"Mamulenga" defende o protagonismo feminino por meio do tradicional teatro de bonecos

crédito: Glênio Campregher/divulgação

 

 

“Mamulenga” e “Elefanteatro” prometem diversão – de graça – neste fim de semana. Criação do Grupo Girino, a primeira peça estará em cartaz na sexta e no sábado (19 e 20/7), levando a tradição do teatro de bonecos ao Memorial Vale. Tendo à frente o grupo Pigmalião, o outro espetáculo promoverá o cortejo de um elefante ecológico pelo Centro Lagoa do Nado, na Região Norte de BH.

 


Mamulengo é um fantoche típico de Pernambuco, onde grupos e famílias repassam a prática da manipulação de bonecos de geração para geração.

 

 


A companhia mineira Girino conta a história de Maria (Alice Cabral), garota que trilha uma jornada para manter vivas as tradições artísticas de sua família. Kely Daiana e Lud Benquerer se juntam a Alice na performance que une atuação, manipulação de bonecos e instrumentos musicais.

 


“A narrativa fala sobre levar as tradições adiante, o legado popular e tradicional. A gente fala sobre encantamento, da paixão por nossas raízes”, explica Iasmin Marques, diretora do Girino.

 

 

Marionete gigante em forma de elefante chama a atenção das pessoas

Marionete gigante do cortejo cênico "Elefanteatro" chama a atenção por onde passa

Marcelo Sant’Anna/divulgação

 


Mulheres em foco

 

Personagens femininas reforçam o protagonismo da mulher nas artes. “Maria enfrenta toda a questão estrutural para se tornar mestra, para se destacar nas artes e ser protagonista da própria história. É uma forma de incentivar a mulher a ocupar espaços – aliás, como já vem fazendo”, diz Iasmin.

 


Dezessete músicas autorais conduzem a dramaturgia, executadas ao vivo pelas atrizes, que se revezam entre percussão, violão, sanfona, flauta, rabeca, marimbau e xilofone. A dramaturgia é assinada por Fernando Limoeiro.

 


No espetáculo de rua “Elefanteatro”, público e teatro caminham juntos. Idealizado e construído pelo coletivo Pigmalião, o bichão de 3m de altura chama a atenção quando desfila por BH.

 


Com estrutura de madeira, alumínio e tubos de PVC, o elefante é revestido com embalagens descartáveis de plástico e se movimenta com ajuda de seis manipuladores. No sábado (20/7), ele visitará a Região Norte de BH.

 

 

O diretor Eduardo Felix diz que “Elefanteatro” quer sensibilizar a população sobre questões sociais e políticas que precisam ser debatidas. “Esse bicho migratório vai caminhando e se deslocando para poder sobreviver. Pensando nisso, a gente se aproximou da temática da imigração.”

 


Ninguém fica indiferente a esta marionete gigante. Em fevereiro, “Elefanteatro” chegou ao Marrocos, estimulando a reflexão sobre a imigração, grave problema social do continente africano.

 


Felix diz que “Elefanteatro” remete à experiência de ser estranho em determinado lugar. “No final das contas, quase todo mundo é imigrante. Quem veio do interior ou é da região metropolitana e trabalha ou estuda na capital se sente estranho em vários locais”, compara.


 

“MAMULENGA”


Com Grupo Girino. Sexta e sábado (19 e 20/7), às 16h, no Memorial Vale (Praça da Liberdade, 640, Funcionários). Entrada franca, sem retirada de ingressos.

 

“ELEFANTEATRO”


Cortejo do coletivo Pigmalião. Sábado (20/7), às 15h, no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado (Rua Min. Hermenegildo de Barros, 904, Itapoã). Entrada franca, sem retirada de ingressos.