Criado para animar as noites da capital paulista com seu forró, o Falamansa segue firme na estrada e completa 25 anos de carreira. Para comemorar, o grupo vai gravar o DVD “Universus – Ao vivo”, somente com músicas autorais, no Mirante Beagá. O show deste domingo (7/7) faz parte da programação da Cidade Junina.
Tato (voz e violão), Valdir (acordeom), Alemão (zabumba) e Dezinho (triângulo e percussão) receberão convidados especiais: o gaúcho Vitor Kley, o carioca Marcelo Falcão e as bandas paulistas Maneva e Big Up.
O cantor Tato destaca que o grupo chega aos 25 anos com a mesma formação, a mesma proposta sonora – baseada no trio zabumba, triângulo e sanfona – “e também com a mesma temática do início, buscando falar de coisa boa, como alegria, fé e amor.”
Orgulho
O músico se orgulha da trajetória do grupo. “Atrevo-me a dizer que o Falamansa é a banda que entra nos principais programas de televisão do Brasil portando triângulo, zabumba e sanfona. Isso é notável, pois os estilos e temáticas do mercado musical mudaram muito nesses últimos 25 anos”, observa.
O DVD “Universus”, além de comemorar as bodas de prata, destaca o diálogo da banda com artistas de outros gêneros musicais. Tato confessa: não se sentiria confortável em gravar este projeto há 10 ou 15 anos.
“Viemos trabalhando há muito tempo para ganhar a nossa identidade e ter a tranquilidade de fazer isto agora, sem parecer que estamos mudando de estilo. Estamos, sim, trazendo outros artistas para o nosso estilo.”
Se a ideia é o diálogo entre diferentes, a “distância” dos colegas convidados não é tão grande assim. O cantor conta que o jovem Vitor Kley sempre diz em entrevistas que o Falamansa é referência para seu trabalho.
Belo Horizonte mora no coração de Tato e companheiros. “O grupo estourou na capital mineira, que tem uma história curiosa com o Falamansa. São Paulo e o resto do Brasil pouco nos conheciam, ao contrário de BH, devido ao CD pirata. Camelôs gravavam nossos shows e vendiam os discos. Isso acabou fazendo o Falamansa estourar primeiro em BH.”
A capital mineira “foi a pólvora que fez com que o Falamansa chegasse forte ao Brasil inteiro”, afirma Tato. “Começamos a fazer shows para cerca de seis mil pessoas aí na época em que tocávamos para 800 nas casas de São Paulo.”
Gratidão
Dizendo-se grato a BH, ele revela curiosidades sobre a cidade. Fãs da capital diziam para Tato que colecionavam discos da banda mesmo antes de Falamansa lançar o álbum de estreia. “Quando fui ver, eram discos piratas que nem tinham a nossa foto na capa”, relembra.
A pirataria foi fundamental para o sucesso do grupo. “Era a necessidade em um país subdesenvolvido, porque nem todos conseguiam comprar CD naquela época. Não era consequência da maldade humana”, acredita.
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Tato destaca a proposta autoral do novo DVD. “Nos anteriores, incluímos Luiz Gonzaga, Alceu Valença e Dominguinhos. Agora o projeto é exclusivo do Falamansa, com os outros artistas cantando nossas músicas”.
Ao comentar a cena forrozeira, na qual a banda é destaque, Tato cita o forró eletrônico de Xand Avião e Wesley Safadão, “que está entre as quatro forças do mainstream”, e o forró universitário, ligado ao pé de serra.
Por sua vez, a banda Falamansa estaria em outro nicho. “A gente se encaixa no terceiro caldeirão, pois tocamos em eventos de rock, reggae e festivais”, analisa Tato.
CIDADE JUNINA
Com Falamansa e convidados. Gravação de DVD ao vivo. Neste domingo (7/7), a partir das 15h, no Mirante Beagá (Rua Henriqueto Cardinale, 460, Olhos D'Água). Meia social custa R$ 140, à venda na plataforma Sympla