Selva Almada foi a Londres divulgar "Não é um rio", livro finalista do  International Booker Prize -  (crédito: Benjamin Cremel/AFP)

Selva Almada foi a Londres divulgar "Não é um rio", livro finalista do International Booker Prize

crédito: Benjamin Cremel/AFP

 

 

A argentina Selva Almada pertence ao novo grupo de escritores latino-americanos que vêm se tornando conhecidos internacionalmente. “Há mais atenção à nossa literatura nos últimos anos”, afirma a autora, de 51 anos, que concorreu ao International Booker Prize, prestigiado prêmio literário britânico, cujo resultado foi divulgado no último dia 21. A alemã Jenny Erpenbeck, com o livro “Kairos”, foi a vencedora.

 


Finalista com a tradução inglesa de “Não é um rio”, Selva Almada foi apontada pelos organizadores do Booker Prize como “uma das vozes mais poderosas da literatura latino-americana contemporânea” e “uma das intelectuais feministas mais influentes da região”.

 

 


As obras da autora argentina foram traduzidas para o francês, inglês, italiano, português, alemão, holandês, sueco, norueguês e turco.

 


“Neste momento, a literatura latino-americana é muito boa. Há variedade de autores, principalmente autoras mulheres. Escritoras diversas, muito ricas, com livros superinteressantes. E também, por sorte, são muito traduzidas para outros idiomas”, opina Selva.

 


“Quando escrevo um livro e o publico na Argentina, seu futuro é sempre bastante incerto. O fato de ser traduzido, circular e ter novos leitores, é uma grande alegria. Isso contribui para difundir a literatura argentina e latino-americana no mundo, pelo que estou duplamente feliz”, diz Selva.

 

 


Ela também publicou os romances “O vento que arrasa”, “Ladrilleros” e “Mal de muñecas”. “Não é um rio” pode ser considerado o terceiro capítulo da trilogia que explora o universo masculino.

 


“Tenho bastante curiosidade sobre o mundo dos homens. Sobretudo por imaginar as possibilidades do por que agem e como agem. Principalmente pensando que nosso continente é muito atingido pelo machismo. Trato de desentranhar, nos romances e na ficção, um pouco de como esse dispositivo funciona”, explica.

 

 


Em 2021, Selva Almada colaborou com o diretor argentino Maximiliano Schonfeld no filme “Jesús López” e foi finalista do Prêmio Bienal de Novela Mario Vargas Llosa, também com “Não é um rio”. O mesmo romance ganhou o prêmio italiano IILA-Letteratura, em 2023. (AFP)