Seis anos depois de ser realizado no Barreiro, o festival Palco Hip-Hop está de volta à Região Oeste com o propósito de democratizar o acesso à cultura. Neste fim de semana, ampla programação – com dança, música, palestras e oficinas – levará jovens artistas ao Polo de Educação Integrada (EMPoeint), com entrada franca.

 

“Fizemos uma edição aqui em 2018. Para a gente, é sempre importante voltar, porque o festival surge com o intuito de ocupar a periferia da cidade com o hip-hop em formato diferente, com todos os seus elementos”, explica o curador Victor Magalhães, referindo-se à cultura urbana que engloba rap, DJs, dançarinos e grafite.

 

  


 

Um dos destaques de hoje será Sarah Sampp, de 20 anos, que vem chamando a atenção na cena jovem da música de BH. Com letras que destacam a força da mulher e reivindicam o espaço feminino no rap, Sarah prepara seu disco de estreia. Recentemente, ela se destacou no projeto Tranquilo, a sensação da noite da capital.

 

“Estou produzindo meu primeiro EP com algumas referências a coisas míticas, feitiçaria. Já tenho muito da estética formada na minha cabeça, com baralhos, cartas”, conta Sarah. “Estou no processo de estúdio, de criação das músicas. Por enquanto, posto prévias para fazer experimentos com o pessoal do Instagram e das redes sociais”, informa.

 

Pretas Poetas

 

Nascida e criada na Pedreira Prado Lopes, a rapper iniciou sua carreira em 2022. É uma das backing vocals de Djonga na turnê “Inocente demotape”. Sarah começou a escrever poesia em 2018, após a morte de Marielle Franco, quando integrou o Coletivo Pretas Poetas.

 

 

 

Neste sábado, também vão se apresentar os artistas da dança urbana Joel, Breaking no Asfalto, Darlita Albino e Brother Soul, das 14h às 18h30.

 

Amanhã, subirá ao palco o carioca Sain, que dividirá espaço com o coletivo 92BPM, formado por rappers de diferentes gerações.

 

Simultaneamente aos shows, haverá batalhas de dança urbana com duplas mistas e quartetos. As inscrições devem ser feitas presencialmente nos dois dias, das 11h às 12h30. A premiação é de R$ 3,5 mil.

 

O público também poderá ensaiar passos de breaking na Cypher, pista de dança animada pelos DJs A Coisa e Nai Kiese. As batalhas serão comandadas por Pat Manoese e Niko da Master Crew.

 

O festival ocupa o EMPoeint, que abrigou até a década de 1990 a unidade da Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), que recebia adolescentes em conflito com a lei e em situação de abandono.

 

Potência cultural

 

“A primeira edição do Palco Hip-Hop aconteceu em 2011, no Barreiro. Depois daqui fomos para outras localidades. É uma satisfação retornar, não só pela história do festival, mas pela região ser uma potência cultural. Aqui está um pouco da história dos 40 anos do hip-hop de Belo Horizonte”, afirma o curador Victor Magalhães.

 

A nova edição terá novidades, como a realização de duas modalidades dos Jogos Olímpicos: o breaking, que estreia em Paris, e o basquete 3x3. O artista ED-MUN fará grafite em tempo real ao longo do evento. Feirinha funcionará das 11h às 19h com o objetivo de fortalecer a economia criativa e sustentável.

 

Haverá também oficinas de danças urbanas, além de workshops. Magalhães ressalta a importância das atividades formativas na programação, destacando o papel do festival como agente ativo na democratização cultural em Belo Horizonte. 


PALCO HIP-HOP


Neste sábado e domingo (20 e 21/7), das 8h às 19h, no EMPoeint (Praça Modestino de Sales Barbosa, 11, Flávio Marques Lisboa). Entrada franca. Programação completa no Instagram (@palcohiphop).

 

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

compartilhe