Novo projeto da cantora, compositora e atriz Letrux, que nasceu de conversas com seu parceiro de vida e arte Thiago Vivas, “Alfabeto sonoro” chega a Belo Horizonte nesta sexta-feira (21/6), n'Autêntica. No show intimista de voz, violão e piano, ela interpreta canções cujos títulos correspondem às letras, de A a Z.
O repertório é eclético: vai de Jobim ao Grupo Raça, passando por Carole King, Paralamas do Sucesso e Mombojó. As canções são intercaladas por poemas que seguem a mesma toada, assinados por autores de várias épocas e lugares.
Letrux conta que sempre foi cantora autoral e aprendeu a tocar instrumento musical tendo em mente compor, mas agora abriu espaço para a intérprete.
“Há 20 anos, fiz meu primeiro show. Há 20 anos tenho a veia da autoralidade. Amo música, escuto música o tempo inteiro, então em algum momento o bichinho da intérprete foi chegando. Me deu vontade de cantar as músicas que me fizeram ser a cantora que sou”, diz.
Livros de poesia
Por outro lado, Letrux sempre foi ligada à poesia. Ela publicou dois livros: “Zaralha: abri minha pasta” (2015) e “Tudo que já nadei” (2021).
A ideia de trabalhar com o alfabeto veio da íntima relação com a palavra. “Conversando com Thiago, falei que a gente tinha de fazer um show de A a Z. Nessa brincadeira, a gente consegue fazer um passeio muito global, porque tem poeta vivo do Rio de Janeiro, tem poeta morto da Antiguidade, tem música do Tom Jobim, tem pagode dos anos 1990, tem música nordestina contemporânea. O show é como minha cabeça meio caótica funciona, porque sou realmente muito eclética”, afirma.
“São aquelas músicas que você escuta fortuitamente, no carro ou andando na rua, e, quando chega em casa, tem vontade de ouvir de novo. Aí você entende que tem alguma coisa ali. Minha lista de favoritas muda constantemente, mas tem as canções que amo, como 'Uns dias', do Paralamas. No show, faço medley dela com um poema de Hilda Hilst”, adianta.
No caso da poesia, os autores vieram primeiro e depois as obras foram pinçadas entre aqueles eleitos por ela. Letrux diz que são textos divertidos, às vezes mais políticos.
“O show tem uma dinâmica interessante, porque costura coisas díspares com o fio do alfabeto. As pessoas ficam curiosas para saber o que cada letra vai gerar. Que música ou poema vai sair da letra K? É uma sacada que envolve a plateia”, ressalta.
Com FBC
A passagem da artista carioca por Belo Horizonte inclui outro compromisso: ela é a convidada de FBC no festival Sensacional, neste sábado (22/6), no Parque Ecológico da Pampulha.
Letrux enche de elogios o rapper mineiro. “Desde que conheci a obra dele, pensei que é a melhor coisa que o Brasil tem hoje em dia. Assisti ao show dele no Coala (festival) e senti que estava vendo um cometa. Vibrei quando chegou o convite. Vai ser lindo”, garante.
“ALFABETO SONORO”
Show de Letrux e Thiago Vivas. Nesta sexta-feira (21/6), às 23h, n'Autêntica (Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia). Ingressos de R$ 90 (individual) a R$ 600 (mesa para quatro pessoas em frente ao palco), à venda na plataforma Sympla.
OUTROS SHOWS
NINA MAIA
Radicada em São Paulo, Nina Maia volta à BH natal para se apresentar no projeto Baixo Mezanino, d'Autêntica, às 19h deste sábado (22/6). Cantora, compositora, instrumentista e produtora, a mineira lançou o single “De dentro”, coproduzido por ela com Lúcio Maia (Nação Zumbi), e é parceira de Tiê na canção “O mar me diz”. Este ano, Nina lançou o clipe “Amargo”. Ingressos custam R$ 35 (antecipado) e R$ 50 (portaria), à venda na plataforma Sympla. A casa fica Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia.
UM TREM CHAMADO DESEJO
O cantor e compositor Marcos Catarina será atração desta sexta (21/6), às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete, Centro). O repertório reúne músicas autorais que marcaram a carreira de Marcos e releituras da obra de seu irmão Vander Lee (1966-2016). O cantor vai lançar o single “Um trem chamado desejo”, produzido pelo jovem violinista Marcelo Fonseca. Ingressos: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia).
PACO PIGALLE
A terceira edição de “Paco Pigalle: La fiesta” será realizada no sábado (22/6), a partir das 20h, no Underground Black Pub (Avenida Itaú, 540, Dom Cabral). A banda Habana Vieja, que executa ritmos caribenhos, estabelecerá um diálogo com a discotecagem de Paco. Também participam da “fiesta” o DJ Fred Martins, a bailarina Sandra Vidigal e o mágico Mr. Monkey. Ingressos: R$ 40 (preço único).