Equipe da Marinha brasileira recolhe destroços do avião da Air France no Oceano Atlântico -  (crédito: Marcos Pint/AFP/Air France/2009)

Equipe da Marinha brasileira recolhe destroços do avião da Air France no Oceano Atlântico

crédito: Marcos Pint/AFP/Air France/2009

 

 

A Globoplay exibe o documentário “Rio Paris – A tragédia do voo 447”, acidente que completou 15 anos em 31 de maio. Morreram as 228 pessoas – 58 brasileiros – da Air France que viajavam do Brasil para a capital francesa. Produzida pela equipe de jornalismo da TV Globo, a docussérie com quatro episódios relembra a tragédia que mudou a segurança da aviação mundial.

 


Técnicos que participaram das investigações, especialistas em aviação, jornalistas que cobriram o caso e familiares das vítimas foram ouvidos. Muitos lutam até hoje para que a Air France e a fabricante de aeronaves Airbus sejam responsabilizadas.

 

 

 


Novo julgamento

 

Em 2023, a companhia aérea e a empresa foram absolvidas da acusação de homicídio culposo pela Justiça francesa. A promotoria de Paris recorreu e novo julgamento será realizado, sem data marcada.

 


A francesa Ophélie Toulliou, que perdeu o irmão no acidente, revela as desconfianças de familiares pela demora para achar as caixas-pretas, encontradas quase dois anos depois da tragédia.

 


“Como é possível que um avião desapareça, com toda a tecnologia que já tínhamos naquela época? Então começamos a criar histórias na nossa cabeça, pensando que talvez eles não quisessem encontrar este avião”, diz ela.

 


Grande mistério

 

Nos Estados Unidos, foi entrevistada a física e pilota Colleen Sterling, da empresa Metron, responsável pelos cálculos que ajudaram a localizar o avião e as caixas-pretas. “Esse foi um dos grandes mistérios da aviação, e a aviação comercial é tão segura. Eu me lembro de não acreditar. Pensava: como eles podem perder um avião assim?”.

 


A equipe do documentário ouviu Jean Paul Troadec, diretor do escritório francês de investigações e análises, o BEA, que investigou o caso.

 


“Talvez possamos considerar que cometemos um erro. Nós depositamos muita confiança no fato de que os emissores das caixas seriam detectados. Se não os detectamos, pensamos que o avião não poderia estar lá. Quem poderia imaginar isso?”, afirmou ele.

 


A dublagem da docussérie foi realizada por inteligência artificial (IA). Em vez de contratar dubladores profissionais para interpretar em português o que dizem os entrevistados em outros idiomas, as falas surgem robóticas, na avaliação dos internautas, por terem sido criadas com a tecnologia a partir das vozes das pessoas.

 


No início de cada episódio, exibe-se o aviso sobre como as dublagens foram feitas. Os entrevistados que não aceitaram ser dublados tiveram suas falas legendadas.

 


“A versão em português das entrevistas em língua estrangeira para este documentário foi feita a partir da voz dos próprios entrevistados, com o uso de inteligência artificial, respeitando-se todos os direitos e leis aplicáveis. O conteúdo das dublagens é fiel às entrevistas originais”, diz o comunicado. (Folhapress)

 

“RIO-PARIS – A TRAGÉDIA DO VOO 447”


Docussérie dirigida por Rafael Norton. Os quatro episódios estão disponíveis na plataforma Globoplay.

 

 

NOVOS PROCEDIMENTOS

 

De acordo com a Força Aérea Brasileira, diante de condições meteorológicas precárias, ocorreu uma sucessão de eventos atípicos durante o voo 447.

 

“De problemas no tubo de Pitot, que levariam a inconsistências nas informações de voo, às interpretações destas informações no processo decisório dos pilotos, a aeronave perderia sustentação, descendo vertiginosamente de seus 10 mil metros de altitude para, ainda com a cabine pressurizada, para colidir com o mar”, aponta o Departamento de Controle Aéreo.

 

Após a tragédia, várias medidas passaram a ser adotadas mundialmente, como o aprimoramento dos sistemas de comunicação e rastreamento; aumento do compartilhamento de dados e informações entre países, companhias aéreas e fabricantes de aeronaves; revisão e atualização de regulamentações; fortalecimento da cooperação internacional no setor de aviação; e reforço no treinamento de capacitação de profissionais. (Da redação)