Rodada em favelas do Rio de Janeiro, nova série do globoplay tem 70% do elenco formado por atores negros
 -  (crédito: Globoplay/divulgação)

Rodada em favelas do Rio de Janeiro, nova série do globoplay tem 70% do elenco formado por atores negros

crédito: Globoplay/divulgação

 

 

A violência no Rio de Janeiro é recorrente na vida do carioca e de quem acompanha o dia a dia daquela que foi uma cidade maravilhosa. Tão difícil quanto acreditar que a cidade terá paz é tentar entender o que deu errado, transformando segurança em artigo raro e urgente.

 


A partir desta quinta-feira (13/6), com a estreia da série “O jogo que mudou a história” (Globoplay), vamos entender que o problema sempre foi muito maior do que nos contaram.

 

 


Com direção-geral de Heitor Dhalia, a nova produção, parceria da Globoplay com o AfroReggae Audiovisual, tem 10 episódios – dois serão exibidos a cada quinta-feira. Criador e produtor do projeto, José Júnior, em entrevista coletiva on-line, afirmou que o que os jornalistas viram nos dois primeiros episódios “é uma série que vai impactar quem assistir”. Ele não exagerou.

 


Nos primeiros episódios, há decapitação, castração e estupro coletivo do rapaz preso por ter atropelado e matado a filha de um coronel. Enviado para o presídio de Ilha Grande, de segurança máxima na época, convive com os presos mais perigosos do país. Ali acontecem os fatos que vão moldar o crime organizado no Brasil.


Pedra fundamental

 

“A série conta como surgiu a pedra fundamental dos grupos armados no Rio de Janeiro. A primeira facção, a Falange Vermelha, surgiu em 1979, no que ficou conhecida como a Noite de São Bartolomeu, na Ilha Grande. Além das facções, vamos mostrar a primeira grande guerra entre a Falange Vermelha e o 3º Comando na disputa por Vigário Geral e Parada de Lucas, que durou 25 anos”, disse José Júnior.

 

Leia também: Série "A divisão" é outra produção da Globoplay e AfroReggae Audiovisual sobre a violência no Brasil

 


Ao contrário de séries e filmes baseados em pontos de vista de jornalistas ou da polícia, “O jogo” traz a visão do preso, do bandido, do morador de favela e do agente penitenciário.

 


“As referências que tenho não li em livros ou estão no Google. São histórias que ouvi ao longo de 30 anos nas favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas”, afirmou o criador do seriado. "Conversei com muitas pessoas presas na época, com agentes penitenciários, além de consultores e egressos do sistema penal”, detalhou.

 


Ao roteiro não foi permitida quase nenhuma liberdade poética. Exceto quando cinco, seis personagens foram reunidos em apenas um, reforçou o produtor.

 


A série tem 12 protagonistas e 70% do elenco formado por atores pretos, “o que é um dado importante”, destacou José Júnior, com orgulho.

 


Os cenários são reais, com locações nas favelas Tavares Bastos, Vigário Geral, Parada de Lucas e Rocinha, além dos presídios Bangu I e Frei Caneca. O criador da série chama a atenção para a trilha sonora, na qual predominam funk, miami bass, samba e samba rock.

 


“O JOGO QUE MUDOU A HISTÓRIA”


Direção-geral: Heitor Dhalia. Criação: José Júnior. A série, com 10 episódios, estreia nesta quinta (13/6) no Globoplay. A cada quinta-feira, serão exibidos dois novos capítulos.