Pop dançante, com refrão chiclete e muitas (muitas mesmo) frases de duplo sentido. Essa foi a fórmula usada por Makaka, nova sensação da música pop que até fez um “ensaio” para a revista Vogue, lançou clipe e tem ouvintes em várias partes do mundo. No entanto, a artista não é um ser humano. Como seu próprio nome sugere, é uma primata. Além disso, ela não existe na vida real: ela foi criada por inteligência artificial.
A cantora virtual surgiu no fórum Pandlr, site brasileiro de fóruns de discussão destinado à comunidade LGBT, no fim de junho. A ideia, que era para ser uma brincadeira, tem dado certo. A artista tem 53.189 ouvintes mensais no Spotify. Sua música mais famosa, “Eu tô macaca”, tem mais de 80 mil reproduções na plataforma. “Eu quero um gorilão”, “Fenol” e “Gulosas” são outros hits, todos com milhares de streams.
O perfil no Spotify apresenta a cantora como nascida no Sri Lanka e artista de dance pop. Ela é “inspirada por ícones como Hatsune Miku e Gorillaz”. A primeira é uma cantora virtual criada no Japão em 2007, que, em 2014, abriu a turnê de Lady Gaga no país. Já o Gorillaz é uma banda virtual de trip rock britânica criada no ano de 1998 composta por quatro membros animados, com músicos reais por trás.
Ainda segundo a página da Makaka, sua “legião de fãs dedicados” é conhecida como “makaquinhos”. “Tô obcecado pela Makaka (uma cantora feita em IA que com certeza foi ideia de uma yag com um computador)”, escreveu um perfil do X. “Se eu fosse DJ de festa, tava certa no meu setlist”, garantiu outro.
O sucesso de Makaka gerou uma onda de cantores animais geradas por inteligência artificial, que incluem nomes como Tocanna (um tucano), Formiguette (uma formiga considerada rival direto de Makaka), Esquilete (um esquilo), BoarCarter (um javali com quem Makaka já “gravou”) e Giboya (uma cobra).