque de diversidade e qualidade musical", diz.

 


Com relação à banda de base, ele comenta que "são grandes músicos, muito versáteis, tocam estilos diversos, o que possibilita a fluidez do espetáculo". Rafael Lacerda comenta que outros músicos do estado chegaram a ser sondados, mas, por questões de agenda, não puderam aderir à iniciativa.

 


Ele conta que a ideia do evento beneficente surgiu de forma muito espontânea, fruto de seu assombro diante da situação trágica que o Rio Grande do Sul atravessa. "Fiquei sensibilizado com o que estava acontecendo no Sul e pensei no que poderia fazer além de uma mera doação, algo de maior impacto. Me veio a ideia de um evento de música, mas sou advogado, não tenho trânsito nesse meio, seria um desafio", lembra.

 

Data no teatro  

 

O primeiro passo foi conseguir um espaço. Depois de fazer alguns contatos e de passar pelo secretário de estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, e pelo presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, Lacerda conseguiu reservar uma data no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes. "O passo seguinte foi entrar em contato com o Rodrigo (Borges), que abraçou a ideia. Fomos atrás dos artistas para montar o line-up e em 24 horas já tínhamos 80% dos nomes confirmados."

 


Ele destaca o espírito de solidariedade e desprendimento não só dos músicos que vão se apresentar sem cachê, como também de todos os envolvidos na produção. "São muitos detalhes, mas as coisas foram acontecendo. Quando pensei: e o segurança para os camarins? Logo me apareceu a (empresa do ramo de segurança) Anjos da Guarda e cedeu (a equipe). Foi muita gente com ótima disposição para ajudar."

 


Lacerda chama a atenção para o fato de que até a comida e a bebida para os artistas foram doadas. Com relação aos profissionais autônomos que ganham por hora trabalhada, como os roadies, ele diz que vai remunerar do próprio bolso. Rodrigo Borges destaca a força do coletivo na realização do evento. "É uma ação urgente, que toca nossos sentimentos de solidariedade, no sentido de ajudar os irmãos e irmãs do Sul, fazendo isso por meio do nosso ofício, que é a música", afirma.

 


A escolha das canções ficou a cargo de cada artista, conforme conta Rodrigo Borges. Seus tios Lô e Telo Borges e Claudio Venturini defendem a produção ligada ao Clube da Esquina, interpretando músicas como "Trem azul" e "Linda juventude". Rogério Flausino e Wilson Sideral apresentam "Dias melhores" e "Fácil", do Jota Quest.

 


Aline Calixto vai cantar "O bem", de Arlindo Cruz. O grupo Manacá da Serra e Bárbara Barcellos executam "Lamento sertanejo", de Gil e Dominguinhos. Tadeu Franco mostra sua versão para "Rock'n'Raul", de Caetano. "Também vamos contar com músicas autorais novas. Tem uma minha e do Lelo Zanetti, que fizemos para nossa banda Trilho Elétrico; tem uma do Chico Amaral e tem outra do Ian Guedes. Deixei os artistas com total liberdade para escolher os repertórios", afirma.

 


"Minas pelo Rio Grande do Sul"
Show nesta quinta-feira (30/5), às 20h, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro - 31.3236-7400). Ingressos a R$ 190 (inteira) e R$ 95 (meia), à venda na bilheteria e no site Eventim. Todo o valor arrecadado com as vendas será destinado às famílias atingidas pela tragédia climática.