Samira (Lupita Nyong'o) e Eric (Joseph Quinn) vivem momentos desesperadores em Nova York durante o filme

Samira (Lupita Nyong'o) e Eric (Joseph Quinn) vivem momentos desesperadores em Nova York durante o filme "Um lugar silencioso: Dia um", em cartaz nas salas de BH

crédito: Paramount Pictures/Divulgação

Hollywood vem tendo dificuldade para alçar novas franquias ao topo das bilheterias. Quando uma ideia emplaca, é preciso aproveitar o momento. Com isso em mente, a Paramount não apenas deu sequência a “Um lugar silencioso”, como voltou às origens do terror que foi sensação em 2018.

 

Com a estreia de “Um lugar silencioso: Dia um” nesta semana, a franquia soma, em apenas seis anos, três longas – o original, uma continuação e uma prequela. É a prova de que a indústria quer se agarrar a sucessos comprovados, mas também de que é preciso investir em novas ideias e talentos.

 

 

 

John Krasinski, afinal, não era muito mais do que o mocinho da comédia “The office” quando ofereceu ao estúdio a história mirabolante sobre uma invasão alienígena. Concebida por Scott Beck e Bryan Woods, por sua vez ilustres desconhecidos, a ideia foi abraçada pelo ator, que garantiu os US$ 17 milhões de orçamento.


Portas abertas

 

 

“Um lugar silencioso” arrecadou US$ 341 milhões e foi eleito pelo Instituto Americano de Cinema um dos 10 melhores filmes de 2018. As portas se abriram, e agora “Dia um” recicla o universo de sucesso apresentando ao público novos personagens e com orçamento de US$ 67 milhões.

 

“Podemos continuar contando histórias neste universo para sempre, porque catástrofes afetam milhões de pessoas e cada um lida com elas de forma muito particular”, diz a atriz Lupita Nyong'o, que agora assume o bastão de protagonista, pertencente a Emily Blunt no primeiro e no segundo filmes.

 

Enquanto “Um lugar silencioso” acompanhava uma família vivendo há anos sob invasão alienígena no meio-oeste dos EUA, “Dia um” retorna ao momento exato em que as criaturas desembarcam na Terra. Se antes o filme começava em silêncio, pois os personagens foram obrigados a se comunicar em língua de sinais para não atrair extraterrestres que caçam usando a audição, agora as sirenes, buzinas e gritaria de Nova York dificultam os planos dos sobreviventes.

 

“Imagine pedir para uma das cidades mais barulhentas e movimentadas do mundo para ficar quieta”, diz Lupita, que interpreta a nova-iorquina forçada a fazer voto de silêncio.

 

 

 

 

Vencedora do Oscar por “12 anos de escravidão”, a atriz tem relação simbiótica com os filmes de gênero: fez “Pequenos monstros” e “Nós”, por exemplo.

 

Para ela, o interesse do público por tramas do tipo sempre foi uma constante no cinema, mas se fortaleceu depois da pandemia de COVID-19. O impossível aconteceu em 2020, diz.

 

“Ainda vivemos um choque coletivo, continuamos assombrados pelos fantasmas da pandemia. Vivemos uma situação que nos fez ver o que há por baixo da sociedade que construímos e nos desapontamos”, comenta o ator Joseph Quinn, que foge dos alienígenas ao lado de Lupita Nyong'o.

 

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“Percebemos o quão fraca é a estrutura que fundamenta a nossa sociedade, em especial no meu país, e sei que no Brasil foi assim também. Então, o fascínio vem por esse interesse em perceber o quão frágil nosso mundo realmente é”, acrescenta o ator britânico.

 

“UM LUGAR SILENCIOSO: DIA UM”


EUA/Reino Unido, 2024. Direção de Michael Sarnoski. Com Lupita Nyong'o e Alex Wolff. Em cartaz nas salas de cinema dos shoppings BH, Pátio, Diamond, Boulevard, Cidade, Contagem, Del Rey, Minas, Monte Carmo, Norte, Via e Ponteio.