Compositor e instrumentista Samy Erick afirma que "Pangeia" 
 traz "algo do Nordeste" que ele carrega dentro de si -  (crédito: Thaís Ganga/Divulgação)

Compositor e instrumentista Samy Erick afirma que "Pangeia" traz "algo do Nordeste" que ele carrega dentro de si

crédito: Thaís Ganga/Divulgação

 

De volta ao streaming depois de lançar “Rebento”, em 2017, Samy Erick lança seu segundo álbum instrumental, “Pangeia”. O disco, disponível nas plataformas digitais a partir desta sexta-feira (21/6), traz nove faixas autorais. A produção é do próprio artista mineiro, em parceria com o saxofonista Breno Mendonça. Para Samy, o novo trabalho evoca a ideia do supercontinente original, simbolizando a proximidade e conexão entre culturas que só o continente único poderia criar.

 


“Já tinha pensado nesse nome ‘Pangeia’ e comecei a usá-lo como ideia de um show. Porém, no período da pandemia, surgiram as nove músicas, uma delas feita em parceria com o baixista Aloísio Horta, que é ‘Caminhos’. A partir daí, o nome ‘Pangeia’ fixou mesmo”, explica Samy, se referindo à enorme massa de terra continenta, banhada por um único oceano que começou a se fragmentar há 230 milhões de anos e deu origem aos atuais continentes.

 

 

 


Em relação ao disco “Rebento”, premiado pelo BDMG Instrumental, o artista garante que o novo trabalho é mais denso. “Ele tem uma sonoridade puxada para outras coisas, como o rock. Na verdade, queria que ele tivesse uma pegada mais experimental. Então, ‘Pangeia’ tem essa ideia de conexão. Como se fosse uma Pangeia moderna, o mundo se conectando novamente, não pelo território em si, mas pela tecnologia, enfim, pela facilidade hoje de acesso às coisas, às culturas e tudo mais.”


Funk e rock

 

“Pangeia” e “Digêrus”, segundo o músico, são as duas faixas que sintetizam o disco. “Interessante é que elas não têm uma característica específica de ser funk ou rock, é uma coisa misturada, que é essa minha ideia da Pangeia. ‘Caminhos’, parceria com o Aloísio, tem essa coisa da música mineira, talvez algo mais de canção, assim como ‘Distante’. O que acho que liga todas as faixas é a questão da instrumentação e dos arranjos, porém as músicas têm diferenças até grandes.”

 

 

 

 

Com pai pernambucano e mãe baiana, Samy conta que o disco também carrega uma marca sua, “algo do Nordeste”. “Isso é uma coisa que já vem lá do ‘Rebento’ e que também está presente em ‘Pangeia’.” Assim como a homenagem a Hermeto Pascoal, em “Salve o campeão”.

 


“Para mim, Hermeto é uma porta, o bruxo. (O disco) 'Quarteto novo' (Odeon, 1967) serviu de inspiração. Tem ‘Agreste’ que também tem essa pegada nordestina, uma coisa mais de paisagem. Tem ‘A vela e o vento’, que é uma música com a qual quis brincar um pouco com a coisa do maculelê”, detalha Samy.

 


Já “Inocência”, para o músico, tem uma pegada mais funk. "Uma coisa mais moderna e a fiz inspirada em na série ‘Olhos que condenam’, que tem essa temática de preconceito. Essa música tem também essa sonoridade mais densa, uma coisa que retrata isso um pouco.”


Novo projeto

 

Apesar de estar focado no lançamento de “Pangeia”, Samy Erick adianta que um novo single deverá lançado em setembro, “Misturada”, que está no disco “Quarteto novo’. “A gente já até gravou essa música do Airto Moreira, porém ela não entrou no novo disco, porque achei que seria legal lançá-la depois. Mas tem outras músicas que tenho trabalhado, aliás, a minha linha de raciocínio é canção. Inclusive 'Caminhos' era para ser uma canção, mas como não achamos um letrista a tempo, ficou essa versão mesmo. Mas dentro do próprio ‘Pangeia’ tem música que já ganharam letra, porém isso é um projeto para o futuro.”

 

Capa do álbum Pangeia

Capa do álbum Pangeia remete a várias culturas

Reprodução

 

“PANGEIA”


Disco de Samy Erick
Nove faixas
Disponível nas plataformas digitais