Gloria Groove anuncia capa de 'Serenata da GG', seu primeiro projeto de pagode -  (crédito: Divulgação)

Gloria Groove anuncia capa de 'Serenata da GG', seu primeiro projeto de pagode

crédito: Divulgação

Em “Lady Leste” (2022), Gloria Groove quis mostrar seu potencial para sacramentar a imagem de cria de São Paulo. Já em “Futuro fluxo” (2023), a drag se inspirou em hits do funk com letra e melodia despojadas para compor as 13 faixas. Agora, ela tenta retornar às origens com “Serenata da GG, Vol. 1”, álbum ao vivo de pagode lançado nas plataformas digitais.

 
O novo projeto marca a estreia da cantora no gênero. E, para comemorar, foram convidados nomes como Alcione, Belo, Ferrugem e Gina Garcia, ex-backing vocal do Raça Negra e mãe de Gloria. No volume dois do disco, ainda sem data de lançamento, participam Ana Carolina, Mumuzinho, Sampa Crew e Menos é Mais.

 

 


“O pagode está na minha vida desde que eu estava na barriga da minha mãe”, disse Gloria, em coletiva de imprensa, lembrando que Gina Garcia só se afastou dos palcos no oitavo mês de gravidez. “Então, chegar nesse álbum foi um processo muito natural. Foi ali que eu nasci, foi ali que tive contato pela primeira vez com os músicos e com grandes vozes”, acrescentou.

 

 


Ao longo das 13 faixas de “Serenata da GG, Vol. 1”, Gloria canta loucuras de amor, sonhos românticos e, claro, desilusões amorosas. São músicas autorais inéditas e regravações (caso de “A tua voz”, “Raio laser”, “Meu anjo” e “Radar”) com estética sonora que relembra os anos 1990, quando houve um boom do pagode no Brasil. A diferença é que, agora, quem assume os vocais é uma drag queen, numa “mistura de Belo com Fernanda Lima”, conforme brincou a cantora.


Sucesso no Spotify

 

Surgiram críticas ao novo projeto. Perfis em redes sociais acusaram Gloria de tentar agradar o público heterossexual preterindo a comunidade LGBTQIA+. A reprovação nas redes, contudo, não influenciou a recepção do disco. Em duas semanas, “Serenata da GG, Vol. 1”, lançado no final de maio passado, chegou a ser reproduzido quase 10 milhões de vezes no Spotify, e a faixa “Nosso primeiro beijo” passou a ser a canção de pagode mais ouvida do país na plataforma.

 
“Gosto da sensação de movimentar pauta, gerar conversa e fazer alguém falar: 'Meu pai era o cara mais homofóbico do mundo, mas, agora, ele te acha muito foda e já desmantelou um pouco do preconceito aqui e ali'. Acho que facilitar a existência do outro é uma coisa que todo artista deveria fazer”, afirma Gloria.

 


E por falar em “movimentar pauta” e “gerar conversa”, a cantora não se furtou a tocar em temas relacionados à comunidade LGBTQIA+. “Para pessoas como eu, uma bicha afeminada, que vem de uma vivência simples e de uma familia que não é abastada, o abandono e a falta de amor ainda são questões muito sérias e que acabam gerando consequências para o resto da vida”, disse.

 

“Percebi que, dentre alguns dos meus privilégios, esses (amor e acolhimento) são os maiores. Porque não é fácil pra gente dizer que tem amor, que tem apoio e que tem acolhimento da família”, comenta.
“Serenata da GG, Vol. 1” chega exaltando o amor, com canções que Glória diz se orgulhar de ter feito. E promete: “Quero continuar cantando essas músicas quando for uma drag bem velhinha”. 

 

“SERENATA DA GG, VOL. 1”
Disco de Gloria Groove
13 faixas
SB Music
Disponível nas plataformas digitais