Com seu novo projeto,  a Solar Big Band, Henrique Portugal afirma que está na fase da  vida em que deseja "realizar sonhos" -  (crédito: Weber Padua/Divulgação)

Com seu novo projeto, a Solar Big Band, Henrique Portugal afirma que está na fase da vida em que deseja "realizar sonhos"

crédito: Weber Padua/Divulgação

Henrique Portugal nunca quis cantar profissionalmente. “Na época do Skank, eu fazia, no máximo, um backing vocal rapidinho. Mas cantar mesmo nunca foi a minha, não”, diz ele. Foi a esposa, Daniela Portugal, que fez com que ganhasse confiança para assumir os microfones e se tornar o frontman de seu projeto pós-Skank, a Solar Big Band.

 


“Ela me pediu para gravar uma música para ela. Uma música de que ela gostava muito”, lembra Portugal. A canção era “Olha”, de Roberto Carlos, a faixa-título do EP que a Solar Big Band lança nesta sexta-feira (7/6) nas plataformas digitais.

 

 

 


O EP conta com quatro faixas que são versões de artistas e gêneros muito distintos, todas com percussão desenhada por Marco Lobo e arranjos de cordas desenvolvidos pelo norte-americano Matt Jones, que já trabalhou com John Legend e Justin Timberlake.

 


A sonoridade das cordas, aliás, faz referência à pintura “A persistência da memória”, de Salvador Dalí, na qual relógios se derretem.

 


“É uma técnica que aparece nos detalhes, como se o som das cordas fosse se desmanchando ao final da frase musical, assim como os relógios do Dalí”, explica.

 

 


Além da faixa-título, Portugal também gravou “Ticket to ride”, dos Beatles; “El día que me quieras”, de Carlos Gardel; e “Eu sei que vou te amar”, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim.

 

Nova roupagem

 


Aos 59 anos e depois de dedicar 32 deles ao Skank, Portugal quer fazer coisas diferentes e gravar canções de artistas que gosta de ouvir, explorando com intensidade novas sonoridades. Desse desejo nasceu “Olha”, cujas canções ganharam nova roupagem, completamente diferente das versões gravadas originalmente.

 


“Estou em uma fase da vida em que quero realizar sonhos, não quero ter que provar nada para ninguém. E este disco vem justamente de um sonho meu. Vejo que, na área de lançamento das plataformas, são colocadas em destaque somente músicas para os jovens. A música dos adultos, quando falo 'música de adulto', quero me referir às canções que as pessoas da minha idade gostavam de ouvir, fica ofuscada, de modo que tais adultos ficam como órfãos. Gravei o álbum justamente para dar projeção para essas músicas”, afirma.

 

 

Redes sociais

 

Até o final do ano, o músico ainda pretende lançar mais um “pacote de canções”, em projetos diferentes. Versões de músicas que pertencem a diferentes gêneros com roupagem nova, a exemplo de “Olha”, e também um disco de inéditas.

 


“Aprendi que não dá para lançar um disco com várias faixas. As pessoas, tanto os jovens quanto os mais velhos, não têm mais paciência para escutar um álbum de 30, 50 minutos. Então, vou lançando aos pouquinhos”, ressalta.

 


Portugal reflete sobre o efeito das redes sociais na música atualmente. “Até pouco tempo atrás, a gente sempre escutava que deveria pensar fora da caixa, né? Mas, hoje, os algoritmos nos colocaram em caixas. Portanto, não devemos mais pensar fora da caixa, e sim sabermos em qual caixa estamos e ir naquele público.”

 

EP de Samuel

 

Samuel Rosa, ex-vocalista do Skank, agora em carreira solo, lança também nesta sexta-feira (7/6) novo projeto. O single “Segue o jogo” chega às plataformas como prévia do álbum solo homônimo, que será lançado em 27 de junho.

 

 

“OLHA”


EP da Solar Big Band, com quatro faixas, chega às plataformas digitais nesta sexta-feira (7/6).