Córrego do Capão, em Venda Nova, onde moradores procuram empreender ações para mantê-lo limpo 
 -  (crédito: André Carvalho/Divulgação)

Córrego do Capão, em Venda Nova, onde moradores procuram empreender ações para mantê-lo limpo 

crédito: André Carvalho/Divulgação

As grades do Parque Municipal se transformam nesta quarta-feira (5/6) em galeria a céu aberto, para receber a exposição “Lembra: isto é rio”, na qual André Carvalho apresenta 19 fotografias de diferentes cursos d’água da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

A mostra integra a programação do Festival do Clima, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, e fica em cartaz até o próximo dia 30. A abertura, hoje, contará com a presença de lideranças na proteção das águas de BH e visita guiada.

 


“Temos duas grandes bacias hidrográficas em Belo Horizonte: a do Ribeirão Arrudas e a do Ribeirão Onça. Queríamos privilegiar vários pontos dentro das bacias, por isso trabalhamos com fotos desde Contagem até o limite com Sabará”, diz André Carvalho.

 


O fotógrafo observa que “quando falamos ‘córrego’, as pessoas tendem a pensar em esgoto e cursos d’água necessariamente poluídos. A exposição busca revelar a beleza desses locais”.


O trabalho faz parte de projeto de extensão homônimo da Escola de Arquitetura da UFMG. “O projeto busca olhar para águas urbanas que não são apenas sinônimo de enchentes, tragédia e esgoto”, afirma Roberto Andrés, coordenador geral do projeto de extensão. “Temos rios e córregos que correm limpos em BH e que podem apontar para um futuro de convivência de uma cidade sensível às águas.”

 

Imagem aérea do Ribeirão Arrudas, no limite com Sabará

Vista do Ribeirão Arrudas, no limite com Sabará, é uma das 19 imagens da exposição

André Carvalho/Divulgação

 

Córregos e cachoeiras

 

André Carvalho fotografou córregos e cachoeira, como Cercadinho, Capão, Acaba Mundo, Joões, Izidora, Onça, Arrudas e Brejinho, entre outros.


“As fotografias do André Carvalho jogam luz na riqueza e na diversidade das águas do território de Belo Horizonte e cidades da Região Metropolitana. Temos cachoeiras, quedas d’água, corredeiras com leitos de pedra, bicas em que as pessoas abastecem suas casas e nascentes com pequenas piscinas em que as crianças vão nadar. Infelizmente, também temos muita água poluída, porque o poder público não faz a sua parte na coleta e interceptação do esgoto”, diz Andrés.

 


A população que atua na revitalização dos cursos d’água de maneira informal também foi ouvida e retratada por André Carvalho. Segundo o fotógrafo, os moradores constituem uma frente poderosa na manutenção destes locais.


“Há o esforço de grupos formados por moradores para lutar pela limpeza das águas. É graças a esse esforço que o córrego do Capão, por exemplo, hoje tem uma parte mais limpa, com peixes e pássaros que voltaram para a região.”


Roberto Andrés reforça os diversos usos e significados que podem ser atribuídos às águas da cidade. “Temos imagens de cachoeiras que parecem ser da Serra do Cipó, mas que, na verdade, são do Ribeirão da Onça e do Ribeirão Arrudas. Nossos cursos embelezam as paisagens e podem proporcionar lazer, diversão e bem-estar”, afirma o coordenador.


“LEMBRA: ISTO É RIO”
Abertura da exposição nesta quarta (5/6), às 17h, nas grades do Parque Municipal, próximo à portaria Afonso Pena (Av. Afonso Pena, 1.377 - Centro). Visita guiada, aberta ao público, também às 17h, saindo do Teatro Francisco Nunes.


*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes