Foram 12 anos de espera, mas na vida do fã de Madonna, nada se compara à ansiedade dos últimos dois meses. Desde que começou a ser ventilado que a Rainha do Pop viria ao Brasil com a “The celebration tour”, muita gente não dormiu em busca informações, em sua maioria desencontradas, até que finalmente se confirmou a boa-nova: neste sábado (4/5), nas areias de Copacabana, a “Material Girl” encerra a turnê que começou em outubro do ano passado, passando por Europa, Estados Unidos, Canadá e México. A temporada deve bater US$ 1,5 bilhão.

 


Comenta-se que será o maior show da carreira da estrela americana. A estimativa é de 2 milhões de fãs em Copacabana, de acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro. Detalhe: a festa de réveillon na “Princesinha do Mar” reuniu 2 milhões de pessoas este ano, pelas contas da prefeitura da cidade.

 

 



 


Os números, aliás, mostram que Madonna não deixará por menos. O palco carioca é praticamente o dobro dos outros da turnê. Ocupará 812 metros quadrados em frente ao Copacabana Palace.

 


Tem pé direito de 18 metros, boca de cena de 24 metros, passarelas com 22 metros (central) e 20 metros de extensão (laterais). A estrutura está a 2 metros e 40 centímetros do chão, facilitando a visão do público.

 


“Ressentimento” em Paris

 

 

No meio de milhares de fãs que estarão no “fervo” em que as areias de Copacabana vão se transformar, o mineiro Leonardo Assumpção, de 45 anos, tem a exata dimensão da palavra celebração que batiza o show deste sábado.

 


É preciso voltar um pouquinho no tempo, até a temporada anterior da cantora, “Madame X tour”. Animadíssimo, Leo comprou, de cara, três convites para aqueless shows em Paris. Mas como vida de fã não é fácil, veio a decepção. Ele já estava com tudo pronto para embarcar, quando as apresentações foram canceladas, devido a lesões de Madonna. Com passagens aéreas e hospedagens pagas, nem cogitou desistir da viagem.

 


Foi, enfrentou cinco dias do inverno parisiense. “Madonna passou uns meses no caderninho do ressentimento”, brinca. A única lembrança que trouxe daquela temporada foi a foto na porta do teatro. Mal sabia ele que, anos depois, aquele registro lhe daria motivos para celebrar.

 


A foto na entrada do Le Grand Rex ilustrou o tuíte com o qual Leonardo chamou a atenção do banco patrocinador do evento. Sensibilizada, a instituição financeira convidou o rapaz para a área VIP do show. “Eu iria de qualquer forma”, diz Leonardo, que aponta a apresentação como “momento histórico” tanto para Madonna quanto para os fãs.

 

Estrela solidária

 


“O importante é a sensação de participar. Vai que este seja o último show da carreira dela”, comenta. “Estamos falando do maior ícone da face da Terra para todos nós, LGBTQIA+. Madonna precisa ser celebrada pelo papel importante que teve ao abrir portas. Nos anos 1980 e 1990, ela não virou as costas para as vítimas da Aids. Ao contrário, sempre as apoiou. Apoiou também as mulheres do movimento feminista. Madonna sempre soube o que estava fazendo”, elogia Leo Assumpção. “Devemos celebrá-la sempre.”

 


Leonardo não admite, mas é dono de um dos maiores acervos de BH com itens ligados à trajetória de Madonna. O primeiro objeto, a fita TDK com todas as faixas do disco “Imaculate collection” (1990), ele ganhou da amiga Fabiana Consani Moura. A prima dela, Carla, morava em Nova York, gravou as faixas e mandou para o Brasil.

 


“Ouvi a fita, que tenho guardada até hoje, e gostei”, conta Leo, que a partir dali começou sua coleção. Por alto, são 500 itens, entre CDs, revistas e recortes de jornais bem guardados em dois armários no quarto de sua casa, no Bairro Colégio Batista.

 

Colecionador mineiro guarda produtos de Madonna lançados em outros países

Edésio Ferreira/EM/D.A Press

 


“Madonnabilia”

 

Com tanto material guardado, Leonardo Assumpção criou a página “Madonnabilia” no Instagram, abastecida com as últimas sobre a estrela. No caso de algumas publicações, Leonardo compra mais de um exemplar para, no futuro, usá-los como moeda de troca com fãs do mundo inteiro.

 


Ele brinca com a frase da campanha do banco que patrocina a apresentação em Copacabana: “Sou feito de futuro”. “Porém, parece que voltamos 30 anos, quando a primeira vinda dela ao Brasil foi o caos na Terra. Foi aquele frenesi”. Aquela apresentação no Maracanã bateu recorde de público, com 120 mil pessoas.

 

Leonardo Assumpção usa as preciosidades de sua "Madonnabilia" como moeda de troca com outros fãs

Edésio Ferreira/EM/D.A Press

 

 

 

compartilhe