São Paulo – Uma canção nasce quando é composta e ganha vida depois de gravada. Foi interessante observar um terceiro movimento, o momento em que ela chega ao público. Era pouco depois das 22h dessa quarta-feira (26/6) quando Samuel Rosa deu início, na Casa Rockambole, em Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista, ao primeiro show com o repertório de “Rosa”, seu álbum solo de estreia.

 


Naquele momento, faltavam duas horas para que o disco, com dez faixas, chegasse às plataformas digitais (está no ar desde 0h de hoje). Segunda canção de “Rosa”, “Ciranda seca (Dinorah)” (Samuel/Pedro Kremer/Rodrigo Leão) encontrou a plateia de cara, em sua primeira execução ao vivo. O refrão fácil – “Dinorah/Dinorah/Seu amor vai me quebrar” – foi entoado na casa de shows já na segunda vez que ele aparece na canção.

 




Diante disto, não fica difícil prever que esta faixa, que começa com um riff marcante (foi composta para a protagonista da série “Cangaço novo”, cuja segunda temporada começa a ser rodada em agosto) e cresce muito ao vivo, será um dos hits de “Rosa”.

 

Samuel Rosa no show de estreia da carreira solo, com o baterista Marcelo Dai

Anderson Carvalho/Divulgação


Ok, a plateia estava ganha, alguém pode dizer. O show foi para um público pequeno, amigos, músicos (Dinho Ouro Preto, Nasi, Leoni, Criolo, Luiz Carlini, Beto Bruno, Rappin’ Hood) e imprensa, uma audição de luxo para um trabalho que está vindo a público agora. Mas a recepção foi espontânea.


Tal situação se repetiu mais uma vez na noite, na última canção do show, “Flores da rua”, que marca a estreia da parceria de Rosa com João Ferreira, vocalista e guitarrista do Daparte, banda do filho de Samuel, Juliano.

 


Uma das mais dançantes do álbum, a letra amorosa e despretensiosa ganhou o público rapidamente. Samuel ainda repetiu um trecho da canção ao final para ele mesmo, admitiu, pois queria ter de novo a sensação de ir nas nuvens. Chamou a plateia para acompanhar com palmas “Flores da rua” – dá para apostar que será o single que vai substituir “Segue o jogo”, em rotação há três semanas.


Samuel tocou as dez faixas de “Rosa” nesta estreia. Na turnê, que chega a Belo Horizonte em 17 de agosto, no BeFly Hall (ex-Arena Hall), ele deve tocar somente metade do disco. Estas duas deverão estar, bem como alguma das canções mais de violão, aquelas de cantar junto.


“Rio dentro do mar” pode, eventualmente, fazer uma dobradinha com “Dois rios”, enquanto “Palma da mão” casa bem com “Resposta”. As duas novas têm arranjos de cordas e foram compostas (letra e música) por Samuel.


A banda que gravou com ele é nova, mas nem tanto assim. Samuel começou a tocar com esta formação ainda antes da pandemia: Doca Rolim (20 anos como sideman do Skank) na guitarra, Alexandre Mourão (que, na adolescência, formou com Samuel a banda Pouso Alto) no baixo, Pedro Kremer no teclados e Marcelo Dai na bateria.


Ainda que no disco só uma faixa traga metais – “Me dê você”, parceria com Carlos Rennó – o show é, em boa parte, acompanhado por Pedro Aristides (trombone), Vinicius Augustus (saxofone) e Pedro Mota (trompete).


Estão todos bem entrosados. Com os competentes Mourão de um lado e Doca de outro, Samuel dá espaço para que cada um dos músicos brilhe no show. Mas não dá para tirar o olho do swing e da alegria de Marcelo Dai, o caçula do grupo, que comanda as baquetas e dá uma nova cadência até a antigos hits do Skank, como “Tão seu” e “Balada do amor inabalável”.


* A repórter viajou a convite da produção do artista

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