"Felícia e os super-resíduos do bem", que será exibido hoje em sessão com libras, aborda a importância da preservação do meio ambiente

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Ainda dá tempo de levar a meninada para se divertir neste final de férias escolares. Histórias em animação, ficções e documentários integram a primeira parte da programação gratuita do 4º Festival de Cinema Infantil de BH, que começa nesta quinta (25/7) e segue até domingo (28/7), no Cine Santa Tereza. A segunda metade ocorrerá durante a Semana das Crianças, em outubro.

 


Ao todo, 200 filmes, nacionais e internacionais, serão exibidos nas duas etapas do festival, que tem curadoria de Iakima Delamare e Daniela Pimentel.


“A ideia de realizar o evento nas férias e na Semana da Criança faz com que tanto os pais quanto as crianças tenham disponibilidade para acessar a programação gratuita, que é de extrema importância”, afirma Iakima Delamare.

 

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Outra proposta do evento é fazer com que os pequenos fujam das telas digitais dos celulares e computadores e corram para a telona, onde terão acesso a temas lúdicos como o ato de brincar e a leitura.


“Tentamos trazer filmes que lidam com a questão da brincadeira para tirar as crianças da tela. Não de todas, porque estamos falando justamente da tela do cinema, mas retirá-las um pouco do celular, da televisão, da internet e trazê-las de volta para o quintal, para as ruas e colocá-las em contato com a natureza. Vários filmes abordam isso e acho que é uma questão para a qual pais também procuram ajuda, sobre como dialogar a respeito do abuso das tecnologias”, diz.

 

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Orixás

 

As exibições começam às 14h e seguem até as 17h30. Curtas e médias-metragens são responsáveis por prender a atenção dos pequenos e proporcionar um espaço capaz de induzi-los a usar a imaginação.


“Temos a preocupação de trazer os assuntos, mas de uma forma lúdica, sem peso e muito drama. Os filmes já trazem temáticas que julgamos interessantes, como meio ambiente, reciclagem, preservação dos rios e poluição. Pensamos de um jeito que a criança entenda e veja ali uma forma de agência, não só sobre aquecimento global, mas também de consciência”, explica a curadora.


Segundo Iakima, o festival também exibirá filmes sobre o empoderamento das crianças negras – “produção que vem rendendo bastante nos últimos tempos” –, religiões de matriz africana, animações sobre os orixás e outras mitologias.


“Também há histórias de crianças da periferia, além das relações com a família, a escola, a cultura e com elas mesmas”, diz.

 

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Ainda hoje, das 17h às 18h30, serão exibidas sessões especiais, com intérprete de libras, da animação “Felícia e os super-resíduos do bem”, de Laly Cataguases, com participação de Fernanda Takai e Maurício Tizumba; da ficção "miniRelicário", de Bruno Lobo La Loba; de “Sacis”, de Bruno Bennec; e de “Super-herói do clipe no meio da praça”, de Felipe Aufiero.


“É uma programação que visa a acessibilidade. Fazemos est adaptação para algumas crianças e trazemos temas relacionados. São oportunidades que pertencem também às crianças PCD's. Tem uma audiodescrição própria para pessoas com deficiência”, diz a curadora.


Nesta quinta-feira, será realizada a oficina de brinquedos animados, ministrada pelo professor Ricardo Poeira, do Estúdio de Animação Poeira, das 14h às 14h45 e das 14h45 às 15h30, no Cine Santa Tereza.


Papel social

 

Iakima Delamare afirma que o festival cumpre papel social como ferramenta capaz de fomentar uma ponte que liga assuntos de importância, muitas vezes tratados como não pertencentes às crianças. Pandemia e preservação ambiental são exemplos disso.


“Nossa ideia é promover algo multidisciplinar para que as crianças tenham acesso às discussões que os filmes promovem e levem esse aprendizado para fora da sala de cinema. Inclusive, recebemos muitos filmes produzidos por crianças, nos quais elas participaram do roteiro, da criação e da história. Alguns usam as técnicas de stop motion, de colagem de animação”, afirma a curadora.


O meio ambiente éprioridade por lá. “Não dá para fugir desse assunto. Assim como se ensina a criança a ler, a escrever e a respeitar o coleguinha e os professores, tem de ensinar a relação com o meio ambiente, caso contrário não tem vida, não tem mundo, não tem futuro”, diz Iakima.


Na sexta (26/7) e sábado (27/7), ocorrerá o plantio de mudas de árvores no entorno do cinema, após a última sessão, às 17h30. Espetáculos circenses também divertirão os mais novos. “Perna de pau”, do ator Diego Gamarra, foi programado para sábado, das 15h às 16h, e “Valente”, da artista Lorena Moreira, para domingo.


A curadora destaca o lado lúdico d programação. “Nós trouxemos a oficina de brinquedos do Poeira, que lida com a técnica do cinema trazendo a produção manual ativa. Priorizamos principalmente animações que não sejam digitalizadas, o que vemos em excesso hoje em dia, com muita cor, muito barulho e superestimulação sensorial para algumas crianças”, comenta.


“Há animações com massinha, colagem, recorte e com os desenhos das próprias crianças, trazendo texturas de outros tipos de materiais para o cinema”, afirma.


Toda a programação é gratuita e tem classificação livre, à exceção da sessão infantojuvenil, no domingo, às 17h15, indicada para maiores de 10 anos.

 

 

4º FESTIVAL DE CINEMA INFANTIL DE BH
Desta quinta (25/7) a domingo (28/7), no Cine Santa Tereza (Rua Estrela do Sul, 89 – Santa Tereza). Entrada gratuita, com retirada de ingresso na plataforma Sympla ou na bilheteria 30 minutos antes da sessão.

 


PROGRAMAÇÃO

HOJE (25/7)
Das 14h às 14h40: “Two one Two”; “Lucinéia”;
“Muitos morangos ; “Famigeradas cartinhas”; “Palavras mágicas”; “Os heróis existem”;
“O gato da minha irmã”
Das 15h às 15h40: “Maré braba”; “O chapéu do Zezéu”; “Fora da caixa”; “Detetives geométricos”; “Pororoca”
Das 16h às 16h40: “Super-heróis”; “Uma ideia brilhante”; “Nazaré: do verde ao barro”; “João e Joana em: a confusão das poções”; “Diafragma”
Das 17h às 18h30: Sessões com acessibilidade: “Felícia e os super-resíduos do bem”; “miniRelicário”; “Estela, a menina maraguá”; “Anacleto, o balão”; Super-herói do clipe no meio da praça”; “Sacis”

 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro