Aos 21 anos, cantor e compositor Will Santt afirma que João Gilberto veio para somar,  assim como Caetano, Gil e Djavan -  (crédito: @Douglas.Shindy/Divulgação)

Aos 21 anos, cantor e compositor Will Santt afirma que João Gilberto veio para somar, assim como Caetano, Gil e Djavan

crédito: @Douglas.Shindy/Divulgação

 

 

Herdeiro do legado de mestres como João Gilberto, Tom Jobim e Roberto Menescal, o cantor e compositor paulista Will Santt lança nas plataformas digitais o álbum “Will Santt – Ao vivo no Blue Note SP” (Blue Stage). O trabalho reúne nove canções autorais do artista, além de “Rosa morena”, releitura do clássico de Dorival Caymmi.

 


Nascido em Guaianases, na Zona Leste de São Paulo, com 21 anos e se apresentando à la João Gilberto (1931-2019), com voz e violão, Will vem sendo apontado como o novo nome da bossa nova.

 

 

 


O álbum, fruto de parceria da Musickeria e do próprio Blue Note, traz uma canção inédita de Will, “Anil divinil”. O artista já vinha apresentando as outras faixas em seus shows – entre elas, "O bem, mulher", "Aranhol", "Amsterdã", "Quando chover", "Meu caminho" e "Lamento de Deus".

 


Will conheceu a bossa nova quando tinha 10 anos. “Aprendi a tocar violão sozinho naquela época, aliás, costumo dizer que sou autodidata. Certo dia, estava fazendo uma pesquisa de vídeos, deparei com Tom Jobim e Elis Regina cantando ‘Águas de março’ e me apaixonei na hora. Acredito até que foi um encontro de almas, digamos assim, pois logo em seguida peguei o violão e comecei a tirar os primeiros acordes daquela canção."

 

 


Dois anos depois, conheceu a obra de João Gilberto e, de lá para cá, vem estudando esse tipo de repertório cada vez mais. “Minha identidade musical já vinha bem estruturada com os primeiros nomes que escutei. João Gilberto foi um artista que veio para eu aprender com ele e aprimorar o meu violão. Ele tinha um jeito diferente de cantar, com o instrumento um pouco mais atrasado, tendo a voz mais à frente do violão e, às vezes, o contrário disso. É uma estética interessante, porque é muito própria. O jeito que ele cantava caminha muito entre o tempo do violão... a voz dele parecia brincar com o compasso.”

 

Voz e violão

 


Will conta que tanto o disco de estúdio quanto o ao vivo foram gravados com voz e violão. “Não tenho costume de fazer shows com banda. ‘Will Santt – Ao vivo' é um disco bem legal, diferente do original. Ele tem características diferentes na maneira que canto e toco. O álbum ao vivo surgiu a partir da gravação de estúdio de ‘Meu caminho’, lançado em setembro do ano passado. Tiramos esse trabalho do ar para uma organização dentro do nosso escritório, porém ele será relançado agora em julho.”

 

 

 


Sobre os novos projetos, Will cita o relançamento do disco de estúdio “Meu caminho”, no mês que vem, e releitura de uma canção de João Gilberto (que ele guarda a sete chaves), em agosto, além de um disco em homenagem ao artista baiano, que completaria 93 anos.

 

“Em 2025 completará cinco anos de sua morte. Já no início de 2025, para celebrar meus 22 anos, penso em lançar um álbum duplo com 22 canções autorais”, enumera.

 

 

Turnê europeia

 

Will participou, em janeiro deste ano, do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, a convite da cantora africana Angélique Kidjo. Agora em julho embarca para nova turnê na Europa – Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra e Bulgária –, onde fará homenagem a João Gilberto, mas também menção ao disco ‘Meu caminho’.”

 


Sobre a comparação com o mestre baiano da bossa nova, Will diz: “Não acho que sou um novo João Gilberto. Ele não está mais entre nós, mas deixou discípulos e muitas pessoas admiram o seu trabalho. Não me considero assim, porque tenho uma musicalidade muito particular. Quando o conheci, já sabia o que eu fazia. E o João Gilberto veio mesmo para somar, como vieram Caetano Veloso, Gilberto Gil e Djavan. Todos fazem parte da minha escola musical.”

 


“WILL SANTT – AO VIVO NO BLUE NOTE SP”


• Disco de Will Santt
• 10 faixas
• Blue Stage
• Disponível nas plataformas digitais