A distância de cerca de 9 mil quilômetros separa o Pirulito da Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, da Torre Eiffel, em Paris. Com o intuito de mesclar a cultura mineira com a do país europeu, a tradicional Festa Francesa chega à sua 23ª edição neste sábado (13/7), das 10h às 22h, na Praça José Mendes Júnior, ao lado da Praça da Liberdade.

 


A programação é extensa, recheada de quitutes e música. O evento celebra a Queda da Bastilha, revolta popular ocorrida no dia 14 de julho de 1789, que marcou o início da Revolução Francesa. “O festival teve sua curadoria feita a quatro mãos, junto com o consulado francês em Belo Horizonte”, afirma o produtor Eduardo Sabbagh.

 


“O objetivo é dar um ar francês à tarde de inverno. Então, a gente busca fazer um mix entre gastronomia e cultura, através dos shows, feirinhas e comida típicas”, acrescenta ele.

 





 

No palco, o evento traz nomes como Paco Pigalle, DJ e produtor francês radicado há mais de 30 anos em Belo Horizonte. “Participo desde a primeira edição. Em todo esse tempo, faltei só a uma, porque tinha compromisso fora do país. O maior encontro da cultura francesa com a cultura mineira no ano é este evento. Todos os anos, os 'franco-mineiros' encontram os brasileiros que gostam da nossa cultura”, diz o DJ.

 

 

Set de Paco Pigalle vai do tradicional acordeom francês às novidades parisienses marcadas pela influência de imigrantes africanos

Paco Pigalle/Instagram/Rodrigo Braga Fotografia

 


Preparado para surpreender o público, Paco investe em um set de músicas que demonstram a diversidade criativa e imigrante presente em Paris, cidade que se apresenta como um dos grandes polos da música eletrônica mundial.

 


“O ofício do DJ é tentar levar novidades ao público que já conhece seu trabalho. É um desafio muito grande, complicado e legal. Vou tentar contar um pouco sobre a música francesa, que vai desde o tradicional acordeom dos anos 1950 até as misturas culturais do pop francês de hoje com as raízes de África, Caribe, América do Sul e do Oriente”, comenta Pigalle.

 

Agitador da cena cultural belo-horizontina, o produtor e DJ revela o que o levou a ficar tanto tempo na capital mineira. “Gosto da autenticidade daqui. O mineiro demora a abrir a porta, mas, quando abre, você tem família. O mineiro está aberto às culturas estrangeiras, mas no final o campeão vai continuar sendo o pão de queijo e o cafezinho. Sou muito grato a Minas por ter me dado minha história profissional, minha família. Sempre volto ao meu país, fui lá agora para votar, mas aqui também é minha casa”, diz o artista.

 

Reviravolta política

 


Nas últimas semanas, a França passou por uma reviravolta surpreendente nas eleições legislativas, vencidas pelo bloco de esquerda Nova Frente Popular, que obteve maior parte dos assentos no Parlamento, desbancando a extrema direita que havia saído à frente das demais forças políticas no primeiro turno.

 


“Agora explodiu a bolha por lá. Há mais de 20 anos os franceses não votam a favor de um candidato, mas contra o outro. Eu não estou preocupado com a minha família que mora na França, eu não estou vendo guerra civil, golpe de Estado. Não é um país onde esses riscos existem. Só que o francês anda revoltado e pensa: 'Vou colocar a extrema direita’, mas, na hora do vamos ver, repensa: ‘Vale a pena?’ E e aí volta atrás”, explica Paco Pigalle.

 

Piaf e Henri Salvador

 

Juntam-se a Paco Pigalle as cantoras Sônia Andrade, Lygia Santos e Valerie Lu, que apresentarão m clássicos de Edith Piaf e Henri Salvador. Max Hebert, Mamour Ba, George Arrunáteghi, Hexagone Jazz, Bossa Trio também estão na programação.

 


Na área gastronômica, o público vai se esbaldar com os diversos restaurantes que levarão pratos e petiscos à festa. Gelatos, macarons, crepes, pães, pizzas e hambúrgueres são algumas das opções. Marca registrada da França, os vinhos também estarão presentes. No Festival de Vinhos, diversos rótulos do país ficarão à disposição do público. Haverá também espaço kids para as crianças.

 


Geleias, chutneys, chás, queijos de cabra, bijuterias e óculos de sol estarão à venda para aqueles que quiserem levar um pedaço da França para casa.

 


“O interessante é explorar justamente essa diferença (entre Minas e França). Acho que a culinária mineira é variada e reconhecida tanto quanto a culinária francesa. Então, a gente faz uma misturinha ali e acaba que fica uma coisa interessante”, afirma o produtor Eduardo Sabbagh.


“23ª FESTA FRANCESA”


Neste sábado (13/7), das 10h às 22h, na Praça José Mendes Júnior, Funcionários. Entrada gratuita, mediante retirada de ingressos no site www.ingresse.com/festafrancesa e doação de 1kg de alimento não perecível. Informações: @festafrancesa (Instagram).

 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro

 

compartilhe