A cantora Majur vai apresentar às 20h30, na Praça da Liberdade, show inspirado na cultura ballroom  -  (crédito: Caia Ramalho/divulgação)

A cantora Majur vai apresentar às 20h30, na Praça da Liberdade, show inspirado na cultura ballroom

crédito: Caia Ramalho/divulgação

 

 

Criado em 2013 pelo Memorial Minas Gerais Vale nos moldes das viradas culturais, o projeto “Boa noite Memorial” tem nova edição neste sábado (27/7), a partir das 13h, em clima de despedida. Temporária, diga-se.

 


O espaço cultural do Circuito Praça da Liberdade vai reunir três dezenas de atrações durante 12 horas de programação gratuita até as 2h de domingo (28/7). Depois, fecha para intervenções na edificação e para a instalação de nova exposição de longa duração.



Mas isso é uma conversa para o futuro, pois hoje é dia de portas abertas. As atrações – de música, teatro, artes e dança – vão se apresentar tanto dentro do prédio quanto em suas imediações. A cantora baiana Majur, por exemplo, faz show às 20h30 na Praça da Liberdade.

 

 


Com dois álbuns – “Ojunifé” (2021) e “Arrisca” (2023) –, Majur esteve no início deste mês na Dinamarca como atração do Festival Roskilde, um dos mais tradicionais eventos do verão europeu. O show de BH seguirá o modelo apresentado lá fora. Com banda e duas bailarinas, Majur, aos 28 anos, celebra não só a vida, como a cultura ballroom.

 


“Começo o show com músicas do primeiro álbum, trabalho em que falei da minha existência, de entender quem eu era. Já o segundo, ‘Arrisca’, trata de um lugar de completude, pois entendi quem sou. Encontrei minhas raízes enquanto mulher trans. E a cultura ballroom, que descobri no Rio de Janeiro (onde vive desde que deixou Salvador, em 2018), me atravessou”, diz ela.

 

 

 

Majur afirma que o público poderá perceber esta transição no palco. “O show mostra a força ancestral com a música ‘Agô’ (do primeiro disco) até a transição com ‘Xirley’, da Gaby Amarantos (música que ela gravou com a paraense e o pernambucano Johnny Hooker). E daí a gente vai para o megashow pop totalmente diferente do primeiro”, explica a baiana, que promete ainda duas músicas de cantoras que são referência para ela. Prefere guardar a surpresa sobre os nomes para o palco.

 

Outra onda

 


Em uma onda completamente diferente, o pianista carioca Jonathan Ferr, de 36 anos, apresenta às 23h, nos jardins do Memorial, o show “Experiência cura” ao lado do quarteto de cordas de musicistas negras que o acompanha. Defini-lo é complicado, tanto que Jonathan prefere ser chamado artista.

 


“Agora estou cantando no show. Mas canto usando efeitos de voz, o que remete a um lugar mais futurista. A música que faço parte do instrumental, mas hoje me aproprio de um jazz mais urbano, de hip-hop, eletrônica, funk e soul”, afirma.

 

Jonathan Ferr de roupa branca ao lado do piano

Jonathan Ferr homenageará Milton Nascimento em sua apresentação dentro do Memorial Vale

Jonathan Ferr/Instagram

 


Carioca de Madureira, Ferr descobriu o piano aos 9 anos. Começou a estudar, aos 13 foi para escola de música e aos 17, por meio de bolsa, percebeu que seria possível viver de música.

 


Ele já abriu show do celebrado saxofonista Kamasi Washington, ao mesmo tempo em que assinou arranjos vocais para uma turnê de Iza. São três discos até agora: “Trilogia do amor” (2019), “Cura” (2021) e “Liberdade” (2023).

 


“Experiência cura”, diz Ferr, é a “versão 2.0” do show derivado do disco de 2021, lançado em meio à pandemia, em que ele tratava da espiritualidade em um momento tão complicado.

 


Ferr selecionou repertório especial para esta noite. Vai tocar “Nascimento”, música de “Cura” feita para homenagear Milton – “costumo falar que Milton Nascimento influenciou duas pessoas: Deus e o mundo”, diz.

 



 

 

Inaugurado em novembro de 2010, o Memorial Minas Vale, quando reaberto, terá nova exposição criada a partir de pesquisa das historiadoras Heloisa Starling e Lilia Schwarcz. A curadoria será de Isa Grinspum Ferraz e Marcelo Macca. Gestor da instituição, Wagner Tameirão não sabe, neste momento, mensurar quanto tempo o espaço ficará fechado.

 


“Não sabemos se será um ano e meio ou mais. Só a partir dos dois primeiros meses de obras vamos entender o tempo que precisaremos”, diz ele. A ideia é tanto restaurar e fazer melhorias no prédio quanto trabalhar outras questões sobre Minas Gerais.

 


“O Memorial ocupa quase que o papel de museu do estado, porque é o único espaço em que temos a noção da história de Minas. Na nova pesquisa, pensamos em Minas mais ampliada, trazendo questões mais contemporâneas”, afirma.

 


Tameirão destaca o fato de que mesmo fechado para o público, as ações do Memorial vão continuar. Entre o final de agosto e o início de setembro, será aberta no Espaço 356, no Bairro Olhos D'Água, a exposição imersiva “O extraordinário universo de Leonardo Da Vinci”. A mostra integra o projeto Memorial Vale Itinerante.

 

PROGRAMAÇÃO

 

• 13h, 14h, 15h, 16h: Atividade para crianças “Caçadores da memória” *


• 13h30: “Awê”, com dança, cantos e jogos do grupo da aldeia katurãma; congado com a comunidade dos Arturos


• 14h: Oficina “Ecológico clown”, de construção de brinquedos *


• 15h às 18h: Estação do tempo, com ateliê de desenhos e colagens


• 15h: Roda de samba, com Dé Lucas e convidados


• 16h30: Show com Pé de Sonho


• 16h30: Peça “O que fica de nós mesmos” *


• 17h30: Fanfarra com Belina Oskestar


• 18h: Show com Koan e Raquuel


• 19h: Leitura dramática “A carniceira”, com Rejane Faria e Bárbara Colen *


• 19h: Beco da Fama Ball Show


• 19h: Show Totô de Babalong *


• 20h: Festa “Desculpe o auê” *


• 20h30: Show de Majur


• 22h e 0h: Performance “Leitura de um possível romance”, com Dudude Herrmann *


• 22h: Show de Pejota e Mac Júlia *


• 23h: Show com Jonathan Ferr *


• 0h30: Show com DJ Scott Hill

* Ingressos devem ser retirados na bilheteria meia hora antes

 


BOA NOITE MEMORIAL


Neste sábado (27/7), a partir das 13h, até as 2h de domingo (28/7). Memorial Minas Gerais Vale (Praça da Liberdade, 640, Funcionários). Entrada franca.