Tuca Andrada afirma que o público de BH "é sempre aberto à obra. É a maior participação de todas as cidades" -  (crédito: Helvécio Carlos/EM/DA Press)

Tuca Andrada afirma que o público de BH "é sempre aberto à obra. É a maior participação de todas as cidades"

crédito: Helvécio Carlos/EM/DA Press

Em cartaz no CCBB-BH até 24 de junho, o espetáculo “Let's play that ou vamos brincar daquilo” revive a obra do piauiense Torquato Neto (1944-1972), poeta, jornalista, agitador cultural, compositor, cineasta, ator e um dos ideólogos da Tropicália.

 
A peça, que estreou em 24 de maio, é interpretada pelo ator pernambucano Tuca Andrada, que divide a direção com Maria Paula Costa Rêgo. Em entrevista ao Estado de Minas, Tuca explica como está sendo a experiência de se apresentar e viver um mês na capital mineira.

 

 


“Apesar de ter muita ladeira, Belo Horizonte é uma cidade muito boa para andar. Gosto de lembrar que as ruas daqui são muito bonitas, tem umas construções e casas antigas. Então, eu tenho adorado. Não só eu, como todo mundo do espetáculo tem andado bastante e aproveitado para fazer turismo”, afirma o ator.


Mercado Novo e museus

 

Um dos principais pontos turísticos de BH, o Mercado Central já foi visitado pelo artista em outras viagens. Desta vez, Tuca foi em busca de dispositivos culturais, bares e restaurantes. “Agora estou tendo a chance de conhecer mais alguns pontos da cidade, fui ao Mercado Novo e gostei muito. Fui aos museus do Circuito Liberdade, que tem umas coisas bem interessantes”, afirma.


Tuca também foi surpreendido pela terceira edição da Festa da Luz, que ocorreu entre 23 e 26 de maio, no Hipercentro da capital. “Achei lindo e adorei aquilo. É muito bom que esses eventos possam acontecer cada vez mais, porque é uma coisa que reúne as pessoas e que faz com que elas vivam a cidade. Eu sou fascinado por coisas de projeção de luz, então, para mim, teve um sabor especial. Depois sentei nos restaurantes que tem ali e fiquei assistindo àquele espetáculo, bebendo e comendo. Foi uma maravilha”, diz o pernambucano.


Na segunda semana de apresentações, o ator também comentou como tem sido a resposta do público ao espetáculo, que quer tornar mais popular a obra “esquecida”, segundo o ator, de Torquato Neto, que se suicidou aos 28 anos. “Maravilhosa. Aqui é muito legal, porque todo mundo tem alguma coisa para me perguntar, alguma história para contar, seja sobre aquilo que calha, sobre Torquato ou sobre quem viveu aquela época e tudo isso está sendo intenso.”


Plateia 10

 

Contemporâneo de Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Chico Buarque, Maria Bethânia e tantos outros, o artista piauiense foi figura essencial na agenda cultural e de protestos no período da ditadura militar brasileira. Durante a interpretação dos textos, Tuca, que se vê como um “contador de histórias”, abre espaço para uma conversa coletiva.

 


“Estou adorando outra coisa aqui também, que é o amadurecimento do espetáculo (antes, o ator passou por Recife e São Paulo). Isso é muito bom, porque é um espetáculo que demanda muito fôlego. O público (de BH) é sempre aberto à obra. É a maior participação de todas as cidades”, afirma.


A expectativa, agora, segundo Tuca, é receber dos espectadores algo novo sobre Torquato Neto, artista que o ator pesquisou por cerca de 20 anos. “Sou louco para que apareça alguém que me fale alguma coisa que eu não saiba. Fico no aguardo.”


"LET'S PLAY THAT OU VAMOS BRINCAR DAQUILO"
Monólogo com Tuca Andrada, em cartaz até 24 de junho. Sessões de sexta a segunda, sempre às 19h, no Teatro 2 do CCBB BH, na Praça da Liberdade. Ingressos: R$ 30 (inteira), à venda na bilheteria local e no site https://ccbb.com.br/belo-horizonte/. Em 15/6 haverá sessão em libras e bate-papo com Tuca Andrada após o espetáculo. Informações: (31) 3431-9400.


* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro