Ações que têm como eixo temático a fé e a religiosidade marcarão o calendário cultural de Belo Horizonte e de cidades do interior a partir deste mês. A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult) e a Fundação Clóvis Salgado anunciaram o Projeto Profecia, que congrega diversas iniciativas, que vão de exposições de artes plásticas à montagem de duas óperas. Trata-se, na verdade, de ações que já fazem parte do cronograma da Fundação Clóvis Salgado, só que agora reunidas sob a mesma égide.


O estandarte que abre alas para o projeto é a ópera "Devoção", que tem pré-estreia no próximo sábado (13/7), no Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas – cenário da trama que o libreto assinado por André Cardoso registra.

 




A montagem traz para a cena a trajetória do imigrante português Feliciano Mendes nas Minas Gerais do século 18, abordando temas como fé, devoção, promessa e milagre. "Devoção" terá apresentações nos próximos dias 19, 20, 22 e 23 no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, na capital mineira.


O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas de Oliveira, diz que "Devoção" é a síntese histórica da fundação de um dos mais importantes polos do turismo religioso no estado, que opera em transversalidade com o Projeto Profecia.

 

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"A ópera foca o momento em que Feliciano Mendes chega naquele solo de Congonhas e cria o Santuário de Bom Jesus, que depois se transforma com os profetas, o conjunto escultórico de Aleijadinho, patrimônio da humanidade que é o primeiro roteiro de romarias em Minas", destaca.


Obra de Verdi

 

Também como parte do Projeto Profecia, outra produção operística da Fundação Clóvis Salgado, reunindo seus corpos artísticos, está prevista para outubro: "Nabucco", de Giuseppe Verdi, uma das mais populares e famosas do mundo. "O espetáculo conta a caminhada do povo de Israel, uma ópera bíblica muito bonita, que também será apresentada no Palácio das Artes", pontua Leônidas de Oliveira.


Ele ressalta, ainda, dentro da programação do projeto, a tradicional Cantata de Natal, que será realizada em dezembro, na Praça da Liberdade, também girando em torno de motivos religiosos. "As óperas e a cantata se prestam a estudar historicamente a fé no estado de Minas Gerais e a proteger a cultura afro-mineira, que se manifesta, entre outras expressões, nas congadas", diz, sublinhando um dos aspectos presentes em "Devoção".

 

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Tais ações ocorrerão de forma estruturada e articulada, sob o guarda-chuva do Projeto Profecia. A largada na programação já foi dada, com a abertura, na terça-feira (9/7), da exposição "Nem tudo o que se vê", de Bigu e Liu Freitas, no Centro de Arte Popular, no Circuito da Liberdade, na capital. A segunda mostra do projeto, "Pontos de fé", com trabalhos de 35 artesãos do coletivo Mãos que Bordam, será aberta nesta quinta (11/7), no hall do Cine Humberto Mauro.

 

Tradição do congado

 

Em interseção com a ópera "Devoção", as obras reunidas em "Pontos de fé" são inspiradas nos ex-votos (presentes dos fiéis aos santos em consagração, renovação ou agradecimento por uma promessa).


A terceira exposição, a partir do próximo dia 17, é "A valorização e resgate de nossa cultura", de Yara Tupynambá, no Palácio da Liberdade. A pintora apresenta a série "Catopés ou catopês", em homenagem à tradição do congado de Montes Claros.


O lançamento do Projeto Profecia ocorreu ontem (9/7), no Palácio das Artes, com a presença de Cláudia Malta, diretora artística da Fundação Clóvis Salgado.

 

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O evento contou com apresentação do Coral Lírico de Minas Gerais, que executou um pequeno trecho da ópera "Devoção", já com os figurinos do espetáculo, para convidados e imprensa. 

 

 

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