Alexandre Nero é conhecido por atuar em novelas de sucesso da Globo. “Escrito nas estrelas", "Fina estampa", "Salve Jorge" e, claro, "Império", na qual deu vida ao comendador José Alfredo de Medeiros, são algumas delas.

 




O que muitos não sabem é que, antes de revelar seu talento como ator, Nero ganhava a vida como cantor, tendo se sustentado durante 20 anos com a música nas noites de Curitiba, sua cidade natal.


Nesta sexta (26/7) e sábado (27/7), ele será um dos jurados na abertura da 54ª edição do Festival Nacional da Canção (Fenac). O evento acontece na Praça da Rodoviária, em Tiradentes, e vai selecionar cinco músicos que participarão das etapas semifinais do festival. Amanhã, Alexandre Nero fará apresentação especial para o público.

 

 
Nero se profissionalizou na música antes das artes cênicas. Ele relembra que deu os primeiros passos na carreira ainda na adolescência, quando morou em Minas Gerais para se formar como técnico agrícola em Muzambinho, no Sudoeste do estado. Lá, aprendeu a tocar violão e teve os primeiros contatos com os festivais de música do interior.


"Meu primeiro estalo de que isso poderia ser profissão foi num festival de música. Tinha 14 anos quando tive meu primeiro contato com um festival. Fiquei tão encantado com aquilo e pensei: 'Poxa vida, queria ser uma dessas pessoas'. Participei de muitos festivais até os meus 20 anos. Ganhei alguns, principalmente no Paraná. Minha relação com os festivais é bastante intensa”, relembra o artista em entrevista do Estado de Minas. Esta será a primeira vez dele como jurado.

 


Nero conta que, desde a infância, a música já o encantava, sobretudo trilhas sonoras de desenhos, filmes e programas de TV.


“Eu imitava Sidney Magal e Moacyr Franco quando era criança. Minhas referências vinham muito das músicas de programas de TV, até mesmo dos 'Trapalhões'”, recorda.


Milton e Aldir Blanc

 

Hoje, aos 54 anos, o paranaense tem quatro discos solo lançados, foi o responsável por criar a Associação dos Compositores da Cidade de Curitiba e, por 10 anos, integrou o Grupo de Fato.


Deixou a banda em 2008, após ser descoberto pela Globo, e vem trabalhando em telenovelas desde então. Atualmente, está no ar como Seu Tico Leonel na faixa das 18h, em "No rancho fundo".

 


Seu último disco, “Quarto, suítes, alguns cômodos e outros nem tanto”, lançado em 2022, trouxe parcerias com grandes nomes da música brasileira: Elza Soares (1930-2022), Aldir Blanc (1946-2020), parceiro de Nero durante os últimos anos de vida, e Milton Nascimento.


“Milton Nascimento é um dos maiores melodistas do mundo, o maior cantor do mundo. É influência, alicerce, fundamento do que eu faço”, elogia o cantor e ator.


Como integrante do júri do Fenac, diz que os três fatores principais que levará em consideração são a criatividade, a melodia e a harmonia. A performance também será observada de perto. “Tem que ter um belo pacote,” pontua.


Para sua apresentação no festival, o artista promete repertório variado, com composições autorais e releituras.


“Vou tocar músicas minhas e algumas outras coisas que passaram pela minha vida. Vou tocar músicas mineiras porque meu pai é mineiro, estudei em Minas, é um festival em Minas, em Tiradentes, cidade pela qual sou apaixonado. Vou cantar 'Virulência', parceria minha com o Aldir”, adianta.


Nero fala sobre a interseção entre música e atuação. Para ele, as duas artes sempre andaram juntas.


“Comecei na música e nunca tive a pretensão de me tornar ator. Fui turistar no universo do ator por causa da música. Fui querer entender melhor sobre luz, figurinos, palco, e acabei me tornando ator de maneira natural. Para mim, atuar é muito musical, porque foi onde estabeleci meu primeiro contato. Toda vez que estou atuando, penso na música que estou falando, na melodia, no ritmo.”


Nos palcos

 

Com a agenda corrida por conta das gravações, ele não é presença constante nos palcos musicais. Por isso, garante que quem tiver a oportunidade de assisti-lo em Tiradentes verá outro Nero.


“Na frente das câmeras está um Alexandre Nero com edição. Em cima do palco, é ao vivo e não tem volta. As pessoas que estão assistindo são únicas, amanhã não será o mesmo Alexandre Nero. Esse é o grande encanto do teatro e do show. Sempre serão shows diferentes, espetáculos diferentes. Por mais que sejam iguais no roteiro, são diferentes.”


FESTIVAL NACIONAL DA CANÇÃO – FENAC
Abertura da 54ª edição nesta sexta (26/7) e sábado (27/7), a partir das 20h, na Praça da Rodoviária, em Tiradentes. Show com Alexandre Nero amanhã. Acesso gratuito.

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