Nany People incluiu trisais, relacionamentos fluidos e outras modernidades no remake da peça criada em 2007 -  (crédito: Allison Valentim/divulgação)

Nany People incluiu trisais, relacionamentos fluidos e outras modernidades no remake da peça criada em 2007

crédito: Allison Valentim/divulgação

 


Em 2007, a comediante Nany People circulou pelo Brasil com a peça “Como salvar um casamento” contracenando com um ator. De lá para cá, o mundo passou por profundas mudanças sociais e comportamentais que a fizeram reativar a montagem, transformada em monólogo. Também mudou o texto escrito há 18 anos, sob encomenda dela, por Bruno Motta e Daniel Alves.

 


Em janeiro, a nova versão estreou em Porto Alegre. Depois de passar por várias cidades, ela chega a Belo Horizonte neste sábado (1º/6), às 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec. Nany interpreta a coach de relacionamentos que dá conselhos e pitacos sobre a vida a dois (ou mais de dois).

 


Sem papas na língua, aborda da fecundação do óvulo pelo “espermatozóide machista” ao casamento de longa data, passando por novos formatos de relação e brigas conjugais. A atriz conta que apesar das mudanças no texto, o propósito inicial de discutir as relações amorosas se mantém.

 



O mote para a criação da peça foi a separação, quase simultânea, dos irmãos de Nany. “Eles tinham acabado de se divorciar e ficavam tentando me explicar os motivos. Isso me deu a ideia de falar de relacionamentos. No Festival de Curitiba, conheci o Bruno Motta, mineiro como eu, e encomendei o texto. Tinha muito o ponto de vista dos meus irmãos, mas também partia da observação de outros amigos e pessoas próximas que se separaram e se casaram de novo”, diz.

 

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Em 2023, Nany resolveu tirar o texto original da gaveta, mas percebeu que ele tinha forte viés heteronormativo. A nova montagem, assinada pelos mesmos autores, abarca as conquistas femininas, a fluidez de gênero e os formatos de relacionamento surgidos ao longo da última década e meia.

 


“Trabalhamos agora com mais pontos de vista, abordando, por exemplo, a questão dos trisais (casais formados por três pessoas). Resolvi aproveitar a vibe de palestrante motivacional, que está tão na moda, e trazer novos modelos de relações amorosas para o palco”, diz.

 


A opção por estar só em cena tem o propósito de tornar o espetáculo mais orgânico. “Quando você está contracenando, é como um jogo de basquete. O monólogo é mais um pingue-pongue entre ator e público”, pontua.

 


Nany observa que a sociedade passou por transformações, mas a essência das relações amorosas continua a mesma. Só muda de endereço. “O primeiro texto foi inspirado na separação dos meus irmãos. Hoje, estão casados de novo. Amigos se casaram e se separaram. Observando as idas e vindas de casais, vejo que muitas situações são as mesmas e perguntas continuam sem respostas”, destaca.

 


A comediante ressalta que “Como salvar um casamento” tem a função de divertir, mas também propõe reflexões úteis no dia a dia. “Quando é que vira relacionamento? Antes tinha de casar, hoje não. Quando é que fica sério? Depois de trocar fluidos, juntar as escovas de dente e tomar banho junto por dois dias seguidos? Tenho amigas que viviam relacionamentos tóxicos e só foram se dar conta disso depois de assistir ao espetáculo”, revela Nany.


Várias frentes

 

Prestes a completar 50 anos de palco, Nany está na nova temporada da série “Vicky e a Musa” (Globoplay), é jurada fixa de “Caldeirola”, quadro do programa “Caldeirão com Mion”, acabou de apresentar o “MesaCast BBB” e participará da nova rodada de “Vai que cola”.

 

 

 

 

Ela está também no filme “Vidente por acidente”, que estreou em abril. Além de “Como salvar um casamento”, circula pelo país simultaneamente com “TsuNany”, “Nany é pop!” e “Sob medida – Nany canta Fafá”.

 

“Às vezes, me apresento de quinta a domingo em quatro capitais. Chego a confundir os figurinos, sem saber que roupa uso em qual espetáculo”, conta.

 


“COMO SALVAR UM CASAMENTO”


Monólogo com Nany People. Sábado (1º/6), às 21h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete, Centro). Ingressos: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia), à venda na bilheteria do teatro e na plataforma Eventim. Classificação: 12 anos. Informações:(31) 3201-5211.