Ver o maior show da carreira de Madonna é aventura digna dos tempos de adolescência. A secretária executiva Carina Woldaynsky, de 51 anos, fez uma escolha no mínimo corajosa. Vai deixar a filha e o marido em Belo Horizonte para embarcar na mais radical das excursões, o famoso “bate e volta”, com um amigo.

 


No início do disse me disse sobre a vinda da estrela ao Brasil, ela se viu envolvida na avalanche de informações sobre Madonna, que chegou a ser apontada como atração do próximo Rock in Rio, em setembro.

 


“Se é para ser radical, vou ser radical no 220 volts”, brinca Carina, que escolheu a excursão nas redes sociais e pagou R$ 400. Mesmo tendo irmão morando na Tijuca, na Zona Norte do Rio de Janeiro, ela não pretende arredar pé de Copacabana. E não descarta a possibilidade de tomar uma ducha nas areias de Ipanema.

 

 


 

Acostumada a grandes shows, Carina nunca gostou de ver o set list das apresentações dos ídolos. Não será diferente com a “Celebration tour”. “Quero me surpreender e me emocionar com as canções”, explica ela, que guarda as primeiras lembranças de Madonna do início dos anos 1990.

 

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Naquela época, gravou em fita VHS a “Blond ambition world tour” exibida na televisão. No ano seguinte, foi lançado no cinema “Na cama com Madonna” (“Madonna: Truth or dare”), documentário gravado durante a turnê apontada como o divisor de águas na carreira da diva.

 


Carina viu o longa quatro vezes no extinto Cine Pathé, na Savassi, e depois comprou o DVD. Não parou por aí. A música não era a única coisa que lhe interessava. Aos poucos, foi conhecendo melhor a artista que considera revolucionária.

 


Leu a biografia “Madonna 60”, de Lucy O'Brien, lançada quando a estrela virou sexagenária (em agosto, faz 66 anos). Emocionou-se com o documentário “Strike a pose” (Netflix, 2017), no qual os bailarinos da “Blondie ambition tour” revelam a importância de Madonna na vida deles.

 

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De Londres para Copa

 

Nas areias de Copacabana, um fã mineiro vai rever Madonna e celebrar os 40 anos de carreira dela. Para o jornalista Pedro Esteves, que já viu a apresentação em Londres no início da temporada, assistir ao espetáculo no Rio de Janeiro é outra emoção.

 

“A estreia foi momento único. Havia muita especulação e certa tensão para ver como Madonna estaria depois do susto com a saúde no meio do ano passado”, lembra. Na época, a cantora ficou internada na UTI para se recuperar de uma infecção bacteriana.

 

Madonna em Londres, na estreia de "The celebration tour", em outubro de 2023

The celebration tour/Instagram

 


“O show foi tudo o que esperávamos de uma grande turnê – e mais. Foi incrível vê-la tão feliz por estar no palco novamente. O encerramento, em tão grande estilo, é a consagração de uma das turnês mais emocionantes já apresentada por Madonna. São muitos momentos especiais durante este show”, garante.

 


Se tudo correr como nas oito dezenas de apresentações de “The celebration tour”, serão 35 canções no Rio de Janeiro, divididas em cinco atos. Como é encerramento da temporada – e para mostrar que fã da diva não tem um momento de paz –, dá-se como certa a possibilidade de mais duas ou três canções no repertório.

 


Pedro Esteves aponta como um dos destaques do show a abertura, com “Nothing really matters” (do álbum “Ray of light”, 1998), canção nunca tocada ao vivo em turnê, com grande significado para este momento, diz ele.

 


“Há a brilhante coleção de sucessos performados, mas o mais emocionante é a participação dos filhos dela em vários momentos”, afirma o jornalista.

 


Pedro assistiu ao espetáculo no estádio. Agora será nova aventura, na praia de Copacabana. “O perrengue de ver o show na areia vai ser real. Só Madonna mesmo pra nos fazer passar por isso”, diz ele.

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