Lançado em outubro de 2021, o álbum “Contato imediato”, em que a cantora e compositora carioca Anna Ratto dá voz às composições de Arnaldo Antunes, gerou uma série de shows ao longo dos dois anos seguintes. A turnê chega agora à reta final com apresentação nesta sexta-feira (12/7), às 20h, no Teatro de Bolso Sesiminas. Acompanhada pelo multi-instrumentista Elísio Freitas, que se reveza no baixo, guitarra, violão e programações, a artista mescla músicas do álbum com outras da lavra do homenageado.

 


Ela lamenta o “lançamento tardio” em Belo Horizonte. “Já tem um tempo que estou querendo ir, é uma cidade que adoro, tenho familiares aí e é um público muito acolhedor. O giro do ‘Contato imediato’ está terminando e talvez seja o último show da turnê. Então, pelo menos estou fechando com chave de ouro”, diz. O álbum é o quinto da discografia de Anna e o primeiro em que ela se coloca apenas como intérprete.

 

 



 


Os quatro trabalhos anteriores trazem músicas de sua autoria e também de outros compositores. Anna começou a carreira como cantora, não tinha a pretensão de escrever, mas foi levada a esse lugar, conforme diz, “por distração, por exercício, por inspiração” e por estímulo do produtor de seus primeiros discos, Rodrigo Vidal. Ela conta que, de qualquer forma, nunca quis fazer um álbum só com músicas autorais.

 


“Num determinado momento me deu vontade de fazer um disco só como intérprete e mergulhar na obra de um compositor que me representasse. São muitos, mas Arnaldo estava gritando e acabei fazendo essa escolha. Só fui conhecer o trabalho solo dele há cinco ou seis anos, mas desde então tenho ouvido muito”, diz. Ela destaca que o trabalho em torno de “Contato imediato” está chegando ao fim, mas a relação com o artista que resolveu homenagear não.

 

 


Anna conta que já está às voltas com um novo álbum, também dedicado ao repertório de Arnaldo Antunes – desta vez com faixas inéditas compostas especialmente para ela. O trabalho lançado em 2021 é, de acordo com a cantora, “solar, divertido, que fala de amor, mas com uma coisa debochada” – algo proposital, pensado como um contraponto ao peso da pandemia –, e o que o novo rebento deve seguir a mesma toada. Ela diz que o show que chega agora a Belo Horizonte é de transição de um trabalho para o outro.

 


“Tiramos algumas músicas do repertório do disco e substituímos por outras. O Arnaldo tem muitas coisas que gosto de cantar, mas que talvez não gravasse, como ‘Socorro’, que tem registros na voz de Gal Costa e de Cássia Eller”, diz, acrescentando que ela está incluída no roteiro do show, assim como “Se tudo pode acontecer” e “Lágrimas do mar”, extraída do trabalho mais recente do homenageado. “Algumas deram tão certo ao vivo que a gente resolveu gravar nessa espécie de ‘volume 2’, que ainda não tem nome”, adianta.


Enxurrada de inéditas

 

No novo trabalho, ela diz, tais canções vão dividir o espaço com as inéditas, que começaram a surgir a partir de um pedido modesto. “No show, tinham três ou quatro músicas que não estão no ‘Contato imediato’ e que queríamos gravar. A ideia era lançar um EP, mas pensei que seria legal ter uma inédita para fechar o repertório. Entrei em contato com Arnaldo para perguntar se ele não tinha uma guardada na gaveta. Não demorou muito e ele me enviou seis músicas, se desculpando pela enxurrada”, conta.

 

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Ela diz que, depois dessas seis, outras três chegaram. “Gostei de tudo. A gente está experimentando essas músicas, já estamos no estúdio gravando a base da sexta ou sétima faixa. Desse conjunto, vamos escolher algumas para compor o novo álbum junto com quatro que estão no roteiro do show e que também queremos gravar”, explica. Ela pontua que essas quatro foram sugestões de Kassin (Alexandre), que integra sua banda e que, agora, assume a produção do trabalho, junto com Liminha, que capitaneou “Contato imediato”.

 

Formação de quadrilha

 

Anna Ratto conta que ter Liminha como produtor era um “sonho de consumo antigo”. O fato de ele ser parceiro de longa data de Arnaldo Antunes e dos Titãs reforçou o desejo de convidá-lo para comandar a feitura de “Contato imediato”. A cantora diz que, durante todo o processo de realização do álbum, conversou com o homenageado por telefone e mensagens.

 

“A gente só foi se conhecer na passagem de som da estreia do show, mas foi amor à primeira vista. Arnaldo me pareceu alguém da família, aquela pessoa distante de quem você está com saudades”, diz. Ela conta que, como Liminha não ia poder tocar em todos os shows, indicou Kassin. “Aí pronto, formamos essa quadrilha. Deu tão certo que resolvemos desdobrar esse trabalho.”

 


“CONTATO IMEDIATO – ANNA RATTO VISITA ARNALDO ANTUNES"


Show nesta sexta-feira (12/7), às 20h, no Teatro de Bolso Sesiminas (Rua Padre Marinho, 60 – Santa Efigênia). Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia), à venda na bilheteria do teatro ou pelo Sympla.

 

 

OUTRAS ATRAÇÕES

 

>>> “VIVA ELVIS”

A Orquestra Opus realiza o concerto “Viva Elvis” para celebrar o Dia Mundial do Rock, neste sábado (13/7), às 21h, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244 – Lourdes). Conhecido por suas interpretações de Elvis Presley, o cantor Guilly Castro vai atuar como convidado da orquestra. No repertório estão as canções mais emblemáticas que Rei do Rock gravou e eternizou com sua voz e performance, que causaram uma revolução na música em sua época – entre elas, “Can’t stop lovin’ you”, “It’s now or never”, “Kiss me quick”, “Suspicious minds”, “Always on my mind”, “Love me tender” e “Tutti-Frutti”. Os ingressos custam R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) e podem ser adquiridos na bilheteria local e pelo Sympla.

 


>>> FÓRUM DE CRIAÇÃO

Neste sábado (13/7), a Funarte MG (Rua Januária, 68 – Centro, Floresta) abriga, das 15h às 21h30, o evento de encerramento da 4ª edição do Fórum de Criação – projeto que propõe o intercâmbio entre artistas e público a partir de encontros, oficinas, debates, residências e apresentações. Esta edição conta com a presença de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Estão previstas, entre outras atrações, a performance “Carta para não mandar ou cantiga interrompida”, com Diane Ichimaru (SP), da Confraria da Dança; e o show/performance “Respira”, de Bia Nogueira. Entrada franca. Para o show e o espetáculo de dança, é necessário retirada prévia de ingresso na bilheteria do espaço.

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