Um vistoso time de representantes da cena musical mineira entra em campo a fim de angariar fundos para a recuperação do Rio Grande do Sul e para apoiar os moradores das áreas atingidas pelas enchentes que ainda mantêm o estado em situação de emergência.

 




Idealizado pelo advogado Rafael Lacerda, que contou com a direção artística do cantor e compositor Rodrigo Borges, o evento beneficente "Minas pelo Rio Grande do Sul" ocupa o palco do Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes, nesta quinta-feira (30/5), às 20h.

 


Por lá vão se apresentar Rogério Flausino e Wilson Sideral, Lô Borges, Toninho Horta, Paula Santoro, Lelo Zanetti, Aline Calixto, Cláudio Venturini, Podé, Telo Borges, Chico Amaral, Tadeu Franco, Bárbara Barcellos & Manacá da Serra e Felipe Bedetti. Acompanhados por uma banda de base formada por Rodrigo Borges (violão), Ian Guedes (guitarra), Adriano Campagnani (baixo), André Godoy (bateria) e Christiano Caldas (teclado), eles vão se revezar no palco cantando, cada um, duas ou três músicas.

 

Convite do amigo


Borges conta que se envolveu no projeto a convite de Lacerda, de quem é amigo há 30 anos. "Ele teve essa ideia e me procurou para arregimentar os artistas. Pensei em nomes que tivessem uma voz amplificada, para além de Minas Gerais, com carreira e público consolidados, e que, ao mesmo tempo, fossem representativos da nossa cena, da nossa cultura", afirma.

 

Mineira radicada no Rio de Janeiro, Paula Santoro vai cantar no show coletivo, no palco do Grande Teatro Cemig Palácio das Artes

Márcia Charnizon/Divulgação

 

Veteranos e novatos

 

A escolha dos convidados foi orientada também pelo desejo de oferecer ao público um roteiro diversificado em termos de gêneros e estilos. Foram contemplados o Clube da Esquina, o pop e a música instrumental mineira, conforme aponta o diretor artístico. "Também tivemos a preocupação de misturar artistas consagrados com representantes de uma nova geração, como a Bárbara Barcellos e o Felipe Bedetti. A ideia foi ter um leque de diversidade e qualidade musical", diz.

 


Com relação à banda de base, ele comenta que "são grandes músicos, muito versáteis, tocam estilos diversos, o que possibilita a fluidez do espetáculo". Rafael Lacerda comenta que outros músicos do estado chegaram a ser sondados, mas, por questões de agenda, não puderam aderir à iniciativa.

 


Ele conta que a ideia do evento beneficente surgiu de forma muito espontânea, fruto de seu assombro diante da situação trágica que o Rio Grande do Sul atravessa. "Fiquei sensibilizado com o que estava acontecendo no Sul e pensei no que poderia fazer além de uma mera doação, algo de maior impacto. Me veio a ideia de um evento de música, mas sou advogado, não tenho trânsito nesse meio, seria um desafio", lembra.

 

Data no teatro  

 

O primeiro passo foi conseguir um espaço. Depois de fazer alguns contatos e de passar pelo secretário de estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, e pelo presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, Lacerda conseguiu reservar uma data no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes. "O passo seguinte foi entrar em contato com o Rodrigo (Borges), que abraçou a ideia. Fomos atrás dos artistas para montar o line-up e em 24 horas já tínhamos 80% dos nomes confirmados."

 


Ele destaca o espírito de solidariedade e desprendimento não só dos músicos que vão se apresentar sem cachê, como também de todos os envolvidos na produção. "São muitos detalhes, mas as coisas foram acontecendo. Quando pensei: e o segurança para os camarins? Logo me apareceu a (empresa do ramo de segurança) Anjos da Guarda e cedeu (a equipe). Foi muita gente com ótima disposição para ajudar."

 


Lacerda chama a atenção para o fato de que até a comida e a bebida para os artistas foram doadas. Com relação aos profissionais autônomos que ganham por hora trabalhada, como os roadies, ele diz que vai remunerar do próprio bolso. Rodrigo Borges destaca a força do coletivo na realização do evento. "É uma ação urgente, que toca nossos sentimentos de solidariedade, no sentido de ajudar os irmãos e irmãs do Sul, fazendo isso por meio do nosso ofício, que é a música", afirma.

 


A escolha das canções ficou a cargo de cada artista, conforme conta Rodrigo Borges. Seus tios Lô e Telo Borges e Claudio Venturini defendem a produção ligada ao Clube da Esquina, interpretando músicas como "Trem azul" e "Linda juventude". Rogério Flausino e Wilson Sideral apresentam "Dias melhores" e "Fácil", do Jota Quest.

 


Aline Calixto vai cantar "O bem", de Arlindo Cruz. O grupo Manacá da Serra e Bárbara Barcellos executam "Lamento sertanejo", de Gil e Dominguinhos. Tadeu Franco mostra sua versão para "Rock'n'Raul", de Caetano. "Também vamos contar com músicas autorais novas. Tem uma minha e do Lelo Zanetti, que fizemos para nossa banda Trilho Elétrico; tem uma do Chico Amaral e tem outra do Ian Guedes. Deixei os artistas com total liberdade para escolher os repertórios", afirma.

 


"Minas pelo Rio Grande do Sul"
Show nesta quinta-feira (30/5), às 20h, no Grande Teatro Cemig do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro - 31.3236-7400). Ingressos a R$ 190 (inteira) e R$ 95 (meia), à venda na bilheteria e no site Eventim. Todo o valor arrecadado com as vendas será destinado às famílias atingidas pela tragédia climática.

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