Isabel Fillardis, Vitória Strada e Emiliano d’Ávila compõem o elenco da trama sobre assassinato misterioso numa chácara, no Dia dos Namorados
 -  (crédito: Márcio Freitas/Divulgação)

Isabel Fillardis, Vitória Strada e Emiliano d’Ávila compõem o elenco da trama sobre assassinato misterioso numa chácara, no Dia dos Namorados

crédito: Márcio Freitas/Divulgação

 

Quando um mal-entendido se dá entre pessoas instáveis, as consequências podem ser fatais. É o que mostra a peça “Abismo de rosas: uma comédia policial”, em cartaz nesta sexta (7/6) e sábado, no Centro Cultural Unimed-BH Minas.

 


Com dramaturgia de Claudio Simões e direção da dupla Emiliano d’Ávila e Junior Vieira (que também dirigiu “Nosso sonho”, cinebiografia de Claudinho & Buchecha); “Abismo de rosas” deixa o público em suspense logo no início: no Dia dos Namorados, duas mulheres e um homem são atraídos para uma chácara abandonada por alguém desconhecido; horas depois, a imprensa anuncia um crime cometido no local.

 


Na chácara, estão Juliano (Emiliano d’Ávila), Lucinha (Vitória Strada) e Beth (Isabel Fillardis). Aos poucos, vamos conhecendo cada um deles e descobrindo que são potenciais vítimas e assassinos.

 


Juliano é um magistrado machista, ciumento e obcecado a ideia de matar e morrer por amor (“Quem não ama, não mata”, costuma repetir para sua terapeuta). Beth é terapeuta de Juliano, está se descobrindo lésbica aos 50 anos e acabou de ser abandonada pela mulher que ama. Já Lucinha é a secretária caipira de Beth, que vive uma crise no casamento com seu marido insensível e desinteressado na relação.

 


Dois papéis

 

Tais contextos são apresentados por subtramas cômicas, que vão dando ritmo para o espetáculo e ajudando a amarrar a dramaturgia. Isso, no entanto, faz com que cada um dos atores interprete dois personagens.

 


D’Ávila, por exemplo, vive Juliano e Zé, o marido insensível de Lucinha. Strada se divide entre Lucinha e Cândida, o amor de Beth. E Fillardis faz a terapeuta Beth e Júlia, esposa evangélica de Juliano.

 


“Por muitos anos, essa peça ficou marcada na minha memória, sendo a que eu mais tinha gostado de assistir”, conta D’Ávila, lembrando que assistiu, em 1997, à primeira montagem de “Abismo de rosas”, que tinha Wagner Moura no elenco.

 


A montagem que chega agora a Belo Horizonte, entretanto, é praticamente inédita. Isso porque certas passagens no texto original foram modificadas para se adaptarem aos tempos atuais. Falas machistas de Juliano, por exemplo, são criticadas em cena e seus atos indignos acabam se voltando contra ele de alguma forma.

 


“Muita gente acha que, para resolver questões delicadas assim, deve-se retirar o personagem. Mas eu discordo, acho que ele deve continuar, porque é o vilão. No entanto, deve ‘sofrer’ por aquele comportamento”, destaca D’Ávila.

 


Além disso, complementa Fillardis, “através do humor, são colocados em xeque questões sérias, como espelhos da sociedade. Falo de relacionamentos tóxicos, que levam a uma série de tragédias”, afirma.


“ABISMO DE ROSAS: UMA COMÉDIA POLICIAL”
Texto original: Claudio Simões. Direção: Emiliano d'Ávila e Junior Vieira. Com Emiliano d’Avila, Isabel Fillardis e Vitória Strada. Nesta sexta-feira (7/6), às 21h; e sábado (8/6), às 20h. No Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos à venda por R$ 100 (plateia 1/inteira) e R$ 39 (plateia 2/inteira), na bilheteria do teatro ou no site Sympla. Meia-entrada na forma da lei. Mais informações: (31) 3516-1360


Outro espetáculo

>>> MARCAS DO TEMPO

De Alan Najara. Peça aborda temáticas relacionadas ao processo histórico de exclusão, extermínio e escravização de povos originários e africanos. Neste domingo (9/6), às 19h, no Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado (Rua Jauá, 80, Alípio de Melo). Entrada franca, mediante retirada de ingressos no site Sympla.