Criado em 1971, o Fenac surgiu em Boa Esperança, no Sul de Minas, na onda do sucesso dos famosos festivais da TV que revelaram Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mutantes, Elis Regina e Nara Leão, entre outras estrelas da MPB.
“Nosso sucesso é fazer com que a boa música tenha palco. Compositores de todas as regiões do Brasil se encontram no festival. É um intercâmbio ímpar”, destaca Gleizer Naves, criador do Fenac. “Grupos do Norte e Nordeste fazem parceria com bandas do Sul e do Sudeste, graças à participação no festival”, ressalta.
Em 2023, a vencedora foi “Geandra”, canção de Enrico Dimiceli e Joãozinho Gomes interpretada por Ariel Moura, do Amapá. De acordo com Gleizer, a vitória de Ariel aumentou a participação de artistas do Norte e do Nordeste na edição deste ano.
Com caráter plural, o evento abarca sertanejo, samba, MPB, blues e rock. “O importante é que sejam músicas de qualidade. O Brasil é muito rico musicalmente”, diz o organizador.
Oportunidade ao interior
A abertura, na próxima sexta-feira (26/7), terá como convidado especial o compositor, cantor e tecladista Henrique Portugal, ex-Skank.
“Fico muito feliz de um projeto como este, que divulga novos artistas e compositores, não ficar nas grandes cidades”, diz Portugal. “Isso é muito legal, você muda a característica econômica da cidade, dá oportunidade a quem está no interior e divulga a cultura do país.”
Após o fim do Skank, Henrique lançou dois EPs solo. Representante da Associação Brasileira de Música e Artes, ele vem se empenhando em trabalhar pela classe artística.
“Às vezes, a gente sente falta daquela mão que te ajuda e te apoia. A gente precisa fazer a nossa parte. Fiz muita coisa na música, realizei muita coisa. Quero devolver um pouco para a música o que ela me deu”, afirma.
“O festival é uma janela para o mundo. Além de tocar, quero mostrar para os artistas que é, sim, possível viver de arte e de música no Brasil. Sou a prova viva disso. Foi o que fiz durante os últimos 30 anos”, diz o tecladista.
Portugal promete levar a Tiradentes repertório baseado em sua trajetória, com sucessos do Skank e de outros nomes do pop rock. Nas palavras dele, a apresentação vai comemorar a vitória da música. “Meu show é baseado no que as pessoas esperam de mim. É uma grande festa da qual todo mundo participa.”
O conselho do mineiro para quem pretende seguir a carreira é compreender bem o funcionamento da indústria musical, especialmente direitos autorais e a remuneração no mundo digital.
“Influencers sabem muito bem o quanto vão ganhar com um ‘play’ no YouTube ou TikTok. Está na hora de o artista entender como isso funciona na indústria da música, que é muito mais antiga e estruturada do que as redes sociais. Este é o grande caminho”, afirma o ex-Skank.
Nero no palco
O ator e músico Alexandre Nero será outro convidado especial da abertura do Fenac. Além de integrar o júri, ele vai fazer show no sábado à noite (27/7).
Depois de Tiradentes, as etapas do Fenac ocorrerão em Perdões, Elói Mendes, Três Pontas, Coqueiral e Nepomuceno. Como já é tradição, as semifinais e a final serão realizadas em Boa Esperança.
Além da competição musical, o festival oferecerá programação com teatro, dança e artes circenses, gratuitamente, em locais públicos das seis cidades onde será realizado.
54º FENAC
Abertura na sexta-feira (26/7) e sábado (27/7), a partir das 20h, na Praça da Rodoviária, em Tiradentes. Entrada franca.
ATRAÇÕES
>> Sexta (26/7)
Henrique Portugal, em Tiradentes
>> Sábado (27/7)
Alexandre Nero, em Tiradentes
>> 3 de agosto
Sá & Guarabyra, em Perdões
>> 9 de agosto
Falamansa, em Elói Mendes
>> 10 de agosto
Renato Quase Russo (Legião Urbana cover), em Elói Mendes
>> 23 de agosto
Nano Vianna, em Coqueiral
>> 24 de agosto
Paulo Ricardo, em Coqueiral
>> 29 de agosto
Flausino & Sideral, em Nepomuceno
>> 30 de agosto
Leo Chaves, em Nepomuceno
>> 31 de agosto
Banda Biquini, em Nepomuceno
>> 6 de setembro
Dani Black, em Boa Esperança