"Regent", quinto episódio de "A casa do dragão", exibido no último domingo, mostrou o cortejo em que a cabeça do dragão Meleys (ao fundo) é carregada

crédito: HBO/Divulgação



Não só a maior audiência da atual temporada, como também o episódio de maior aprovação do público desde que a série começou, em 2022. Depois de “O dragão vermelho e o dourado”, capítulo crucial (o de número quatro) do segundo ano do seriado “A casa do dragão” (HBO/Max), foi um desafio dar sequência à história.

 


Que o diga o mexicano Alejandro Martínez, diretor de fotografia de cinco episódios da série que dá continuidade ao universo de “Game of thrones” (ainda que a trama seja ambientada dois séculos antes). Ele assinou a fotografia de “Regent”, o quinto episódio, exibido no último domingo (14/7). Após a ferocidade de “O dragão vermelho e o dourado”, o capítulo seguinte pisou no freio, mostrando as consequências da batalha.

 

 


“Tecnicamente, a sequência do cortejo em que o dragão (Meleys, morto na batalha exibida em 7/7) está sendo carregado foi difícil, rodamos em três cidades diferentes ao longo de três meses. Mas o desafio maior foi de natureza dramática, pois é um episódio sobre o luto”, afirma Martínez, fazendo referência à dor de Corlys Velaryon (Steve Toussaint) após a morte da mulher, Rhaenys Targaryen (Eve Best).

 

 

 


A batalha pode ter sido uma vitória para os Verdes, mas ninguém está comemorando. Além do dragão morto, o Rei Aegon Targaryen (Tom Glynn-Carney) precisa urgentemente de tratamento depois de ser queimado por seu irmão Aemond Targaryen (Ewan Mitchell) e seu dragão, Vhagar.

 

Padrão e regras

 

Martínez está na equipe de “A casa do dragão” desde o início da série criada por Ryan J. Condal e George R.R. Martin. “’Game of thrones’ é uma inspiração, tanto que quando começamos ‘A casa do dragão’ mantivemos alguns padrões. Mas só como referência”, continua ele, que assinou a fotografia de produções como “Fallout” (Prime Video) e “The alienist” (Netflix).

 

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Os oito episódios do segundo ano – o terceiro começa a ser filmado no final de 2024 – foram divididos entre cinco diretores e quatro fotógrafos. Foram 10 meses de filmagem. “Metade deste tempo ficamos nos preparando. Nesta série, são duas equipes completas filmando o tempo todo. Ou seja, você tem cerca de 2 mil pessoas no set todos os dias”, explica Martínez.

 


Toda a equipe de direção trabalha concentrada em um mesmo lugar. “Portanto, há muita comunicação entre nós, sobre como vamos filmar, as decisões tomadas para uma sequência costumam ser conjuntas. Desta maneira, a produção ganha unidade, parecendo que apenas uma pessoa a filmou.”

 

Consenso

 

Há regras a seguir, conta Martínez. “Como são duas unidades trabalhando em paralelo, sentamos juntos para definir como vai ser iluminada a sala do trono, por exemplo. Assim, quando você entra para dirigir, já sabe o que precisa fazer. Agora, detalhes, como um sol entrando pela janela, vêm da opção de cada um. Mas há regras sobre como filmar a lua, como lidar com o fogo.”

 


A luz natural é sempre a melhor opção quando se está filmando ao ar livre. “Sempre há o inesperado, já que você está lidando com o clima, que pode mudar ao longo do dia. E há uma corrida contra o relógio, ainda mais se precisa do sol como luz de fundo. Agora, quando se filma internamente, o desafio é criar uma atmosfera do zero. Mesmo que os cenários tenham a iluminação geral, você tem que entrar e iluminar a cena. Quando há uma conversa dramática, então, este desafio acaba sendo levado para os personagens, que têm que estar de acordo com o ambiente”, diz Alejandro Martínez.

 

“A CASA DO DRAGÃO”


Segunda temporada com oito episódios – cinco já disponíveis. Os demais estreiam aos domingos, às 22h, na HBO e Max.