Elitista para alguns, popular para outros. O jazz segue vivo com seu público cativo. Prova disso são os festivais do gênero realizados em Minas.

 

No último final de semana, ficou em cartaz na capital mineira a primeira etapa da 22ª edição do Tudo é Jazz, com apresentações no Beco do Drummond, ao lado do Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade.


Nesta sexta-feira e sábado (26 e 27/7), o Ibitipoca Jazz Festival foi realizado na cidade da Zona da Mata.

 




Para os próximos dias, estão confirmados o Savassi Festival, cuja programação começa neste domingo (28/7) e segue até 4 de agosto em diferentes locais de BH; o Blues na Praça, em 3 de agosto, na Praça Alaska, do Sion, também na capital; e a segunda etapa do Tudo é Jazz, entre 1º e 4 de agosto, em Ouro Preto. O distrito de Tabuleiro, em Conceição do Mato Dentro, recebe o Tabuleiro Jazz Festival até 11 de agosto.

 

Sem fronteiras

 

Fazendo jus ao nome, o Tudo é Jazz mostra que o gênero musical que o inspira não aceita limites. “Já tem um tempo que o festival vem se diversificando, trazendo artistas com sonoridades variadas, que não necessariamente fazem o jazz que a gente conhece”, diz o pianista e compositor Gustavo Figueiredo, curador do evento.

 


Prova disso é que foram escalados para se apresentar no mesmo dia (sexta-feira, 2/8) Lenine, Vanessa Moreno e o americano Doug Stone.

 

 

O americano Doug Stone vai se apresentar na próxima sexta (2/8), em Ouro Preto

Instagram/reprodução

 

 

“Abrimos a programação para vários estilos, desde que fossem bons”, diz Figueiredo. “Quando falo de ser bom, eu me refiro a artistas que não são pré-fabricados pela indústria, que têm sua identidade musical muito bem definida, singularidade nas composições e interpretações, que enxergam o valor artístico da música”, explica.

 

 

Como de costume, o Tudo é Jazz homenageia músicos. Nesta edição, serão dois: o americano Ray Charles (1930-2004) e o brasileiro Pixinguinha (1897-1973). De acordo com a curadoria, trata-se de artistas completamente diferentes entre si, mas que são ícones em seus respectivos países, responsáveis por revolucionar o modo de compor.

 


Cada um vai ganhar o seu tributo. O primeiro será o show “Ray Charles forever”, com Paula Lima, Hugo Rafael e Daniel Lima, no próximo sábado (3/8), na Praça Tiradentes. O tributo a Pixinguinha será feito pelo grupo de choro Toca de Tatu com participação de Sérgio Santos e Nailor Proveta, no Largo do Rosário, no próximo domingo (4/8).

 

A programação conta também com shows de Diovane Inácio com Celso Alves e Tiago Couto, Sambapretochorojazz, João Vianna, Cleber Alves Quarteto, Eduardo Cubano Trio Latim Jazz, Juventino Dias Sexteto e o Duo Pererê e Regali.

 

Cortejos

 

Estão previstos cortejos com o Bloco Magnólia e Barroco Jazz, saindo do Largo do Cinema em direção ao Largo do Rosário, e a exposição “Ray Pixinguinha”, com desenhos de Ronaldo Fraga. A mostra ficará em cartaz na Casa de Candongas até 18 de agosto, com entrada franca.


“Durante todos os dias do festival, as apresentações serão realizadas em palcos montados em diferentes pontos de Ouro Preto”, explica Figueiredo.

 

“Na Praça Tiradentes, planejamos um palco para os shows com público maior. É lá que vão acontecer as apresentações do Lenine e da Vanessa Moreno. No Largo do Rosário, optamos por colocar shows mais intimistas, porque achamos que combina mais com o ambiente e faz contraponto ao palco da Praça Tiradentes”, ressalta.

 

“Ainda teremos apresentações na Casa da Ópera, Casa de Gonzaga, O Passo Pizza Jazz, Bené da Flauta e Clube Recreativo XV de Novembro. São palcos paralelos, onde a maior parte das atrações se apresentará na hora do almoço, mantendo a programação em funcionamento nos diferentes horários do dia”, continua o curador.

 

Veja clipe de Lenine cantando "Jack Soul Brasileiro":

 

 

 

Ao longo de duas décadas, o maior desafio da curadoria do Tudo é Jazz é montar novas edições trazendo novidades, sem se render à fórmula engessada de festival que se repete ano a ano com praticamente as mesmas atrações. Ao mesmo tempo, não se pode perder a essência do evento, que já é tradição na cidade histórica e chegou também a Belo Horizonte e a Tiradentes.

 


“Existe a tendência dos festivais de repetir o que deu certo. Aí, as outras edições viram repeteco das anteriores. Nosso cuidado foi não cair nessa. É claro que, ocasionalmente, um ou outro convidado vai se repetir. Mas são apresentações diferentes, ele estará com um show novo ou participando como convidado de outra atração”, conclui Gustavo Figueiredo.

 

Savassi começa hoje

 

Em BH, o Raíssa Anastásia Trio abre o Savassi Festival neste domingo (28/7), às 19h30, no palco Soul Jazz Burger (Rua Noraldino de Lima, 387, Pampulha), com ingressos a R$ 13. Às 17h, alunos de música da Cavallieri se apresentam no Café com Letras (Rua Antônio de Albuquerque, 781, Savassi). Às 15h e 18h30, estudantes da Avantgarde vão tocar no Clube de Jazz (Rua Antônio de Albuquerque, 47, Funcionários), com ingressos de R$ 20 (individual) a R$ 100 (mesa para quatro).

 

Durante esta semana, o festival programou uma série de shows nestes espaços. Em 4 e 5 de agosto, várias atrações se apresentarão em palcos na Savassi. A programação completa está disponível no site do evento

 

Em Tabuleiro

 

Em 9 de agosto, várias atrações se apresentarão em Tabuleiro, distrito de Conceição do Mato Dentro: Adrielle Assis (20h30), Elaine Abras convida Beto Lopes Trio (22h15) e Deco Lima (23h45). No dia 10, tem Júlia Guedes (17h), Rez Abassi Acoustic Quartet com Bill Ware (20h30), Nivaldo Ornelas Quarteto (22h15) e Roberto Koch Sexteto com Marcelo Martins (meia-noite).

 

No domingo (11/8), será a vez de Felipe José e Daniel Othechar (11h), Laís Gomes e Vinícius Gomes (12h), Minas Messengers e Feya Faku (15h) e Antonio Loureiro Trio (16h45)

 

TUDO É JAZZ

Shows com Lenine, Paula Lima, Vanessa Moreno e Doug Stone, entre outros. De quinta-feira (1º/8) a domingo (4/8) em diferentes pontos de Ouro Preto. Entrada franca. Programação completa no Instagram (@tudoejazz) e no site tudoejazz.com.

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