Rashida Jones dá vida à Suzie e se liga a Sunny, bot criada para fazer companhia a humanos -  (crédito: AppleTV+/reprodução)

Rashida Jones dá vida à Suzie e se liga a Sunny, bot criada para fazer companhia a humanos

crédito: AppleTV+/reprodução

 

Em uma cena da série "Sunny", atração da AppleTV+, um dos personagens diz que "a solidão é uma pandemia global". "Sunny" pode ter humor, drama e até trama misteriosa de crime. Mas é, acima de tudo, uma série sobre a solidão. É possível ver todos os personagens principais lidando com algum tipo de isolamento, de abandono.

 


Rashida Jones concorda. "Sim, é uma série sobre solidão", diz a atriz americana, protagonista e uma das produtoras. "E sobre pertencimento, isolamento. A solidão faz parte do ser humano, da dinâmica da vida. Acredito que a solidão é que dispara nosso desejo de contato, o que faz a vida andar."

 


E a vida de Suzie, sua personagem, vira de pernas para o ar. Ela é uma americana que vai morar no Japão e ali se casa com Masa, engenheiro que desenvolve geladeiras numa empresa de tecnologia. Masa e o filho deles, Zen, de 7 anos, são vítimas de um desastre aéreo. Suzie cai em depressão e é surpreendida por uma encomenda entregue em sua casa.

 

Assassinato

 

Sunny é uma robô feita para fazer companhia a humanos. A surpresa é que a bot foi concebida por Masa. Suzie descobre que o marido mentiu durante anos. Ele trabalhava na criação dos bots mais complexos da indústria japonesa. Suzie percebe que há chances de Masa e o filho terem sido assassinados. A partir daí, a trama passa a ganhar ares de thriller.

 


O primeiro dos 10 episódios tem ritmo intenso. Há uma cena violentíssima na abertura, depois Suzie passa por constrangedora e engraçada cerimônia oriental de luto, e logo vem o primeiro encontro entre Suzie e Sunny. Seria o início vertiginoso obrigatório para chamar a atenção da geração TikTok, que precisa de estímulo rápido?

 

"Capturar o interesse das pessoas é um compromisso do que a gente faz, e existe competição muito dura pela atenção do público. Temos que manter um bom ritmo nos 10 episódios, então às vezes a ação é bem rápida mesmo, mas tem os momentos em que apareço sentada, em sofrimento", afirma a atriz. "São muitas situações diferentes. Espero que a ligação do público com a série seja diversa, como é a vida de verdade."


Rashida admite que muita gente está assustada com o avanço da inteligência artificial. Com seu visual fofo, Sunny pode parecer graciosa, mas há cenas em que a bot parece ser uma ameaça.

 


"Quando Katie Robbins criou a série, a ideia era tornar Sunny mais complexa possível. Uma espécie de analogia ao modo como os humanos são. Somos complicados e nunca conhecemos os outros suficientemente. Ela pode parecer boa ou má, pode parecer assustadora, mas em outros momentos parece vulnerável."

 


A voz de Sunny é da atriz americana Joanna Sotomura. Rashida conta que ela ficava no set, fora do alcance das câmeras. "Joanna usou um capacete que capta as expressões faciais e isso foi transmitido simultaneamente para Sunny”, disse. “Tecnicamente falando, eu e Joanna contracenamos, estávamos no mesmo ambiente."


Máfia japonesa

 

Os personagens femininos dominam a série. Além de Suzie e, claro, Sunny, há a sogra, uma nova amiga e uma vilã ligada à Yakuza, a máfia japonesa. Além da criadora da série, Katie Robbins, "Sunny" tem produtoras, diretoras e roteiristas mulheres.


"Adoro contar histórias sobre parcerias de mulheres, é algo forte na minha vida, desde arelação com minhas irmãs", diz Rashida, filha do renomado produtor musical Quincy Jones, que tem mais seis filhas.
Com vasta filmografia, que inclui o sucesso da série "Parks and recreation" (2009-2015), Rashida vem trabalhando simultaneamente como atriz e produtora. Mas ela não revela se "Sunny" terá segunda temporada.


"Gostaria de ter a resposta, mas ainda não sei. Vamos ver como a primeira se sai.", diz. 

 

“SUNNY”
10 episódios
Disponível na Apple TV+