Com o fim do Uakti, em 2015, o percussionista Paulo Santos admite ter ficado no “limbo”. Foram 37 anos com o grupo, uma vida. “Benjamim Taubkin foi um grande salvador. Ele me chamou para participar de alguns projetos, gravações, e a gente ficou com essa ligação”, conta ele. Quando o pianista telefonou perguntando se estaria em Belo Horizonte nesta semana, Paulinho nem titubeou.

 


Nesta terça-feira (16/7), os dois, mais a cellista Chieko Donker, cantora e compositora holandesa com raízes no Brasil, se reúnem no Clube de Jazz, que está comemorando dois anos. O show “Música para tecer estórias” traz composições individuais e criações coletivas.

 


“Benjamim e eu nos conhecemos improvisando muito, então musicalmente tem sempre esse lado de escutar o outro com muita harmonia. Ele tem alguns temas que leva para o piano, a Chieko o trabalho solo dela e eu o meu. Cada um vai mostrar a potencialidade do seu trabalho e o poder de improvisar e se conhecer mais profundamente”, diz Santos.

 

 



 

Os instrumentos que Paulinho vai tocar, ainda mais levando em consideração o tamanho diminuto do palco do Clube de Jazz, são pequenos. A exceção é a chamada trilobita, instrumento percussivo criado a partir de tubos de PVC, herança da época do Uakti.

 

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A apresentação desta noite é a primeira que Paulinho faz desde sua participação no espetáculo “Filarmônica e Grupo Corpo em concerto”, no início deste mês, na Sala Minas Gerais. O artista esteve em cena com a orquestra durante o balé “Dança sinfônica” (2015), de Marco Antônio Guimarães, fundador do Uakti.

 


“Meu primeiro semestre foi dedicado às orquestras”, conta ele, que também fez parte da temporada do Grupo Corpo com a Osesp, em maio, na Sala São Paulo. Ainda participou da turnê “Voos de Villa – Impressões rápidas sobre todo o Brasil”, projeto que rodou algumas capitais (BH incluída).

 

Na noite desta terça (16/7), o pianista paulistano Benjamim Taubkin se apresenta no Clube de Jazz, na Savassi

Curta!/divulgação

 


Criada pelo maestro Gil Jardim, à frente do Brasil Villa Ensemble, a orquestra executou não só Heitor Villa-Lobos, como músicas de compositores influenciados por ele e “alguns temperos diferentes”, diz Paulinho. No meio disso, ele ainda gravou com o DJ e produtor japonês Que Sakamoto.

 


“Ele veio e gravou tudo no meu estúdio em casa. O trabalho está dando uma abertura interessante, mostrando outras possibilidades musicais, com outro pessoal. Sempre fui meio assim, aberto para as coisas que acontecem, né?, comenta.

 


Com muita coisa pela frente, inclusive seu novo trabalho solo, Santos aguarda para os próximos meses o lançamento do álbum do Palavra Cantada, duo formato por Paulo Tatit e Sandra Peres, com quem gravou.

 


“MÚSICA PARA TECER ESTÓRIAS”


Com Benjamim Taubkin, Chieko Donker e Paulo Santos. Nesta terça (16/7), às 20h, no Clube de Jazz
(Rua Antônio de Albuquerque, 47 – Savassi). Ingressos a partir de R$ 20, à venda em sympla.com.br.

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