Recentemente, Babaya se apresentou com a Orquestra Ouro Preto. Amanhã, ela vai subir ao palco do Centro Cultural Unimed com outros instrumentistas para revisitar seu único disco -  (crédito: Acervo pessoal/Divulgação)

Recentemente, Babaya se apresentou com a Orquestra Ouro Preto. Amanhã, ela vai subir ao palco do Centro Cultural Unimed com outros instrumentistas para revisitar seu único disco

crédito: Acervo pessoal/Divulgação

Em abril deste ano, Babaya foi convidada pela Orquestra Ouro Preto para uma apresentação conjunta no Grande Teatro do Sesc Palladium. Reconhecida professora de canto e preparadora vocal, ela também desenvolveu, de forma paralela, sua carreira artística ao longo das últimas quatro décadas, com a realização de shows pontuais e a gravação de um álbum dedicado à obra de Milton Nascimento, "De vida e canções", em 1999.

 

Diante do convite, Babaya comentou com o regente da orquestra, Rodrigo Toffolo, sobre esse trabalho, que está completando 25 anos e é seu único registro fonográfico como cantora. Ele considerou uma boa ideia levá-lo para o palco. Foi a primeira vez que a professora e artista se apresentou acompanhada por uma orquestra. Ela relata que foi um sucesso e que "todo mundo ficou pilhado" para levar "De vida e canções" mais uma vez ao público. "Topei, porque estava com saudade de cantar essas músicas atemporais", diz.



 

O show "De vida e canções" ocupa, neste sábado (29/6), às 20h, o palco do Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas. Desta vez, Babaya não estará acompanhada pela Orquestra Ouro Preto, mas por uma formação instrumental, que é praticamente a mesma da gravação do disco: Mauro Rodrigues (flauta e direção musical), Luísa Mitre (piano), Enéias Xavier (baixo), Ricardo Cheib (percussão), Cyrano Almeida (bateria), Edson Queiroz (violino), Ayran Nicodemos (violino), Carlos Aleixo (viola) e Elise Pittenger (violoncelo).

 
A diferença, conforme aponta, são os músicos, que são outros, e também a presença mais constante do coro formado por Celinha Braga, Lu Braga, Regina Souza, Anthonio Marra, Walber Braga e João Melo. Alguns nomes se repetem.

 

 

 


"De vida e canções" teve como diretor artístico Mauro Rodrigues, que agora repete a função no show e, além de integrar a banda, responde pelos arranjos. Babaya recorda com carinho o momento de gravação daquele trabalho.

 

"É uma obra que muita gente não conhece, porque escolhi músicas que não são as mais conhecidas do Milton", diz, referindo-se a temas como "O vendedor de sonhos", "Canções e momentos", "Aqui é o país do futebol" e "Dança dos meninos", que contou com a participação especial do homenageado. "Milton foi quem me convidou para dar aulas de canto em Belo Horizonte. Então, o álbum foi, de certa forma, um agradecimento. Ele ficou muito feliz, topou cantar comigo no disco", lembra.

 

Com o show no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas, ela presta homenagem também a Fernando Brant, o letrista mais presente no repertório de seu álbum, e Wagner Tiso, que, nas gravações, a acompanhou ao piano solo em uma das faixas, "Caso de amor". Esse tema, aliás, não está incluído no roteiro da apresentação de sábado, que traz 10 das 12 músicas registradas em "De vida e canções" e outras cinco que Babaya escolheu, também da lavra de Milton.

 

Novas canções

 

 

"Incluí no repertório do show essas outras cinco que não estão no disco muito em função do contexto atual. Os arranjos do Maurinho me inspiraram muito nesse sentido, bem como o elenco que está comigo, os instrumentistas, os cantores, que foram meus alunos e hoje são meus parceiros de vida e arte. É um momento muito feliz, uma homenagem a todos os integrantes do Clube da Esquina, porque faço parte dessa história, assim como eles fazem parte da minha. O show é para enaltecer e perpetuar essas canções", destaca.

 

Sobre ter gravado apenas um disco ao longo de sua trajetória, Babaya observa que também fez algumas participações em trabalhos alheios e coletâneas, mas admite que sua vocação é mesmo a docência. "Canto pouco, não faço muitos shows, porque meu prazer nesta vida é dar aula e trabalhar com grupos de teatro. Gosto mesmo é de fazer as pessoas cantarem."


Percurso de conquistas

 

 

Cantora, professora de canto, preparadora vocal e diretora musical, Babaya é natural de Cássia, no interior de Minas. Em 1975, mudou-se para Belo Horizonte, onde começou seus estudos de canto e teoria musical. Na capital, sua trajetória profissional teve início na Escola Música de Minas, criada por Milton Nascimento.

 

Em 1991, ela fundou a Babaya Casa de Canto, especializada no aprimoramento do canto popular. Participou de 216 espetáculos como preparadora vocal, texto, prosódia e direção musical.

 

Atualmente, ministra oficinas de voz para atores e cantores em diversas cidades do Brasil e do exterior, em países como Portugal e Itália. Por cinco vezes Babaya recebeu o Prêmio Shell na categoria de melhor direção musical.

 

"DE VIDA E CANÇÕES"


Show de Babaya, neste sábado (29/6), às 20h, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244 – Lourdes) Ingressos a R$ 80 (inteira), à venda na bilheteria local ou pelo Sympla. Informações: (31) 3515-1360.

 

 

OUTROS SHOWS

 

>>> Pato Fu e Orquestra Ouro Preto

A Orquestra Ouro Preto e a banda Pato Fu se apresentam juntas neste sábado (29/6), às 20h30, no estacionamento do Centro de Convenções da Ufop, na cidade histórica, para o lançamento do álbum "Rotorquestra de liquidificafu". No disco e na apresentação homônima, músicas como "Eu", "Perdendo os dentes", "Ando meio desligado", "Simplicidade" e "Canção para você viver mais" ganham roupagem orquestral. Acesso gratuito.

 


>>> Babilak Bah

O multiartista Babilak Bah dá início, neste fim de semana, a seu "Laboratório de linguagem – Enxadigma: Oguns Kabecilês". A oficina propõe uma imersão subjetiva em busca da ancestralidade, explorando a sonoridade da enxada e a literatura afro-brasileira. A atividade será ministrada no Centro Cultural Lagoa do Nado (Rua Min. Hermenegildo de Barros, 904 – Itapoã), a partir deste sábado (29/6), e segue nos próximos dias 6, 13 e 20 de julho, sempre das 14h às 17h. O trabalho vai culminar em uma performance em 21 de julho. Inscrições gratuitas pelo e-mail babilakbah@gmail.com


>>> Tagua Tagua

A partir da imersão em seu próprio trabalho pregresso, o cantor e produtor Felipe Puperi criou o projeto solo Tagua Tagua, marcado pelo lançamento do EP "Todo tempo". A turnê chega a BH nesta sexta (28/6), no Teatro Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia). Ingressos: R$ 65 (meia social, com doação de 1kg de alimento não perecível).


>>> Ópera francesa

A regente convidada Simone de Menezes, que estreia à frente da Filarmônica de Minas Gerais, vai guiar o público no concerto deste sábado (29/6), às 18h, na Sala Minas Gerais (Rua Tenente Brito Melo, 1.090 – Barro Preto). O repertório passeia por peças de alguns dos principais compositores franceses, como Hector Berlioz e Charles Gounod. Ingressos partir de R$ 39,60 na bilheteria local e no site https://filarmonica.art.br/