Pedro Ottoni é um nome que chama a atenção no audiovisual brasileiro. Sua origem é a internet, onde mantém a plataforma ATORmentado, mas, aos poucos, conquista espaço no streaming. Em “Sem filtro” (Netflix), ele diverte o público como Gustavo, amigo da influenciadora Marcely (Ademara Barros). No cinema, foi o Vini da comédia “Vale night” (2022), papel que lhe rendeu indicação ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2023 na categoria melhor ator.

 


O filme “Vale night” abriu mais portas ainda para Pedro. Agora, de uma tacada só, ele é roteirista, produtor-executivo e ator de “Toda família tem”, que estreia nesta sexta-feira (12/7), no Prime Video. A produção é assinada pela Black Pen Filmes.

 



 


Mas o que o filme de 2022 tem a ver com a nova série? Foi justamente no set da comédia dirigida por Luís Pinheiro que Ottoni conheceu Jonathan Haagensen, sócio de Mariana Veil na Black Pen. Jonathan quis saber se era Pedro mesmo quem escrevia os textos e esquetes que publicava nas redes sociais.

 


“Tenho as ideias, escrevo e faço, mas nunca estive em uma sala de roteiro”, afirma o carioca ao Estado de Minas. Tempo depois, Pedro foi sondado por Jonathan para desenvolver os personagens de “Toda família tem”.


Manguinhos

 

“No primeiro momento, fiquei com medo. Nunca fiz algo tão grande, mas eles confiaram em mim e isso me deu confiança para fazer este trabalho”, conta Pedro Ottoni, de 21 anos, morador da comunidade de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

 


Resultado: nos créditos, lá está ele como ator, roteirista e produtor-executivo.

 

Leia também: Série brasileira "Pedaço de mim" chega ao Top 3 no ranking internacional da Netflix

 


Com sete episódios disponibilizados de uma só vez, a história de “Toda família tem” gira em torno das mudanças na rotina de Pê (Pedro Ottoni), que deixa a vida boa quando é obrigado a morar na casa da Vó Geni (Solange Couto). Vive lá com os pais, Deise (Maíra Azevedo) e Jorge (Érico Brás); as irmãs, Pietra (Betânia Campos) e Paty (Gabriela Dias); o irmão PH (Ramon Francisco); e o sobrinho fofoqueiro Marcelinho (Caíque Ivo).

 

 

 


Pedro explica que a ideia de uma série sobre família veio de Mariana Veil e Jonathan Haagensen, com o propósito de apresentar esta história da forma mais crível possível. “Queríamos trazer situações divertidas e muito reais”, diz.

 


O roteirista cita como exemplo irmãos que brigam, ficam o dia inteiro sem conversar, não pedem desculpas, mas à noite, na hora do jantar, dizem que a comida está na mesa. “E também tem problemas do dia a dia, como quando o gás acaba.”

 


A primeira temporada foi gravada em seis semanas, no início de 2023. A maioria das cenas ocorreu em um estúdio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

 

Linguagem do povo

 


Yasmim Thayná, que dividiu a direção com Cris D’Amato, comemora sua primeira experiência no humor. “Foi uma oportunidade gigante estrear na comédia com Cris, diretora superimportante na comédia brasileira”, elogia.

 


Este trabalho, revela Yasmin, foi a escola onde ela aprendeu que a comédia é a forma de linguagem do povo brasileiro.

 


“Nós nos comunicamos dessa maneira. Fazemos piada da nossa própria desgraça, das coisas cotidianas. Nossa afetividade tem muito humor. Dirigir a série foi uma forma de ampliar minha percepção sobre a cultura brasileira”, conclui.

 

“TODA FAMÍLIA TEM”


Brasil, 2024. Direção: Cris D’Amato e Yasmin Thayná. Com Pedro Ottoni, Solange Couto, Maíra Azevedo, Érico Brás, Betânia Campos, Gabriela Dias, Ramon Francisco e Caíque Ivo. Com sete episódios, a série estreia nesta sexta-feira (12/7), na plataforma Prime Video

compartilhe