O clássico mineiro "Clube da Esquina" (1972), de Milton Nascimento e Lô Borges, foi eleito um dos dez melhores álbuns de todos os tempos no ranking da revista norte-americana Paste Magazine. O disco foi classificado pela publicação como ''o maior álbum brasileiro'' e ficou em nono lugar na lista. "Songs in the Key of Life" (1976), de Stevie Wonder, aparece na ponta. 

 

A revista especializada em música e entretenimento existe desde 2002 elege um lançamento como o álbum do ano desde 2006. Agora, pela primeira vez, elencou 300 discos da história da música mundial. "Acabou Chorare" (1972), dos Novos Baianos, também apareceu na lista, em 51º lugar.

 

No top 10 também estão presentes trabalhos históricos de artistas dos EUA, da Inglaterra e do Japão, como Stevie Wonder, Kate Bush, Prince, Beatles, Fishmans e Nina Simone.

 

 


 

Melhor álbum brasileiro

 

"Com 64 minutos de duração, o álbum duplo nunca perde seu brilho”, declarou o veículo ao definir o álbum como melhor brasileiro de todos os tempos. "Do começo ao fim, as notas e sons notáveis de Nascimento e Borges, que viam a música clássica e pop como iguais, que imploravam para ser eternizadas juntas em canções, fazem de ‘Clube da Esquina’ o maior álbum brasileiro de todos os tempos." 

 

A revista descreveu: "Com malhas de pop barroco e folk, tingidas com nuances de psicodelia e MPB, ‘Clube da Esquina’ se inspira tanto nos Beatles quanto em Chopin, resultando em um dos projetos sul-americanos mais ricos já compostos".

 

Cada álbum da lista teve uma breve descrição feita por um jornalista especializado, no caso do trabalho assinado por Milton e Lô, o responsável foi Matt Mitchel. 

 

Veja o top 10

  1. Stevie Wonder: Songs in the Key of Life (1976)
  2. The Cure: Disintegration (1989)
  3. Kate Bush: Hounds of Love (1985)
  4. Prince: Sign o’ the Times (1987)
  5. The Beatles: Abbey Road (1969)
  6. OutKast: Stankonia (2000)
  7. Fishmans: Long Season (1996)
  8. Nina Simone: Wild is the Wind (1966)
  9. Milton Nascimento & Lô Borges: Clube da Esquina (1972)
  10. The Beach Boys: Pet Sounds (1966)


O Clube da Esquina

Clube da Esquina é também o nome de um grupo de músicos, compositores e letristas, surgido na década de 1960. Composto por Milton Nascimento, Toninho Horta, Wagner Tiso, Lô Borges, Beto Guedes e Márcio Borges, o grupo traz uma sonoridade intensamente caracterizada como inovadora. As músicas mesclam bossa nova com elementos do jazz, do rock, da música folclórica dos negros e mineira, da música erudita e da música hispânica. 

 

Nos anos 1970, esses artistas tornaram-se referência de qualidade na MPB pelo alto nível de performance e disseminaram suas inovações e influência a nível mundial.

 

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Quando Milton Nascimento e Lô Borges compuseram a faixa que deu nome ao "Clube da Esquina", um dos discos mais importantes da música brasileira, não havia esquina e, menos ainda, clube. A referida esquina, no cruzamento das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no Bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, não era frequentada pelos artistas. Na verdade, era onde Lô, que morava na região, passava a adolescência jogando futebol de dia e tocando violão à noite.

 

Da mesma forma, ninguém tinha carteirinha para integrar o tal clube, que era mais uma junção dos amigos talentosos de Bituca do que uma reunião organizada.

 

Compondo e tocando com os amigos, despontava o talento. Nascia assim, a letra de "Clube da Esquina", lançada por Milton Nascimento dois anos antes do disco e escrita por Márcio Borges, poeta e irmão mais velho de Lô, em homenagem à tal esquina. 

 

A despedida de Bituca

O show de encerramento da turnê "A última sessão de música" marcou o adeus de Milton Nascimento dos palcos, na noite do dia 13 de novembro de 2023. 

 

Ao longo de duas horas e meia, Milton e sua banda promoveram uma noite repassou 80 anos de vida e 60 de música. Seu repertório contemplou todas as fases da carreira e celebrou também o companheirismo e a coletividade. Uma noite de estádio lotado e palco cheio, com vários convidados.  

 

Com sua sanfona (seu primeiro instrumento), Milton dirigiu-se pela primeira vez para a plateia. "Este show é dedicado à minha querida Gal Costa", afirmou, após interpretar "Ponta de Areia", que abriu a apresentação. Gal havia morrido no dia 9 do mesmo mês.


* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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